Após ser solto da prisão nesta quarta-feira (30), Bill Cosby se manifestou pela primeira vez em suas redes sociais, falando sobre o caso. O comediante teve sua condenação por agressão sexual anulada pela Suprema Corte na Pensilvânia, nos Estados Unidos.
“Nunca mudei a minha postura nem a minha história. Sempre mantive minha inocência. Obrigado a todos os meus fãs, apoiadores e amigos que me deram suporte ao longo de toda essa provação. Um agradecimento especial para a Suprema Corte da Pensilvânia por defender o Estado de direito”, escreveu Cosby no Twitter.
Em 2018, ele recebeu a sentença de três a dez anos de prisão, e desses, só cumpriu dois anos. Bill, que hoje tem 83 anos, foi condenado pelo abuso de Andrea Constand, em 2004, que trabalha no local em que ele estudou, a Universidade de Temple, na Filadélfia, Pensilvânia.
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Além de Andrea, mais de 60 mulheres também acusaram Cosby de drogá-las e abusá-las sexualmente entre 1960 e 2010. E foi o testemunho de Conrad e mais cinco vítimas que o condenaram. A defesa do ex-ator negou as acusações feitas no tribunal.
A anulação da sentença veio do juiz David Wetch, que decidiu que o promotor Kevin Steele deveria cumprir a promessa feita pelo antecessor dele, Bruce Castor, que garantiu a Cosby que ele não seria denunciado. Os juízes entenderam que o promotor o induziu a se incriminar, já que o ex-comediante, a partir disso, deu um depoimento no processo civil à Justiça da Pensilvânia, que o considerou culpado.
Kevin desrespeitou o acordo e usou o testemunho no processo criminal, o que fere a Quinta Emenda da Constituição estadunidense, que afirma que uma pessoa não precisa produzir provas contra ela mesma. “A anulação é a única solução que atende às expectativas razoáveis da nossa sociedade em relação a seus promotores eleitos e nosso sistema de justiça criminal. A prisão é uma afronta à justiça fundamental, especialmente quando resulta em um processo criminal que foi esquecido por mais de uma década”, afirmou a Corte em comunicado.
Ainda segundo a Suprema Corte, os depoimentos das cinco mulheres contra Cosby interferiram no julgamento, mesmo que a Corte inferior afirme que os testemunhos eram essenciais para provar um padrão de comportamento do ator, que consistia em drogar e depois abusar sexualmente das vítimas.