A maratona tá em dia por aí?! Na última sexta-feira (3), foi ao ar na Netflix a primeira parte da quinta temporada de “La Casa de Papel“. Os episódios contam com muita ação e, até mesmo, despedidas. Ô, meu pai, o chororô foi real! Fã da série, Hugo Gloss bateu um papo super especial com os astros Úrsula Corberó (Tóquio), José Manuel Poga (Gandía), Hovic Keuchkerian (Bogotá) e Enrique Arce (Arturo), que contaram um pouco mais sobre esse processo de dizer adeus à produção que conquistou o mundo.
Apesar de estar pronta para iniciar um novo capítulo em sua carreira, Úrsula foi tomada por emoções ao se dar conta que seus dias como Tóquio estavam chegando ao fim. “Fiquei muito triste, não sei bem o que aconteceu comigo. Na quarta temporada, sabíamos que haveria mais uma e eu achava perfeito. Pensava: ‘mais uma temporada e encerramos’. A verdade é que ‘La Casa de Papel’ é um trabalho muito intenso, foram muitos anos… Suponho que todos nós que estamos desde o começo temos o desejo de fazer coisas novas e encerrar esta etapa com qualidade”, argumentou ela, que disse ter entrado numa “bad” à medida que os dias de filmagem iam passando.
“Apesar disso, nas duas últimas semanas, começou a cair a ficha de que estávamos cada vez mais próximos do último dia, faltava muito pouco para acabar, e entrei numa ‘bad’ de melancolia, tristeza… Me senti como o que as pessoas dizem que acontece quando você morre, que todos os melhores momentos passam pela sua cabeça como imagens. Foi isso que aconteceu comigo. Sei que estou sendo muito dramática (risos), mas eu juro que foi assim que eu me senti e foi o que eu vivi, um drama completo! E, paralelamente, eu estava muito cansada e precisava chegar ao final. Então, eu acho que misturei todas essas coisas”, avaliou.
Assim como a colega de trabalho, José também viveu um momento de nostalgia. “Pra mim também foi difícil e nostálgico. Assim que um trabalho como este acaba, pensamos: ‘Quando será que voltaremos a estar numa produção como essa? Com esse tipo de equipe, esse nível de artistas, com essa família com a qual criamos um vínculo tão bonito?’. Eu achava que terminaríamos na quarta temporada, mas quando li os roteiros e vi que não saíamos do banco, me dei conta de que seria preciso uma quinta. Então, tive esse tempo para entender que essa seria, de fato, a última e que eu devia desfrutar o máximo possível dessa experiência”, comentou.
O passado de Tóquio
Nessa nova leva de episódios, somos apresentados a personagens nunca antes vistos, como Rafael, que é filho de Berlim, e René, ex-amante de Tóquio — ambos aparecem em uma série de flashbacks. Segundo Corberó, esses vislumbres do passado são muito importantes e trazem um “frescor” para a produção. “Sempre que estão acontecendo os roubos, há uma energia muito frenética, de muita adrenalina, momentos muito pesados, muita violência. Então, quando eu soube que iam contar o passado da Tóquio com esse primeiro namorado que ela teve, o René, que é interpretado pelo Miguel Ángel, uma pessoa cheia de energia e vitalidade, foi bem legal”, declarou.
Para a atriz, essa foi uma forma de mostrar ao espectador de onde vem o temperamento da ladra queridinha pelo público. “Vi que isso poderia ser muito interessante, eu também tinha o desejo de saber o que realmente levou a Tóquio a ser como era naquele momento: uma mulher tão atormentada, visceral, tão violenta. Além disso, foi incrível gravar essas cenas. Porque eu pude encarnar uma Tóquio mais jovem, mais alegre, mais solar, por assim dizer. Foi algo muito bonito, eu aproveitei muito”, afirmou Úrsula.
Há redenção para Arturo?
Arturito é um personagem muito polêmico, tendo assediado uma outra refém na temporada passada e causado diversos problemas para os protagonistas. Se você, leitor, já assistiu aos novos episódios, sabe que ele está mais detestável do que nunca! Será, então, que existe chance de redenção, no futuro, para o ex de Mônica? “É uma boa pergunta… Acredito que o personagem chegou a um ponto ao qual era praticamente irredimível”, frisou Enrique, que disse ter enfrentado problemas ao gravar a tal cena do assédio.
