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Cancelada ou descancelada? Doja Cat é acusada de racismo por suposta conversa com extrema direita, música polêmica e referência à Beyoncé; Fãs rebatem

(Foto: Getty)

Doja Cat poderia estar aproveitando e comemorando seu primeiro hit número um na ‘Billboard Hot 100’ pelo single “Say So”, com a Nicki Minaj. Em vez disso, a cantora se viu em uma polêmica desde o começo deste sábado (23). Nas redes sociais, um vídeo de Doja em uma conversa com um grupo supostamente de extrema direita fez com que a cantora fosse acusada de racismo. Junto a isso, uma música dela de 2015 e um recente TikTok em que ela parecia se referir à Beyoncé como ‘macaca’ fizeram com que a artista fosse ‘cancelada’.

No entanto, fãs da rapper se moveram para contestar todas as alegações, mostrando prints que sugeririam o contrário. Durante o embate, as hashtags “DojaCatIsOverParty” (‘Festa de cancelamento da Doja Cat’, em português) e “WeAreSorryDoja (‘Sentimos muito Doja’, em português) alternaram momentos entre os assuntos mais comentados do Twitter. Vem entender!

Tudo começou quando uma conta no Twitter publicou um vídeo de Doja em uma chamada de vídeo em que ela supostamente interagia em uma comunidade formada por pessoas de extrema direita. Na gravação divulgada, ela não aparece fazendo nenhum comentário polêmico, mas uma pessoa que teria participado da conversa diz que ela teria dado risada de piadas racistas de outros participantes.

Confira algumas gravações de tela:

Após o surgimento do vídeo, internautas foram atrás de outros detalhes da vida da rapper e trouxeram à tona uma música supostamente de 2015, intitulada “Dindu Nuffin”. O termo é usado por grupos de extrema direita para ironizar o modo como pessoas de cor falam a expressão “didn’t do nothing” (‘Não fiz nada’, em português) por causa do sotaque.

Além de usar no título, Doja repete a expressão em toda a canção. “Quanto ‘nada’ um ‘não fiz’ pode fazer. Se eu não fiz, não fiz nada. Quanto dinheiro um ‘não fiz’ pode fazer. Se eu não todas as coisas que eu você gostaria que eu tivesse feito”, ela canta no refrão.

O fã-clube @dojobat, então, decidiu se pronunciar através de uma thread rebatendo as alegações contra a artista. Nos tuítes, a conta afirma que entrou no chat em que Doja participa e que, por horas, ela não fez nenhuma declaração que condiz com as acusações. “Basicamente ela entrou nessa sala de conversa estranha e foi flagrada. O grupo não é nada racista. Muitos rumores foram inventados. Ela foi ameaçada pelos usuários. Alguns desses caras estão bravos com ela e inventaram coisas que ela teria feito lá antes de ser famosa, mas ela não é racista”, garantiu o perfil.

A conta, na sequência se referiu à polêmica canção de 2015. “Dindu Nuffin critica a brutalidade policial e detona isso. Não é uma tiração de sarro. Artistas frequentemente usam termos do tipo para acordar as pessoas”, afirmou o FC.

Acha que acabou? Nada disso. Na manhã deste domingo (23), foi trazido à tona um vídeo do dia 13 que a rapper postou no Tiktok. Nele, Doja começa fazendo uma referência à música “***Flawless”, da Beyoncé, e diz “I woke up like this” (‘Eu acordei assim’, em português). Na sequência, ela dispara: “What’s your favorite Beyonkey song?”.

Alguns internautas alegaram que Beyokey seria a união das palavras ‘Beyoncé’ e ‘monkey’, que significa macaco. E, com a associação de macaco a uma pessoa negra, Doja foi novamente acusada de ser racista. Assista:

No entanto, fãs da rapper defenderam que a pronúncia dela de “onkey” não é a mesma de “monkey” e, por isso, ela estaria usando o termo com o significado definido, em 2016, pelo “Urban Dictionary”. “Uma garota que acha que soa como a Beyoncé, mas quando ela canta parece mais o Burro do Shrek (O nome do personagem, em inglês, é ‘Donkey’)”, diz a explicação.

A artista não se pronunciou sobre nenhuma das acusações.

Outra polêmica

De qualquer jeito, esta não é a primeira vez que Doja Cat se envolve em uma polêmica. Em 2018, a cantora fez um tuíte com uma linguagem homofóbica. No comentário, ela se referia a gays como “faggots”, algo como “bicha” ou “viado”, termos ofensivos para a comunidade LGBTQ+.

O tuíte foi deletado e ela tentou se justificar. “Eu chamava as pessoas de bichas quando estava no colégio em 2015. Isso significa que não mereço apoio? Eu falei bicha algumas centenas de vezes na vida. Isso significa que odeio os gays? Eu odeio gays? Eu não acho que odeio gays. Ser gay é ok”, disse a princípio.

Depois da resposta não ter sido aceita, ela emitiu um novo comunicado. “Eu usei palavras depreciativas e odiosas em direção das pessoas por ignorâncias. Eu apenas quero que vocês saibam que são incrivelmente especiais e eu os mantenho com carinho em meu coração. Peço desculpas a qualquer um que se ofendeu ou se magoou profundamente. Vocês todos merecem apoio e amor”, declarou.

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