O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) afirmou que faltam indícios de crimes no inquérito contra Gusttavo Lima, alvo da Operação Integration, por lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais. As informações foram obtidas pelo g1 nesta quinta-feira (10).
O documento foi remetido à juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. O novo parecer também é assinada por cinco promotores de Justiça que fazem parte do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
O sertanejo é investigado pela venda de um avião à empresa Esportes da Sorte, de Darwin Henrique da Silva Filho e, depois, por ter negociado a mesma aeronave com donos da Vai de Bet, o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha. Para o MPPE, no entanto, faltam evidências de lavagem de dinheiro na transação.
“O fato da data da assinatura eletrônica do distrato não coincidir com a data digitada, além da circunstância dessa mesma aeronave ter sido vendida posteriormente, 7 (sete) meses depois, à empresa J. M. J. Participações Ltda., de propriedade de José André da Rocha – (…) não indicam ilegalidade configuradora de crime de lavagem de dinheiro”, afirmou o Ministério Público de Pernambuco.
O MPPE diz, no documento, que a própria polícia reconhece no inquérito que os valores de R$ 4,9 milhões e de R$ 4,8 milhões vêm da empresa HSF Entretenimento e Promoção de Eventos Eireli (Esportes da Sorte), e foram transferidas pela compra da Aeronave Cessna Aircraft, modelo 560XLS, matrícula PR-TEM.
O órgão afirmou, ainda, que consta no inquérito a cópia do contrato de compra e venda do avião, além do distrato, do balanço financeiro e extratos de movimentações bancárias que provam a restituição de valores recebidos pela Balada Eventos e Produções Ltda – empresa de Gusttavo Lima, na Paraíba.
Como apontaram os promotores, os repasses envolvem só a empresa Vai de Bet, que é sediada na Paraíba, e não têm qualquer relação com a Esportes da Sorte, que atua em Pernambuco.
Nesta semana, Gusttavo Lima deu sua primeira entrevista desde que foi envolvido em uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco sob suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em entrevista ao portal Migalhas, o artista expressou sua surpresa e indignação com o caso, e voltou a enfatizar que não tem envolvimento com os crimes apontados. Clique aqui para assistir e saber os detalhes.
Entenda o caso
De acordo com o “Fantástico“, o sertanejo foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A medida foi tomada pela Polícia Civil de Pernambuco em 15 de setembro, no âmbito da Operação Integration, que tem ao todo 53 alvos em seis estados brasileiros. Cabe, agora, ao Ministério Público decidir se denuncia ou não, o artista, à Justiça. A defesa de Gusttavo nega irregularidades.
O jornalístico da TV Globo chegou a exibir imagens do que fora encontrado no cofre da empresa do cantor. De acordo com o Fantástico, a polícia apreendeu R$ 150 mil na sede da Balada Eventos e Produções, companhia de shows de Gusttavo Lima em Goiânia (GO). Os agentes também localizaram 18 notas fiscais sequenciais, emitidas no mesmo dia e em valores fracionados por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos, para a PIX365 Soluções (Vai de Bet, segundo a polícia), que também é alvo da operação Integration.
De acordo com a polícia, são mais de R$ 8 milhões pelo uso de imagem e voz do cantor. O dinheiro em espécie e as notas fiscais como encontradas são, segundo as autoridades, sinais de lavagem de dinheiro. Saiba detalhes, clicando aqui.
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