Os cactos pediram e a gente atendeu! Sim, nosso boss Hugo Gloss bateu um papo mega especial com ninguém menos que Juliette Freire, mulher mais falada do momento! A campeã do “BBB 21” reservou um tempinho em sua agenda e teve uma conversa pra lá de franca com o jornalista, abrindo o coração sobre os louros e os reveses da fama que ganhou ao longo da participação no reality. Verdadeiro fenômeno, a advogada hoje acumula 29,6 milhões de seguidores em suas redes sociais! É pau!
Uma poderosa reconhece a outra
Ela, entretanto, ainda está surpresa com o sucesso estrondoso e repentino, que a rendeu muitas propostas de trabalho. Tão logo deixou o confinamento global, foi chamada pela família de Anitta para se hospedar na casa da poderosa, que tem passado uma temporada fora do Brasil. No papo com Gloss, Juliette explicou como surgiu o convite. “A família dela é da Paraíba também, de Garaíba, se não me engano, tinha um carinho por mim e devem ter comentado com ela. Daí, eu comecei a cantar e ela achou massa, gostou também de me ver falando verdades, o que eu pensava e falou: ‘Cara, ela parece comigo'”, comentou.
De volta ao ‘mundo externo’, Juliette se surpreendeu ao descobrir que as mães dela e de Anitta ficaram amigas ao longo dos meses de sua participação no reality! “Eu tive uma surpresa, fora que eu sou muito fã de toda a trajetória dela (Anitta), de como ela teve que batalhar para abrir espaço. Tenho muito respeito, então foi uma coisa bem natural e que provocou confiança tanto nos meus amigos, quanto nos dela, então, tô em casa”, classificou, sobre a estadia no lar da popstar.
A relação com a fama
A paraibana vem aprendendo aos poucos como lidar com o turbilhão de novidades que agora fazem parte de sua vida. “Estou pegando tudo muito rápido, no susto mesmo. Precisa fazer? Vamos fazer e pronto. Mas, eu saio [do programa] em um período bem difícil em relação à Covid-19 e precisava resolver um monte de coisa. A parte mágica e divertida tá vindo aos poucos. Tipo, hoje é uma parte divertida, eu sempre quis isso (dar entrevistas). Assim, eu nunca quis ser famosa, mas eu achava um máximo essas coisas, e pensava: ‘Nossa, eu quero fazer isso!’. Então pronto! Estou aqui”, declarou, bem-humorada.
A parte ruim, para ela, é ter que tomar grandes e importantes decisões num período breve de tempo. “Sempre estudei muito antes de tomar uma decisão. Sou advogada, sou muito metódica, quero ler cada coisinha. Então, sentar o bumbum na cadeira, ler contrato, decidir o que é melhor para mim, o que condiz com o que eu acredito, fazer as melhores decisões, porque eu vou ficar um ano vinculado àquela coisa, seja marca, seja TV, seja música, seja qualquer coisa… essa é a parte tensa e precisa ser rápido, porque as oportunidades são assim”, avaliou, estalando os dedos.
Com uma legião de fãs, Juliette agora atrai olhares e arrasta uma multidão de pessoas por onde quer que passe. “Ficava com medo quando eu via as pessoas chorando ou tremendo, ficava muito confusa e pensava: ‘Meu Deus, Meu Deus, por quê?’. Eu não entendia muito. Depois comecei a entender o sentimento de fã, comecei a dar uma lida, como é, e tal. Como é a vontade grandiosa de dar carinho, de admirar, de se espelhar. Eu recebo esse sentimento bom de mente e coração aberto”, afirmou.
Esse medo, entretanto, logo passou. “Eu me assustava muito com o caos, com um monte de gente, barulho, eu queria ouvir cada um, mas não dava, porque tinham 10, 20, todos falando ao mesmo tempo, e me deixava agoniada. Agora não, agora o segurança organiza, eu posso falar com um por um”, contou, dizendo ainda estranhar o fato de ter guarda-costas andando ao seu redor. “Eu morro de vergonha, inclusive. Porque eu quero paquerar, tô precisando”, brincou ela.
