Hugo Gloss

Em desabafo, Valesca Popozuda critica artistas que têm furado a quarentena com lives grandiosas, e lamenta cultura do cancelamento “seletivo”: “Só mulheres canceladas”

Valesca Popozuda. (Foto: Reprodução/Instagram)

Valesca Popozuda liberou sua angústia e fez um longo desabafo nesta quarta-feira (24). A funkeira contou que está há 100 dias sem trabalhar e lamentou a situação causada pelo coronavírus. No entanto, ela também criticou a cultura do cancelamento – que, segundo ela, tem poupado artistas homens.

Pelo Twitter, Valesca citou o tratamento desigual dado a mulheres blogueiras que têm feito festas durante o isolamento social, enquanto artistas que têm feito o mesmo não sofreram as mesmas críticas. “Fazem lives que aglomeram tanto quanto uma social de blogueira. Vejo aqui os cancelamentos abertos apenas com uma parte seletiva. Já vi artistas masculinos furando, fazendo procedimentos desnecessários, mas só as mulheres são canceladas”, refletiu ela, argumentando que os homens também deveriam sofrer represálias.

Popozuda ainda comentou sobre as dificuldades e a falta de apoio durante esse período. “Estou há 100 dias sem trabalhar, sou autônoma como muitos, minha empresa sou eu. Meu setor é um dos mais prejudicados”, disse ela, que alfinetou novamente os colegas que têm saído da quarentena sem necessidade. “Diferente de alguns colegas de trabalho, eu não tenho empresa pra financiar uma live e me pagar por isso, continuo sem furar o isolamento”, completou.

Valesca Popozuda lamentou que artistas grandes estejam furando a quarentena com suas lives. (Foto: Reprodução/Instagram)

A cantora lamentou a postura das grandes empresas e artistas neste sentido. “Poderiam também dar a chance e patrocinar lives de outros artistas. Não tô nem falando só de mim, temos atores de teatro parados, temos músicos, temos carregadores de equipamento, produtores! Tá todo mundo parado… Seria bem legal pegar esses 100 mil que um artista que já tá com a conta gordinha e dividir em bloquinhos de mil e distribuir pra galera que tá em casa”, sugeriu Valesca.

Por toda essa crise, não apenas econômica, mas também de saúde pública, Valesca confessou não ter segurado as lágrimas. “Sim, tô chorando! Não queria admitir, eu vim aqui desabafar porque não queria chorar, mas eu tô chorando e não é por falta de dinheiro, de shows, não é isso! É porque passamos de 50 mil mortos e vários lugares estão reabrindo como se tivesse tudo normal! Não tá normal!”, disse.

Valesca também fez uma queixa ao comentário do presidente Jair Bolsonaro, que diminuiu o coronavírus como uma “gripezinha”, e demonstrou seu pesar com a situação do país. “Infelizmente não soubemos fazer isolamento, o vírus matou mais de 50 mil e não temos um plano efetivo que funcione”, declarou ela, que manifestou sua torcida para que uma vacina seja logo descoberta e aplicada, para que as coisas aliviem por aqui.

Além de desejar forças a todos, para resistirmos a esse período delicado da história, Valesca aproveitou para demonstrar a gratidão aos fãs que seguem valorizando seu trabalho. “Sou uma pessoa que raramente reclama da vida, agradeço muito mais do reclamo, queria dizer a vocês OBRIGADA! Porque graças a Deus, vocês estão me dando visualizações, estão tentando me ajudar a me manter de pé, não é fácil ser artista independente sem patrocínio, sem uma renda…”, avaliou Valesca.

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