“Discuti com o diretor e com o produtor sobre estarem errados sobre essa cena. Conversei muito com eles e eles me pediram que confiasse neles, e no final, eu tinha razão. Não acrescentava nada ao personagem ou ao enredo e me deram razão. Eu pensei que o personagem havia morrido ali, que não havia uma forma de salvá-lo. Mas quando comecei a ler o novo roteiro, a redenção de Arturo era a loucura ou a busca de sair daquilo, e isso se nota na primeira parte desta última temporada, então acho que ele se redimiu um pouquinho. Claro que não tenho como saber a opinião do público, mas para mim houve um pouco de redenção”, pontuou.
Teorias de fãs
Como sempre, os fãs bolam diversas teorias da conspiração sobre o destino dos personagens — às vezes eles acertam, outras, não. Uma das hipóteses criadas antes do lançamento dessa quinta temporada era de que Estocolmo e Rio morreriam, visto que ambos eram os únicos marcados com sangue nos pôsteres individuais da série. Arce, inclusive, elogiou a criatividade da galera: “Os fãs são loucos, eles têm uma capacidade, uma criatividade, que em determinados momentos poderiam competir com esses gênios que criaram a série. Tem soluções que os fãs sugerem que meu Deus! São maravilhosas, ainda que não sejam o que vai acontecer”.
“E outras, não vamos dizer quais, que de repente acertam! Fico imaginando como eles podem ter adivinhado através de pequenos detalhes. Não vamos dizer quais são esses, mas alguns acertam. É impressionante como prestam atenção nos detalhes, como veem tudo, reparam nas fotos de fundo das coisas, é incrível, os admiro muito. Eu não teria paciência para isso. Mas os fãs mais apaixonados têm uma capacidade enorme e um amor brutal pela série, isso é algo inquestionável. Eles têm toda a minha consideração e respeito”, completou o ator.
Desfecho dos personagens e spin-off
Por fim, os astros nos disseram se ficaram felizes com o desfecho de seus personagens e revelaram se topariam participar de um spin-off da série, caso aconteça. “Estou contente com o roteiro e com o que nós fizemos. Estou feliz com o final, me parece um grande final. Mas não posso dizer muita coisa. E sobre o spin-off, nunca se sabe, só o tempo dirá. Não sabemos nem como será a próxima semana”, argumentou Hovic. “Eu fiquei muito feliz com a forma que a série terminou e adoraria que houvesse um spin-off do Arturo. Eu adoraria, faria até sem cachê”, emendou Enrique.
José também se mostrou muito contente com a trajetória de Gandía até aqui. “Estou muito grato pelo que os roteiristas e os criadores da série fizeram para Gandía. Estou feliz, gosto da trajetória que ele tem, da trama, dos momentos com Tóquio, as relações que foram criadas. E eu tive a sorte de poder gravar bastante, o Gandía tem pequenos momentos com a maioria dos personagens. E isso foi muito para mim, ter momentos pessoais com cada um deles. E sim, eu diria que sim [para um spin-off]”, declarou.
A resposta de Úrsula não seria diferente… “Sim, adoraria fazer um spin-off sobre Tóquio. Mas fico pensando que praticamente já tive o spin-off, né? Com os flashbacks que contam um pouco do passado dela. Mas sempre podemos falar sobre o futuro. Sim, eu estou feliz, estou feliz com o final de temporada de uma forma geral. Nos falaram que tinham conversado com o Álex Pina, o criador e roteirista de ‘La Casa de Papel’, e que ele tinha dito que para a quinta temporada havia escrito 33 finais diferentes!”, lembrou ela.
“Nós imaginávamos o Álex escrevendo e fazendo assim com as folhas de papel [fez um gesto de amassar e jogar no chão]: ‘Não, este não, vou escrever mais um'”, imitou a atriz, bem-humorada. “E aí no final ele pegou um dos papéis da pilha de amassados e disse: ‘Está bem, esse vai ser o final'”, brincou Poga. “Este mesmo, já deu, estou cansado. Estou cansado de escrever tantos finais, não aguento mais”, concluiu Corberó, aos risos. Muito simpáticos, né?!
Confira a entrevista na íntegra: