Zé Gotinha viraliza no exterior, é alvo de comparação polêmica e brasileiros defendem: “Não tem nada de errado” — entenda!

Zé Gotinha fez carreira internacional… mas nem todos estavam preparados para o ícone! Nesta semana, o tradicional mascote das campanhas de vacinação no Brasil virou manchetes mundo afora, após levantar um debate nas redes sociais. Internautas estrangeiros se surpreenderam com o design do personagem e o compararam aos trajes do grupo supremacista Ku Klux Klan. Os brasileiros, é claro, não deixaram barato.

Um tuíte, em especial, deu o que falar. “O mascote da vacinação do Brasil poderia ter passado por mais níveis de checagens e aprovações”, publicou Roxxane La Win, anexando uma foto de uma das versões mais “simples” do mascote, em um ponto de vacinação. Assim como fez Roxxane, diante da imagem, muitos estrangeiros acharam o formato da “cabeça de gota” parecido com os capuzes usados nas reuniões do Klan. Confira:

Uma internauta provocou o grande debate sobre Zé Gotinha. (Foto: Reprodução)
O traje do Zé Gotinha “desfigurado” foi comparado aos da Ku Klux Klan. (Foto: Reprodução/Twitter)

O repórter sul-africano Lester Kiewit também ficou em choque. “O mascote da vacinação do Brazil: 33% fantasma, 33% camisinha, 33% KKK [Ku Klux Klan], 1% WTF [que p*rra é essa], disse ele. O professor Marc Mendelson, por sua vez, também concordou. “Essa deve ser a pior escolha de mascote na história da vacinação”, opinou.

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A discussão não parou por aí… “Não tenho certeza se o mascote da vacina no Brasil é a ferramenta promocional que eles esperavam que fosse”, avaliou Charlotte Salomon. “‘Ah, a Ku Klux Klan é norte-americana’. Sim, porque ninguém no Brasil poderia ter parentes nos Estados Unidos que sabem da KKK, ninguém no Brasil poderia ser descendente de alguém que sabe sobre a KKK, os estadunidenses nunca vão ao Brasil e eles nunca vão morar aí”, ironizou o perfil de Talltaria, tentando argumentar de que o design não seria sensato.

Brasileiros negam alusão à KKK e defendem Zé Gotinha

O Brasil não foge à luta… principalmente quando a briga envolve um dos ícones nacionais! Em meio a uma série de queixas sobre nosso Zé Gotinha, diversos internautas defenderam o mascote, negando as comparações com a Ku Klux Klan, e afirmando que ele é apenas o que é: uma carismática gotinha de vacina. “Como uma brasileira negra, eu apenas via o Zé Gotinha. Nós literalmente cagamos para o que os norte-americanos pensam disso, porque é apenas o Zé Gotinha para nós”, disse Giulia.

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Outros ressaltaram que o visual “distorcido” do Zé Gotinha se deve, algumas vezes, ao baixo orçamento que impede de ter uma fantasia mais elaborada para o bichinho. “Você deveria pedir desculpas ao Zé Gotinha. Ele é um ícone brasileiro e foi criado para ser como a gota de uma vacina contra poliomelite, criado para encorajar crianças a não terem medo. A fantasia que você postou era de uma região extremamente pobre, com baixo orçamento. Temos muito orgulho desse mascote”, apontou um perfil no Twitter, em resposta à Roxxane.

Xuxa e Zé Gotinha numa campanha do Ministério da Saúde, de anos atrás. (Foto: Reprodução/YouTube)

A conta do brasileiro ainda acrescentou: “Nós sabemos os horrores da KKK. Por sorte, essa organização por si só não foi forte aqui, apesar de que nós tivemos de encarar – e ainda encaramos – grupos supremacistas brancos. Mas o ponto é que seu post foi desrespeitoso e mostra uma ausência de conhecimento cultural. Ponto final”.

https://twitter.com/10_conto/status/1363490871874846723?s=20

Foi exatamente o que vários dos “amiguinhos do Zé” expressaram. “Parem de gongar e xoxar o Zé Gotinha, alguns lugares não possuem verba para dar a melhor fantasia, o símbolo do Zé Gotinha significa vacinação gratuita! Viva o SUS!! E vão tomar no c*”, advertiu Yuri. “Não tem nada de errado com o Zé Gotinha, o fato é que nem todo lugar tem a verba pra dar na fantasia. Pode ser esquisito, mas aqui significa vacinação gratuita, coisa que vocês desconhecem”, alfinetou outra usuária da rede, exaltando o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS).

https://twitter.com/jneferr/status/1363457275298537473?s=20

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A repercussão fez com que muitos também conscientizassem os próprios brasileiros do significado desse símbolo que ultrapassou gerações. “O Zé Gotinha foi criado em 1986 para campanha de vacinação contra o vírus da poliomielite feita pelo Ministério da Saúde. Ele é um símbolo de vacinação infantil, de saúde, de vida e reforça a importância do SUS. Defendam a vacinação das crianças! Defendam o SUS!”, explicou o deputado federal David Miranda.

Assim como ele, fez o Marco – desta vez, dando aula para o mundo. “Zé Gotinha é um mascote de muito sucesso para a vacinação de poliomelite. Ele realmente fez a diferença na aceitação da vacinação pelas crianças e pais, e representa uma grande vitória do sistema totalmente público de saúde do Brasil. Pedimos perdão se ele gera desconforto, mas temos muito orgulho do SUS”, ensinou o internauta.

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Houve até quem sugeriu que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adotasse uma versão gringa do nosso Zé, para incentivar a vacinação entre o público infantil. “Os Estados Unidos deveriam considerar criar seu próprio mascote ‘Droplet Joe’ [João Gotinha, em tradução livre] para tornar a vacinação um processo menos assustador para nossas crianças. Parece que isso funciona maravilhosamente no Brasil”, comentou Holly Briden.

É claro que esse avanço do Zé Gotinha em carreira internacional também rendeu vários memes! Veja abaixo alguns deles e as melhores reações:

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“Quem na Terra foi que assinou esse mascote da vacina no Brasil?”

“Esse tubarão. É o mascote da vacina do Brasil em carne e osso. Não tenha pesadelos”.

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