Ex-BBB Felipe Prior vira réu em processo de estupro em São Paulo e tem julgamento marcado — saiba detalhes

Nesta quarta-feira (30), Felipe Prior virou réu na Justiça pelo crime de estupro. Após a denúncia feita pelo Ministério Público, em agosto, o Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou a acusação e definiu uma data para o julgamento do participante do “BBB 20”. Os relatos vieram à tona meses atrás, numa reportagem da “Marie Claire Brasil”.

De acordo com a colunista da Folha, Mônica Bergamo, o juiz Luiz Guilherme Angeli Feichtenberger aceitou a denúncia e determinou que Prior apresente uma resposta às acusações em até dez dias. “Verifico que as provas que instruem a denúncia demonstram a materialidade do crime e suficientes indícios a atribuir autoria. Não é caso de rejeição liminar, portanto, recebo a denúncia”, declarou o magistrado, em nota à jornalista.

Felipe Prior será julgado pela denúncia do caso de estupro em 2021. (Foto: Reprodução/TV Globo)

O TJ-SP também marcou a audiência de instrução e julgamento para o dia 10 de maio de 2021. A ação em questão foi movida pelo promotor Danilo Romão, da 7ª Promotoria Criminal, e pela promotora Fernanda Moreti, da Promotoria da Violência Doméstica. O processo diz respeito ao artigo 213 do Código Penal Brasileiro, que determina a reclusão de seis a dez anos para quem “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. O caso teria acontecido em 2014, em São Paulo.

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Além disso, de acordo com o G1, outros dois casos – que teriam ocorrido em outros municípios – serão enviados para os promotores locais. Neles, Prior é acusado de um estupro, em 2016, e uma tentativa de estupro, em 2018. Quanto a essas acusações, caberá a análise caso a caso, para determinar se serão arquivadas, ou qual será a decisão tomada. O Ministério Público, por sua vez, não revelou qual o andamento dos processos.

Advogadas das vítimas se manifestam

Em agosto, as advogadas Maíra Machado Frota Pinheiro e Juliana de Almeida Valente, que representam as vítimas, disseram que o “oferecimento da denúncia contra Felipe Prior demonstra a consistência das provas do caso, apesar das tentativas de desacreditar as acusações e as vítimas. Reforça a confiança de que o caso chegará a um desfecho com o mínimo de Justiça, apesar das marcas que estarão para sempre com toda as mulheres que sofreram abuso”.

As denúncias contra Felipe Prior vieram à tona pouco após sua participação no “BBB 20”. (Foto: Globo/Victor Pollak)

“Lutamos neste momento, não só para que um abusador seja responsabilizado, mas para que no futuro mulheres possam denunciar agressões sem serem atacadas, revitimizadas e desacreditadas pela sociedade e até por estruturas de Estado criadas para acolhê-las”, acrescentou a defesa das vítimas, num comunicado ao G1.

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Delegacia de Defesa da Mulher havia decidido não indiciar Prior

Antes da denúncia do MP, o inquérito policial que investigava as denúncias de três mulheres contra Felipe Prior – que foi acusado por elas de ter cometido dois estupros e uma tentativa de estupro –, chegou ao fim no início de agosto. Após a decisão da 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Paulo, o ex-BBB não foi indiciado pelos crimes.

De acordo com a revista Veja, no despacho de doze páginas do processo, a delegada responsável pelo caso entendeu que não havia provas para indiciar o arquiteto. “Minha investigação está encerrada, isso não quer dizer que o Ministério Público não possa levar o caso adiante. Pelo o que apurei e pelas provas que levantei, não achei tratar-se de caso que fere o artigo 213 do Código Penal”, afirmou Maria Valéria Pereira Novaes.

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Segundo o G1, no último dia 10 de julho, o inquérito havia voltado para a DDM, depois de um pedido do Ministério Público para novas diligências. Com isso, uma nova testemunha deu seu depoimento. Entretanto, a investigação foi novamente concluída por parte da Polícia. Mas, desde então, o caso havia sido encaminhado para o Ministério Público.

Nesta quarta (05), a família de Felipe Prior havia celebrado a decisão da DDM. (Foto: Reprodução/Globo)

Na ocasião, Edmir Prior, o pai do ex-BBB, havia comemorado a decisão e afirmou: “A verdade sempre vai prevalecer”. Já a advogada Carolina Pugliese, que compõe a defesa do arquiteto, havia respondido ao G1 que “a defesa sempre acreditou que a inocência de Felipe Prior iria se sobrepor a qualquer outra circunstância no curso das investigações”.

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“O trabalho criterioso e responsável da delegada, Maria Valéria Pereira Novaes, e sua equipe, permitiu que o acusado apresentasse as provas necessárias e imprescindíveis durante o inquérito policial. O que nós esperamos agora é que o caso seja encerrado para que a justiça se restabeleça e o Felipe Prior retome o curso normal de sua vida”, concluiu o comunicado da defesa de Prior.

Saiba todos os detalhes das denúncias, os desdobramentos anteriores do processo e os relatos das vítimas, clicando aqui.