A youtuber sul-coreana Moon Bok Hee, conhecida por comer porções enormes de comida em seu canal “Eat With Boki”, tem sido acusada de editar seus vídeos para excluir trechos em que cuspiria os alimentos. De acordo com o Koreaboo, fãs e seguidores começaram a expor evidências do suposto truque da influencer.
Boki soma quase 5 milhões de inscritos no YouTube, produzindo um conteúdo conhecido como “Mukbang” – vídeos em que as pessoas transmitem a si mesmas comendo refeições gigantes. Desde que se tornou uma tendência na Coreia do Sul, em 2010, ela surpreendeu seguidores por aguentar tanta comida. Mas agora, seu público passou a reparar num gesto da youtuber com o dedo, que representaria o ponto certo para editar os vídeos e cortá-los para uma próxima cena.
Seria nesses momentos em que Boki cuspiria sua comida, ao invés de engoli-la, como muitos imaginavam. De acordo com os fãs, ela sempre mastiga de boca fechada – fator que a fez se diferenciar de outros youtubers do gênero. Entretanto, num clipe que repercutiu pela web, assim que o vídeo corta para uma outra cena, a influencer aparece com a boca aberta, ainda com comida dentro. Olha só o trecho em câmera lenta:
https://twitter.com/MidiasHG/status/1297607965063741440?s=20
Em outro vídeo, a youtuber parece fazer um gesto com seu dedo, e não se move após um corte da cena. Entretanto, o arroz em seu prato sutilmente muda de posição. Esses detalhes fizeram com muitos seguidores se sentissem enganados e passassem a apontar os trechos que teriam sido editados por ela.
Dá uma olhada:
O arroz no prato de Boki também levantou suspeitas! pic.twitter.com/DgPY2nQVdx
— Mídias HG (@MidiasHG) August 23, 2020
Boki se manifesta
Neste sábado (23), Boki postou um novo vídeo em seu canal – sem cortes, com mais de uma hora – e se manifestou sobre as acusações. “Me importo muito com o empratamento, o som, as roupas e tudo mais para fazer um bom conteúdo em vídeo. E as cenas em que a comida fica presa na minha boca e quando parece que está sujo quando como não são bonitas visualmente. Então, essa parte é editada para melhorar a estética”, tentou justificar ela.
A influencer de “mukbang” afirmou que “produzir conteúdos em vídeo perfeitos e produzir essa beleza estética é a minha paixão”. Boki também contou que está, sim, trabalhando com um editor, e prometeu que tentará melhorar suas publicações. “Vou produzir vídeos mais valiosos como uma criadora”, finalizou ela, na descrição de seu vídeo. Confira:
https://youtu.be/ugbZ7aCUW2k
China declara guerra a esse tipo de conteúdo
Apesar de sua popularidade em redes como TikTok, o “mukbang” tem causado polêmica na Ásia. De acordo com a BBC News, o governo chinês tem imposto restrições a esses vídeos. Não apenas isso, esse conteúdo corre o risco de ser totalmente proibido no país em breve. Isso porque o presidente Xi Jinping iniciou uma campanha contra o desperdício de alimentos, visto que a escassez de comida é uma das preocupações da China.
Desde o início da campanha “Prato Limpo”, veículos da mídia controlados pelo governo chinês têm feito reportagens e produções criticando os influencers de mukbang, pelo fato de consumirem quantias absurdas de comida em suas transmissões. Com isso, as redes sociais seguiram pelo mesmo caminho, na tentativa de promover um alerta aos seus usuários.
Agora, quando internautas pesquisam expressões como “comendo ao vivo” ou “show de comida” na China, a pesquisa exibe textos de aviso. Já o aplicativo Douyin – como o TikTok é conhecido por lá – tem exibido um alerta nos vídeos, que diz: “Valorize a comida, recuse-se a desperdiçar, coma corretamente e tenha uma vida saudável”. Assim também tem feito o popular Kuaishow, conscientizando os usuários a “economizar comida e comer corretamente”.