Gizelly Bicalho, do “BBB 20”, quebra silêncio sobre caso de Felipe Prior e revela proibição da Globo; assista

Ela e Prior participaram da mesma edição do reality global, em 2020

Gizelly e Prior

No “Pod Dar Prado” desta segunda-feira (17), a advogada Gizelly Bicalho falou pela primeira vez sobre a condenação de Felipe Prior por estupro. Sem citar nomes, ela lamentou o reconhecimento do arquiteto e apontou como o público “fechou os olhos” para o caso, enquanto a vítima convive com o trauma. Gizelly e Felipe participaram juntos do “Big Brother Brasil 20“.

“A mulher tem um ‘plus’ de ser mulher na hora do crime, porque infelizmente nós somos as que mais sofremos os casos de crime sexual. E tenho certeza que é uma dor para o resto da vida. Não sei se você viu o ‘Fantástico‘, e eu não posso me calar diante disso, o rapaz que fez o ‘Big Brother‘ comigo foi condenado a seis anos pelo crime de estupro. O fato aconteceu em 2014, estava tramitando há mais de três anos, e ele foi condenado agora”, iniciou Gizelly, em conversa com o perito criminal Ricardo Salada.

A ex-BBB também lembrou a falta de retaliação, principalmente de pessoas famosas, quando Prior deixou o reality da TV Globo, mesmo com as acusações de agressão sexual repercutindo. “Ele saiu como amado, idolatrado, teve acesso a todos os lugares, o Brasil inteiro sabia de tudo que estava acontecendo. As pessoas vendaram os olhos”, afirmou.

Prior e Gizelly participaram juntos do "BBB 20". (Foto: Reprodução/ TV Globo)
Prior e Gizelly participaram juntos do “BBB 20”. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Gizelly ainda revelou uma ordem da própria emissora, que a proibiu de falar do assunto: “Quando eu saí do programa me falaram: ‘Nunca toque no nome desse cara, porque está acontecendo isso’. E assim eu fiz. A Globo me ligou, falou: ‘Nunca toque no nome dele’. Nunca toquei, nunca dei confiança, nunca estive nos mesmos lugares, porque eu descobri o que estava acontecendo”.

“E essa pessoa ficou aí, frequentando os melhores lugares, todo mundo seguindo. Ele lacerou a vagina da menina. Ela desmaiou, a pressão baixou, estava sangrando muito e ela correu pro hospital com a mãe. A menina teve que conviver com isso esses anos todos”, ressaltou.

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Como mulher e advogada, ela lamentou a pena estabelecida para Prior. “Agora chegou condenação dele, no semiaberto, só seis anos. Ainda tem mais três processos pra vir, de crimes sexuais, e ele vai ficar recorrendo em liberdade”, disse.

Segundo Gizelly, apesar de considerar injusta, a condenação do ex-BBB está dentro da lei. “Não adianta brigar com ninguém, porque isso está na lei, no processo penal. Como é uma pessoa que tem dinheiro, consegue ir pro Supremo Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal. Quando é um pobre, ele não tem dinheiro para entrar com esses recursos. Infelizmente essa menina ainda vai conviver um tempo com essa punição, mas com a liberdade do autor do crime dela. Ela teve a vida destruída para sempre, é um trauma”, desabafou.

Assista ao trecho:

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Relembre o caso

Felipe Prior foi condenado a seis anos de prisão, em regime semiaberto, por estupro, e a denunciante falou pela primeira vez sobre o caso, em entrevista ao ‘Fantástico’ neste domingo (16).  A jovem deu um relato forte de como foi violentada dentro do carro durante uma carona. O dominical também apresentou o laudo médico da moça, que apontou uma “laceração na vagina”.

A condenação da juíza Eliana Cassales Tosi Bastos, da 7ª Vara Criminal de São Paulo é em primeira instância, e Prior pode recorrer em liberdade. A denúncia foi feita em 2020. Na época, a vítima tinha 22 anos e cursava arquitetura em uma universidade particular da capital paulista. O caso teria ocorrido após uma festa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), em 8 de agosto de 2014.

Assista ao relato:

Felipe Prior se manifesta 

O caso foi revelado pela revista Marie Claire em abril de 2020, após a saída do arquiteto do “Big Brother Brasil“. Já neste mês, a juíza Eliana Cassales Tosi Bastos declarou que houve crime de estupro, já que “os depoimentos são coerentes e formam um conjunto robusto de provas”. Ainda existem outras três denúncias de estupro contra Felipe Prior; em uma deles o ex-BBB já é réu. Os outros dois casos ainda estão sendo investigados. Caso seja condenado em todos, ele pode pegar 24 anos de prisão.

Os advogados de Prior, em nota, reforçaram a inocência do cliente e garantiram que vão recorrer da sentença. “A defesa e o próprio Felipe seguem plenamente confiantes no Poder Judiciário Brasileiro e, assim, na reforma de sua injusta condenação”, diz o comunicado. “Sua defesa informa que, no momento oportuno e através de alguns veículos, Felipe se manifestará esclarecendo os fatos distorcidos e inverídicos apresentados como resposta para os demais veículos de comunicação”, finalizaram os advogados.

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