Caso João Pedro: Terry Crews manda recado para a família do menino e apoia a luta antirracista no Brasil; assista

O ator Terry Crews, de “Todo Mundo Odeia o Chris” e “As Branquelas”, prestou solidariedade à família de João Pedro, adolescente de 14 anos, morto durante uma operação policial em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, no dia 18 de maio.

Em um vídeo publicado ontem (9) pela página do coletivo Favelas na Luta, o artista declarou apoio aos ativistas negros brasileiros, além de deixar um recado para os pais do menino assassinado. Ele brevemente fez menção também aos protestos que vêm tomando conta dos Estados Unidos, após a morte de George Floyd, cidadão negro assassinado por um policial branco.

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“Gostaria de demonstrar minha solidariedade para a família de João Pedro. Eu apoio todos vocês em sua luta por justiça e sua luta para pôr fim à brutalidade policial nos Estados Unidos e no Brasil. Eu apoio os ativistas negros brasileiros, o povo que vive nas favelas, as mães das vítimas e todos que estão lutando contra o racismo e a violência. Obrigado”, declarou Terry, na gravação. Assista:

https://www.instagram.com/p/CBO7GsQgXL6/?igshid=oumor3pc0vf3

O caso João Pedro

Segundo informações da Polícia Civil, João Pedro Mattos Pinto foi baleado no dia 18 de maio, durante um confronto entre civis e policiais federais na Praia da Luz, Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. As Delegacias de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí investigam o caso.

Sabe-se que a bala saiu de um fuzil calibre 5,56. Porém, a perícia realizada no projétil teve resultado inconclusivo, no comparativo com as armas dos três policiais civis envolvidos no caso, impossibilitando neste momento, apontar de qual arma foi feito o disparo.

O garoto foi baleado e atingido pelas costas e de acordo com os agentes, seguranças de traficantes tentaram fugir durante a operação, pulando o muro de uma casa. “A polícia chegou lá de uma maneira cruel, atirando, jogando granada, sem perguntar quem era. Se eles conhecessem a índole do meu filho, quem era meu filho, não faziam isso. Meu filho é um estudante, um servo de Deus. A vida dele era casa, igreja, escola e jogo no celular”, lamentou Neilton Pinto, pai de João Pedro, em entrevista à TV Globo.

O documento relata que a vítima foi atingida por um fragmento da munição. Os peritos acreditam que a bala bateu em uma parede antes de perfurar as costas do adolescente. O jovem foi levado da casa de helicóptero e segundo relatos de parentes, ninguém pôde acompanhá-lo e tampouco foram informados para onde a aeronave iria.

João Pedro chegou a ser socorrido, mas não sobreviveu. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Na última segunda (8), a Polícia Civil adiou a reprodução simulada da operação Civil e Federal, marcada para a terça-feira (9), após decisão do Supremo Tribunal Federal, que proíbe ações policiais no Estado, enquanto perdurar a pandemia do Coronavírus.

Na última semana, a Defensoria Pública do Rio, que defende os familiares de João Pedro, afirmou que a reprodução simulada seria prematura, sem que o Ministério Público ouvisse os policiais. Também já estava acordado que a família e amigos do adolescente não participariam da reconstituição do caso.