Em nome do Pai, do Filho e da Casa Gucci! Entre os cinéfilos desse mundão, só se fala numa coisa: o filme “House of Gucci“! Não é para menos, já que no elenco, temos artistas de peso como Adam Driver, Jared Leto, Al Pacino, Salma Hayek, Jeremy Irons e nossa musa, Lady Gaga. Depois de “Nasce uma Estrela”, o público agora poderá ver a ganhadora do Oscar na pele da intempestiva Patrizia Reggiani. A socialite, que foi casada por 12 anos com Maurizio Gucci, herdeiro da grife que leva seu sobrenome, mais tarde foi condenada à prisão como mandante do assassinato do rapaz.
O casting agradou muito os fãs, mas incomodou Patrizia, que em entrevista à Agenzia Nazionale Stampa Associata, chegou a reclamar de Gaga. A atriz optou por não conhecer a socialite pessoalmente ao fazer sua preparação para o papel. “Estou um tanto aborrecida pelo fato de Lady Gaga estar me interpretando no novo filme de Ridley Scott, sem sequer ter tido a cortesia e a sensibilidade de vir me encontrar. Não é uma questão de dinheiro, porque não vou tirar um único centavo do filme. É uma questão de bom senso e respeito”, disparou Reggiani.
“Não acho certo eu não ter sido contatada, e ver fotos de Lady Gaga entrando no camarim escrito ‘Patrizia’ – e digo isso com toda a simpatia e apreço que tenho por ela. Patrizia Reggiani é muito mais do que ela leu e viu, ou o que os roteiristas lhe disseram. Eu mesma, ainda hoje, não terminei de me descobrir, e continuo fazendo isso dia após dia. Quem pode me conhecer e conhecer a minha história melhor do que eu?”, completou a italiana.
Em entrevista exclusiva a Hugo Gloss, a cantora explicou o porquê de ter tomado essa decisão durante o laboratório da personagem. “O que foi importante para mim foi que eu assisti e li tudo, além do livro (‘Casa Gucci: Uma História de Glamour, Cobiça, Loucura e Morte’). Eu senti que o livro iria colorir os meus pensamentos, me dar muitas opiniões sobre Patrizia, então eu fiquei longe dele, mas vi exposições, artigos de jornal, e eu a assisti bastante. Mas eu notei que ela mentia muito. Eu entendi os maneirismos dela e os jeitos que ela fazia as coisas, até mesmo a forma como ela piscava muito enquanto falava – após 1995. Ou seja, depois dele (Maurizio) ser assassinado”, contou.
Gaga deduziu que Patrizia poderia contar uma versão da história diferente da realidade, na tentativa de melhorar a própria imagem. “Eu pensei: Ela está tentando gerar um legado para si mesma, de forma que ela seja lembrada de uma maneira específica. E eu sabia que isso não me ajudaria ao construir a juventude dela ou qualquer outra coisa antes de 1995, porque ela iria querer que eu a interpretasse do modo que ela gostaria de ser interpretada –não para contar a verdade, mas sim para pintá-la bem, sabe? Portanto, eu disse ‘vamos ficar longe disso e deixe-me fazer o máximo de pesquisa possível’. Eu não interpretei Patrizia através da minha visão dela, mas como uma jornalista, tipo: ‘o que eu acredito?'”, declarou.
Depois de muito estudo, a artista finalmente entendeu cada particularidade de Reggiani e agora pondera sobre quais teriam sido as motivações do crime. “Eu penso muita coisa sobre a Patrizia. Eu trabalhei por muito tempo nessa personagem. Foram seis meses antes de começarmos a filmar, e depois eu trabalhei por mais três meses e meio durante as filmagens. A primeira coisa que me vem à cabeça quando falamos dela, é que ela estava em modo de sobrevivência durante toda a vida. Ela sempre esteve tentando sobreviver. Acho que até mesmo a Gucci, como império, foi uma forma de sobrevivência para ela, e uma oportunidade dela ser ‘importante'”, avaliou em conversa com o jornalista.
“Eu acredito que ela era apaixonada por Maurizio. Eu acredito que ele era apaixonado por ela e pela sua força, mas eu também acredito que – você vai reparar isso no filme – ela nunca é tão brilhante quanto a Gucci. Ela é excluída, ela nunca se encaixa completamente. Sempre tem algo um pouco esquisito com ela, algo vergonhoso. Como atriz, eu pensei nisso, mas não foi algo que eu tentei interpretar. Quando eu assisto ao filme, percebo que todas as coisas que eu coloquei dentro de mim, minha vida interior, se realizaram”, continuou.
“Você percebe essa barreira entre Patrizia e todas as outras pessoas, quase como se ela estivesse existindo no mundo deles e estivesse tentando muito ser a condutora, mas todo o poder que ela possui é uma ilusão. Porque, instantaneamente, quando os homens dizem ‘não’, eles a descartam e é isso. E o descarte de mulheres causa dor. Então, acho que o que eu estou tentando falar é sobre sobrevivência e dor”, concluiu Gaga.
Muito simpática e querida, a estrela ainda “abençoou” a entrevista, lançando o famoso bordão “Em nome do Pai, do Filho e da Casa Gucci”. Ao final, Hugo Gloss aproveitou para citar a recente parceria da diva pop com Pabllo Vittar, presente no disco “Dawn of Chromatica”. “Eu preciso dizer, o Brasil ama muito a sua versão com a Pabllo Vittar, de “Fun Tonight”, a versão remix! E nós ainda estamos te esperando aqui para fazer shows! Eu amei conversar com você novamente, você é sempre um amor“, elogiou o jornalista. “Obrigada, você é maravilhoso! Te amo! Muito obrigada!“, agradeceu Lady Gaga.
Assista ao bate-papo na íntegra:
Hugo Gloss também conversou com Jared Leto sobre “House Of Gucci”. Na entrevista, o astro que trabalhou por quase uma década com a grife italiana, se disse chocado com a história que descobriu no filme. Leto ainda abordou a preparação e comentou a caracterização incrível para se transformar em Paolo Gucci, um dos herdeiros do império da moda. Leia, clicando aqui.