Datena é surpreendido ao vivo com declaração sobre a Band em reunião ministerial e dispara: “Não quero mais entrevistar o presidente”; assista!

Nesta sexta-feira (22), a filmagem polêmica da reunião do presidente Jair Bolsonaro com seu governo, feita no dia 22 de abril, pegou José Luiz Datena de surpresa ao vivo. Durante a transmissão do “Brasil Urgente”, foi exibido um trecho em que o presidente da Caixa Econômica afirma que a emissora Band pediu ajuda financeira. O apresentador se indignou e garantiu que não irá mais entrevistar o chefe de Estado.

Na reunião, Pedro Guimarães levantou a “questão da narrativa” como um problema para o governo federal e citou o suposto pedido do canal. “Acho que a gente tá com um problema de narrativa. Hoje de manhã, por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte: vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Ah, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Passei meia hora levando porrada, mas repliquei”, disse.

O presidente do banco falou que a empresa teria buscado ajuda financeira por conta da quarentena, e criticou o fato dos funcionários do canal estarem trabalhando de home office. “Eu tenho 30 mil funcionários na rua. Não tem essa frescurada de home office. Eu já visitei 15 agências e você em casa? Aí o pessoal ficou um pouco mais calmo”, completou.

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No final da exibição do vídeo, Datena logo se pronunciou em tom de crítica ao que foi dito. “O cara falou aí que o pessoal da Band queria dinheiro. Tem que falar quem da Band queria dinheiro, vai ter que provar isso! Seria bom marcar com ele, que já falou aqui umas 300 vezes, quem é que queria dinheiro. Eu não queria! Ele vai ter que falar quem queria. Vai ter que provar isso aí”, falou.

Posteriormente, Datena voltou no assunto e se mostrou revoltado com as alegações de Pedro Guimarães. “Agora eu me recuso a fazer qualquer propaganda da Caixa e desse governo. Eu me recuso, porque sou obrigado por contrato a ler os comerciais. Eu fiz comerciais no passado do governo porque eu sou obrigado”, falou o apresentador, antes de revelar ter recebido R$ 12 mil para fazer quatro ações de propaganda.

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“Eu tô dizendo aqui publicamente que, desde o começo, eu avisei pro pessoal da Band que não queria fazer essa ação comercial pro governo. Mas por contrato eu fui obrigado a fazer… Diante de saber que têm pessoas, dessa qualidade, dessa estirpe… Eu me recuso a fazer qualquer ação em favor desse governo, que já vi o tipo de gente que dirige, por exemplo, a Caixa Econômica”, continuou.

Datena também saiu em defesa da Band. “Essa aqui é uma emissora de honra! O cara não pode sujar uma emissora honrada, sem explicitar o que aconteceu. Eu tenho certeza absoluta que se tem alguém daqui que tentou levar o chamado ‘jabá’, esse sujeito vai ser colocado na rua e processado. Se eu fosse a Band, interpelaria juridicamente esse cidadão pra esclarecer o que ele falou nesta reunião ministerial”, completou.

Por fim, o apresentador do “Brasil Urgente” pediu para não ter que entrevistar mais Jair Bolsonaro. “De preferência, eu não quero mais entrevistar o senhor presidente da República. Depois de uma atitude dessa eu gostaria que o presidente da República desse entrevista para quem ele quisesse. Com todo respeito que eu tenho a ele e ao cargo dele, eu me permito nunca mais fazer uma entrevista com ele”, finalizou, antes de pedir que outros profissionais do canal exerçam tal função quando for necessário.

No “Jornal da Band” de hoje (22), a emissora emitiu um comunicado se posicionando a respeito do que foi dito pelo presidente da Caixa Econômica. “Essa frase soa leviana e irresponsável e tem que ser explicada. A Band se orgulha de operar com lisura na sua área comercial e não admite que qualquer de seus funcionários saia da linha técnica e rigorosa. Repudiamos a insinuação caluniosa que essa frase contém”, leu o âncora Eduardo Oinegue.

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Em seguida, também foi lido a nota oficial enviada por Pedro Guimarães: “Durante a reunião, me encontrava sob forte emoção. Todos sabem o momento que estamos atravessando na Caixa, em especial para cumprir a hercúlea tarefa de levar o auxílio emergencial a mais de 50 milhões de brasileiros. Em nenhum momento pretendi desabonar pessoas ou instituições, muito menos sugerir a prática de qualquer conduta irregular ou ilícita”.