Eita! Walter Casagrande se irritou com Neymar nesta sexta-feira (9), durante o programa “Seleção SporTV”. O comentarista comparou o jogador ao presidente Jair Bolsonaro, e criticou o camisa 10 da Seleção Brasileira por não se revoltar com questões sociais que têm abalado o Brasil – mas sim com brasileiros que estão incomodados com o atual cenário e decidiram torcer contra o país na final da Copa América.
Tudo começou com um desabafo de Neymar, nesta quinta-feira (8). O astro do Paris Saint-Germain se disse patriota, “brasileiro com muito orgulho e com muito amor”, e detonou os que decidiram torcer pela Argentina no jogo contra o Brasil. “Meu sonho sempre foi estar na Seleção Brasileira e ouvir a torcida cantando. Jamais torci ou torcerei [contra] se o Brasil estiver disputando alguma coisa, seja lá qual for o esporte, concurso de modelo, Oscar ou o c*ralho a quatro. Se tem o Brasil, eu sou o Brasil. E quem é brasileiro e faz diferente? OK, vou respeitar… Mas vai pro caralho, né”, disparou o jogador, através do Instagram. Olha só:
Já na tarde de hoje, em sua coluna no GE, Casagrande questionou esse patriotismo de Neymar e o chamou de “súdito” de Bolsonaro. “Desta vez, o presidente Jair Bolsonaro e seu súdito Neymar deixaram os argentinos motivados para essa final porque, como os dois não respeitam ninguém, falaram coisas que transformaram essa partida como a mais importante da história para os nossos vizinhos. Vão jogar com muita gana, como sempre, mas desta vez estão mordidos pelas falas dos nossos falastrões”, escreveu o ex-jogador.
Em sua participação no “Seleção SporTV”, Casão retomou seus argumentos, defendendo que torcer para a Seleção Brasileira “é uma agulha no palheiro no contexto de ser patriota”. O comentarista revoltou-se por Neymar estar incomodado com a torcida, ao invés de demonstrar esse patriotismo diante da situação crítica que o Brasil tem vivido. “Eu nunca vi o Neymar ficar bravo com toda a crise que a gente vive no Brasil. O problema do Neymar é torcer para a Argentina. Aí ele fica bravo, aí ele se acha um patriota, aí ele se sente um brasileiro. Ele acha que ser brasileiro é isso? A definição de brasileiro do Neymar é não gostar quando alguém fala que torce pela Argentina”, apontou ele.
O comentarista seguiu criticando o silêncio do craque brasileiro diante das mortes em plena pandemia e suspeitas de corrupção no governo: “Nós estamos com problema até a testa, pra cima da cabeça, gente morrendo, discussão de vacina, e ele não fica bravo com isso. Ele não fica bravo com as pessoas que morrem por causa de incompetência do governo Bolsonaro, ele não fica bravo que o governo não se mexeu pra comprar vacina e tá tendo caso suspeita de propina, de desvio de verbas e rachadinha. Aí ele não fica bravo. Quem fica bravo sou eu, quando vejo isso”.
Assim como em seu texto, Casagrande voltou a comparar Neymar com Bolsonaro na TV, reclamando dos modos grosseiros de falar. “O Neymar poderia simplesmente não gostar das pessoas que vão torcer pela Argentina e falar isso. Mas palavrão, ofensa e ser agressivo? Ele se comporta e ele fala com a mesma agressividade e grosseria com que fala o presidente Jair Bolsonaro. É a mesma coisa. Do mesmo jeito. Pra mim, tem que se repensar”, continuou.
Então, Casão defendeu que patriotismo seria demonstrar essa preocupação com a situação social do Brasil. “Ele não sabe o que é ser patriota e ele não sabe o que é ser brasileiro. Torcer pela Seleção Brasileira é uma coisa. Ser patriota, sofrer com a situação do país, apoiar, ser solidário com as pessoas, se manifestar, reclamar e se posicionar com a situação do país, aí eu acho que é ser patriota”, afirmou.
O comentarista concluiu deixando claro que estava ali expondo uma opinião sua, que nada tem a ver com a TV Globo, ou o SporTV: “Eu não gostei, escrevi no texto. Essa é uma opinião minha, pessoal, não é a da TV [Globo]. Sou eu que estou falando, é a minha opinião. Pra mim, o Neymar não sabe e não tem a mínima noção do que é ser brasileiro e ser patriota”.
https://youtu.be/oQ4NEh6uOEA
Neste sábado (10), o Brasil enfrenta a Argentina na final da Copa América – que foi sediada aqui no país, apesar das críticas. A partida decisiva do campeonato será realizada no Maracanã, com a presença de torcedores na arquibancada. A prefeitura do Rio de Janeiro (RJ) liberou que o estádio tivesse um público de 10% da capacidade total.