O susto ao voltar para o mundo real
Para a maquiadora, foi muito assustador ver a proporção que as coisas tomaram aqui fora e ela agora entende que suas ações e palavras têm um peso diferente. “Eu ainda tô com muito medo. Se eu pudesse, eu isolaria os sentimentos que ainda estão muito fortes em mim de tudo que eu passei e viveria só essa parte mágica, da tranquilidade, da alegria, de gravar isso, ou aquilo. Eu ainda estou misturando as coisas, então está um pouco assustador, mas já estou bem melhor, eu saí de lá 30%, hoje eu estou 60%. Por exemplo, alguns sentimentos que eu senti lá que algo aqui fora me lembra, eu já fico me tremendo, fico ‘será que é isso?’ Eu ainda fico com medo”, confessou.
Freire falou mais sobre esse mix de sentimentos e situações que despertam nela gatilhos emocionais: “Vi que algumas coisas me despertam sentimentos que passei lá dentro, e isso não está me fazendo muito bem. A pressão também, porque sempre fui muito dona de mim, sempre tomei minhas decisões e na minha família inteira, são as minhas decisões que prevalecem, eu era muito segura. Hoje em dia, eu vejo minhas decisões sendo questionadas ou duvidadas (como no reality), e isso me deixa agoniada. Esta parte não é tão boa e estou tentando administrar”.
A trajetória no reality
Juliette foi descredibilizada e perseguida uma série de vezes ao longo do jogo. A sister passou por poucas e boas dentro da casa e foi julgada até mesmo por aqueles que considerava amigos. “O que aconteceu comigo ali foi um processo muito rápido. Enfrentei coisas que eu tinha medo e já enfrentei de modo sútil na vida, de forma muito rápida. Eu perdi o chão e não sabia lidar. Não era nem sempre comigo, mas entre as pessoas, eu via coisas que não me agradavam e eu fiquei aterrorizada. Então, enfrentei um processo psicológico no início, e depois foi como se eu tivesse ligado o ‘f*da-se'”, explicou, sobre como deu a volta por cima das adversidades.
“Eu já tinha perdido minha auto estima, o orgulho e tudo que me agarrava aqui fora para me manter firme, segura e tal. Depois que eu perdi isso, eu pensei ‘sabe de uma coisa? Agora eu não tô mais nem aí’. Não parei de sentir, mas eu não me importava mais com coisas menores, eu já tinha passado por algo tão grande dentro de mim que eu disse ‘agora vai’. E aí comecei a ficar mais leve – de vez em quando eu caía, mas na maioria das vezes, tentava ficar bem. Rezei e orei muito, pensei muito na minha família, no que eu fui fazer lá, que era ganhar um milhão e meio e eu fui embora”, acrescentou.
O segredo para manter a calma
Apesar de sempre acabar envolvida em algum conflito, Juliette nunca perdeu as estribeiras com nenhum participante e explicou que vinha trabalhando em si mesmo há tempos. “Vim em um processo de reencontro, de reconexão muito forte neste último ano, depois da pandemia, eu me reconectei, de verdade. Digo que eu tenho alguns grandes momentos na minha vida: quando eu perdi minha irmã, em 2009, outro quando minha mãe teve o AVC e esse último ano na pandemia. Me afastei de muitas pessoas e atitudes que não me faziam bem e, inclusive, levei todas as minhas amigas nessa”, contou.
A postura da advogada ao longo do jogo, inclusive, orgulhou sua terapeuta. “Eu já estava em um processo de evolução comigo, e minha terapeuta disse que me daria alta. Quando eu saí do programa, liguei para ela e disse: ‘E aí, me daria alta? Você está arrependida?’, e ela disse que não, que eu fui muito bem, que eu fui exatamente o que ela pensava que eu seria. Disse que ela me leu, leu meu prontuário, viu várias informações e grifou tudo que eu fazia lá dentro e batia aqui fora. Ela tem muito orgulho de mim”, comentou.
