Uma necrópsia revelou o verdadeiro motivo por trás da morte do jornalista esportivo Grant Wahl. Segundo um documento emitido pelo New York City Medical Examiner’s Office, o repórter morreu em decorrência do rompimento de um aneurisma da aorta ascendente enquanto ele cobria os jogos da Copa do Mundo do Catar. Sua esposa, Céline Gounder, compartilhou a descoberta em uma nota nesta quarta-feira (14).
“Grant morreu devido à ruptura de um aneurisma da aorta ascendente não detectado e de crescimento lento com hemopericárdio”, escreveu ela no site do marido, referindo-se à parede que envolve o coração. “A pressão no peito que ele sentiu pouco antes de sua morte pode ter representado os sintomas iniciais. Nenhuma quantidade de massagem cardíaca ou de choques o teria salvado. Sua morte não teve relação com a Covid ou com a situação vacinal. Não havia nada nefasto sobre sua morte”, afirmou.
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De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, um aneurisma da aorta é uma protuberância semelhante a um balão na aorta – a grande artéria que transporta o sangue do coração. Em uma ruptura, o aneurisma estoura completamente, causando sangramento dentro do corpo.
O correspondente médico chefe da CNN, Dr. Sanjay Gupta, afirmou que um aneurisma da aorta é geralmente raro e difícil de detectar. “É muito difícil rastrear esse tipo de problema. Isso provavelmente é algo que já existia há algum tempo, mas não causava muitos sintomas”, explicou o médico.
Ao “CBS Mornings”, Céline revelou como soube da morte do marido. Ela descobriu que algo estava errado quando um amigo a enviou uma mensagem informando que Wahl havia desmaiado e que a equipe médica tentou reanimá-lo por 20 minutos. Gounder tentou localizar alguém no hospital no Catar para saber mais informações e perguntava se o jornalista tinha pulso. “Ninguém quis responder à pergunta”, relembrou. E acrescentou: “É apenas uma dessas coisas que provavelmente estava fermentando há anos e, por qualquer motivo, aconteceu neste momento”.
Relembre o caso
Grant Wahl faleceu na sexta-feira (9), durante a cobertura do jogo da Argentina contra a Holanda. Ele tinha 48 anos e passou mal na tribuna de imprensa do estádio Lusail, durante a prorrogação da partida. O repórter foi atendido por uma equipe médica, recebendo massagem cardíaca, mas morreu no local.
O profissional tinha procurado atendimento médico na segunda-feira (5), por não estar se sentindo bem. “Meu corpo quebrou. Três semanas de pouco sono, muito estresse e muito trabalho podem fazer isso com você”, escreveu ele. Esta era a oitava cobertura de Copa do Mundo em sua carreira.
Depois da notícia, o irmão do comunicador fez um forte desabafo nas redes sociais. Em um vídeo publicado no sábado (10), Eric Wahl alegou que o analista de futebol era um homem saudável e que, na verdade, teria sido assassinado. Na postagem, Eric contou que é gay, e que foi a razão pela qual o irmão tentou entrar no estádio no jogo de EUA e País de Gales vestindo uma camisa com arco-íris, símbolo de apoio à comunidade LGBTQIA+. Desde então, Grant vinha recebendo ameaças de morte. “Meu irmão era saudável. Ele me disse que recebeu ameaças de morte. Eu não acredito que meu irmão apenas morreu, eu acredito que ele foi assassinado”, declarou ele.
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Wahl é um dos três jornalistas que morreram enquanto cobriam a Copa do Mundo. Entre eles, estavam o diretor de esportes da ITV, Roger Pearce, e o fotojornalista do Catar da TV Al Kass, Khalid al-Misslam. Nenhuma das mortes teve a causa divulgada.
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