Mais um jornalista morre durante a cobertura da Copa do Mundo no Catar

Além do repórter norte-americano Grant Wahl, o fotógrafo Khalid al-Misslam também morreu durante a cobertura do evento esportivo

Copa Morte

O canal de esportes Al Kass TV, do Catar, confirmou neste sábado (10) a morte do fotógrafo Khalid al-Misslam. O fotojornalista trabalhava na cobertura da Copa do Mundo 2022. Este é o segundo óbito de jornalistas durante o evento esportivo. O renomado repórter norte americano Grant Wahl também faleceu na última sexta-feira (9), durante a cobertura do jogo entre Argentina e Holanda.

A emissora catariana informou sobre a morte do fotojornalista nas redes sociais, comunicando que está em luto pela perda. “Com enorme tristeza, e corações que acreditam na vontade e no destino de Deus, os canais Al Kass Sports lamentam a morte do falecido”, escreveu. A causa da morte não foi divulgada. Entretanto, de acordo com o jornal Gulf-Times, o jornalista também faleceu “de repente” – o mesmo que foi dito sobre a morte de Grant. Al-Misslam era fotógrafo do Departamento de Criatividade da rede televisiva.

Caso Grant Wahl

O jornalista esportivo Grant Wahl faleceu durante a cobertura do jogo da Argentina contra a Holanda, na Copa do Mundo no Catar. Ele tinha 48 anos e passou mal na tribuna de imprensa do estádio Lusail, durante a prorrogação da partida. De acordo com o G1, o repórter teria até sido atendido por uma equipe médica, recebendo massagem cardíaca, mas morreu no local.

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Wahl tinha procurado atendimento médico na segunda-feira (5), por não estar se sentindo bem. “Meu corpo quebrou. Três semanas de pouco sono, muito estresse e muito trabalho podem fazer isso com você”, escreveu ele. Esta era a oitava cobertura de Copa do Mundo na carreira do profissional.

Depois da notícia, o irmão do comunicador fez um forte desabafo nas redes sociais. Em um vídeo publicado neste sábado (10), Eric Wahl alegou que o analista de futebol era um homem saudável e que, na verdade, teria sido assassinado. Na postagem, Eric contou que é gay, e que foi a razão pela qual o irmão tentou entrar no estádio no jogo de EUA e País de Gales vestindo uma camisa com arco-íris, símbolo de apoio à comunidade LGBTQIA+. Desde então, Grant vinha recebendo ameaças de morte. “Meu irmão era saudável. Ele me disse que recebeu ameaças de morte. Eu não acredito que meu irmão apenas morreu, eu acredito que ele foi assassinado”, declarou ele.

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Em seguida, o rapaz fez um apelo aos seguidores diante da situação: “Eu só imploro por qualquer ajuda. Ainda estamos tentando descobrir [a causa da morte]”. “Ele desmaiou no estádio, recebeu reanimação cardiorrespiratória, foi levado pelo Uber para o hospital e morreu de acordo com Celine [esposa do jornalista]. Acabamos de falar com o departamento de estado e Celine falou com Ron Klain [chefe de Gabinete da Casa Branca] e a Casa Branca”, concluiu. No Catar, a homossexualidade é proibida por lei, além de resultar em punições severas. O país é alvo de uma série de polêmicas por conta de violações de direitos humanos. Assista ao vídeo abaixo: 

A esposa de Grant, Céline Gounder, também se pronunciou sobre a morte do jornalista no Twitter. “Eu estou muito agradecida pela família de futebol do meu marido e tantos amigos que entraram em contato hoje à noite. Eu estou completamente em choque”, escreveu ela ao compartilhar a declaração oficial da seleção americana de futebol.

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