Abriu o jogo! Em entrevista para a GQ publicada nesta segunda-feira (8), Jacob Elordi contou uma batalha que travou com a Netflix por conta de uma característica específica de seu personagem em “A Barraca do Beijo“. Nos livros, o protagonista Noah é fumante. Porém, em sua adaptação para as telinhas, a plataforma absteve essa informação.
“Eu lembro de falar: ‘Ele fuma nos livros, eu preciso fumar. Ele precisa de um cigarro, ele é um bad boy'”, contou o astro, cujo desejo não foi atendido. “Eu estava tipo: ‘Isso é uma besteira’! Lembro que entrei em guerra por isso. Estava pensando: ‘Nós estamos mentindo para milhões de jovens por aí? Esse cara fuma. Está na página quatro do livro’. Eu imaginava as pessoas dizendo: ‘Meu Deus do céu, esse cara está falando sério?’“, contou.
O esforço de Jacob para seguir a descrição original de seu personagem pode ser explicado pelo papel que os livros desempenham em sua vida pessoal. “Eu não fiz faculdade, mal terminei o ensino médio. Tudo que eu sei é dos livros que já li, das peças que já lia antes“, disse. “Para mim, atuar é como respirar“, comparou.
Apesar da modificação do personagem, o filme foi um sucesso e resultou em mais dois longas, também produzidos pelo streaming. Foi graças ao papel na comédia romântica que Elordi garantiu seu lugar em “Euphoria“, do HBO Max. Mas o sucesso também trouxe um lado negativo para sua vida: o ator contou que se sentiu assustado com o assédio repentino. Jacob pensou até mesmo em desistir da atuação. “Isso pode parecer meio sensível ou dramático, mas eu sou uma pessoa sensível e muito dramática. Eu odeio ser um personagem para o público. Me sinto longe de mim mesmo“, revelou.
“Senti como se, de repente, eu me tornasse um outdoor. Me senti como se estivesse à venda. Então meu cérebro passou por uma p*rra de um espremedor. Tipo, eu não tinha certeza se eu era genuíno. Isso realmente distorce a sua visão, cria uma forma muito paranóica de se viver“, explicou.
Para se livrar desse “peso”, Jacob tentou se conectar com seu “eu interior”. “Eu não quero me perder de quem eu era quando mais novo, não quero me transformar no que quer que isso seja – não vou dizer besta, porque nem tudo é negativo – no que quer que seja essa versão pública de mim mesmo. Ainda quero estar em contato com o meu eu mais jovem, que é tudo o que sou“, disse.
Ele afirmou que segue procurando pelo sentimento que o levou para a atuação, e contou que se percebeu assim recentemente, quando leu parte do roteiro de “Saltburn”. “Me senti como um ator novamente”, relembrou. O longa de Emerald Fennell também é estrelado por Rosamund Pike e Barry Keoghan. Margot Robbie, Josey McNamara e Tom Ackerley produzem a obra.
“Fiquei muito animado“, contou sobre o novo trabalho, ainda sem data de estreia divulgada. “Mas, com isso também vem um grande medo. Acho que é isso que me faz continuar. Você pode perder namoradas, esposas, sua família. Mas, se você for até o fim, eu te garanto, você tem um lugar reservado com os deuses“, finalizou.
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