Desentendimentos com outros participantes e os próprios erros
Durante o confinamento, Juliette teve uma relação de altos e baixos com Karol Conká, que saiu do programa com a maior taxa de rejeição da história. Questionada sobre o que sentiu ao descobrir a alta porcentagem da rapper, a advogada pontuou que já percebia algo no ar, ainda na casa. “Eu já sentia lá dentro, sentia que ela tinha muito medo e que, em determinados momentos, tinha um olhar mais autoritário, intimidador e depois, tinha um olhar mais triste. Ela estava confusa. Eu sentia que ela já estava pensando que isso podia acontecer aqui fora e lá dentro, sentia que ela se arrependia das atitudes que ela teve. Às vezes, ela desviava o olhar, ficava um pouco sem graça com algumas coisas”, descreveu.
A sister, por sua vez, deixou claro que acredita na melhora do ser humano e avaliou também alguns erros que cometeu ao longo de sua jornada no reality. “Eu vejo o povo dizendo assim: ‘Ai, Juliette, você não errou em nada, você foi perfeita’, e eu sei que não. Usei termos imbecis e idiotas, tive opiniões antecipadas, eu quero aprender e reparar cada palavrinha fora do tom, se eu machuquei alguém, se eu descredibilizei alguma coisa, eu quero reparar, aprender. Eu falei algumas coisas de capacitismo, por exemplo”, mencionou, sobre o termo “aleijada”, que usou em certo momento do jogo.
“Ali eu tava tão agoniada que não refleti sobre palavras como essa, entendeu? E eu me arrependo muito, inclusive, muitos fãs me ensinam e eu quero aprender com eles, quero dar minha voz a eles, de forma a reparar uma palavra antecipada e idiota que eu usei, mas que sei que não foi maldade. Então, se não foi maldade, não foi para machucar ou humilhar, você pode aprender e mudar”, enfatizou, deixando claro que acha importantíssimo encarar os erros. “Quero realmente mostrar minhas vulnerabilidades para as pessoas entenderem que eu não sou maravilhosa, plena, perfeita. Eu sou eu, fiz besteira também, e não é para passar a mão na minha cabeça não”, declarou.
A tão comentada briga com Lumena
E por falar em aprender… Ainda nas primeiras semanas de confinamento, Juliette convocou uma reunião de condomínio com os demais participantes do “BBB 21” que não acabou muito bem. Diversos deles se irritaram, após um certo tempo de conversa e Lumena, numa cena polêmica, saiu apontando dedos para a advogada, que se sentou para falar com a baiana. A cena causou intriga dentro da casa e muitas pessoas questionaram a atitude da paraibana.
Afinal, ela fez aquilo de maneira pensada para prejudicar a imagem de Lumena, ou foi apenas um instinto? “Eu sou assim, quando eu não aprendo eu digo: ‘Tá bom, tá certo, me desculpa, me ensina?’. Aí me ensinou e eu reproduzo quando eu estudei. A minha vida foi assim, eu sou de perguntar tudo. Eu já entrei [no programa] humilde, sabia que não tinha a educação perfeita, então, quando vem uma pessoa que eu respeito de intelectualidade ou história de vida, que pode me ensinar… eu tenho um ditado que fala assim: ‘Quando um burro fala, o outro baixa a orelha'”, citou.
“Todos nós somos ignorantes em determinados momentos. Eu sou ignorante em algumas coisas, então eu tenho a humildade de falar: ‘Agora eu sento, quem fala é você’, e eu tentei fazer isso, mas lá tava um caos tão grande que muitas pessoas não entenderam, me questionavam mil vezes e eu ficava triste. Mas acho que já está explicado”, concluiu, por fim.
Assista à primeira parte da entrevista de Juliette à Hugo Gloss:
Quer ler mais da entrevista?! Clique abaixo: