O segundo episódio de “Você Nunca Esteve Sozinha”, série documental da Globoplay que relata detalhes da vida pré e pós-BBB da rainha dos cactos, Juliette Freire, chegou para emocionar. Na produção, a advogada contou em detalhes como foram os últimos dias ao lado da irmã, Julienne, que faleceu aos 17 anos após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Segundo a família, Julienne nunca teve problemas de saúde, até que, um dia, a campeã do “BBB21” recebeu um telefonema com o aviso de que a irmã caçula havia dado entrada em um hospital público e lotado. “Ela tremia, eu pedi um cobertor para cobrir e não tinha, me deram papel higiênico”, relatou a avó das duas, Maria de Souza. “Peguei o rolo de papel e fui cobrindo Julienne”, contou.
Com medo pela irmã, a maquiadora parou uma enfermeira e perguntou qual era o diagnóstico. “Eu acho que é meningite ou AVC, e, se eu fosse você, dava um jeito de tirá-la daqui”, respondeu a profissional da saúde. Foi então que a morena tomou medidas drásticas para levar a irmã para um local onde ela receberia um tratamento mais eficaz. “Eu pedi uma maca, o moço disse: ‘Não pode’. Eu respondi: ‘É um minuto’ e saí com a maca. Botei ela na ambulância, só fomos eu e ela dentro”, contou Juliette. “Nem amarrar o cinto eu sabia, a travei nas duas pernas e sentei em cima, segurando para não cair”, acrescentou.
Para Sabrina Oliveira, ex-namorada de Julienne, a maquiadora não poupou esforços para salvar a vida da irmã caçula. “Eu consegui ver esse lado de leoa [da Juliette] quando ela tentou resolver a situação. Em questão de horas, ela conseguiu transferir a irmã dela de hospital”, relembrou.
Na nova unidade de saúde, Julienne foi levada para a UTI porque estava com AVC hemorrágico. No documentário, a mais velha relembrou que tentou interagir com a irmã no dia seguinte. “Ela não conseguia falar porque estava com metade do corpo paralisado. [Pensei] Vou fazer uma piada para ver se ela está me escutando: ‘Ainda bem que tu fizestes depilação, né?’. Ela riu, estava consciente”, contou Juliette.
No entanto, poucas horas depois, a caçula entrou em coma e precisou ser submetida a uma cirurgia para drenar o sangue do cérebro. Juliette recebeu autorização dos médicos para entrar na UTI e fazer uma oração. “Eu me ajoelhei, levantei e peguei na mão dela. [Falei] ‘Eninha, se você estiver me escutando, aperta’. Ela apertou. O médico falou: ‘São espasmos’. Falei: ‘Não é. Pisca o olho, por favor’. Ela piscou. Eu falei: ‘Pisca duas vezes’. Ela piscou duas vezes”, compartilhou.
A luta de “Eninha” por sua vida não parou por aí. Após a primeira intervenção médica, ela passou por uma nova cirurgia, na qual retiraram 50% de seu cérebro, que havia necrosado devido ao derrame. Infelizmente, após muitas horas de angústia, a porta se abriu e Juliette foi abraçada pelo tio ao receber a má notícia. “O médico dela estava com o olho lacrimejando. Ele falou: ‘Ela morreu. Não aguentou. A gente tentou reanimar, mas não teve como’. O mundo parou. Entrei num estado em que não sentia mais nada”, lamentou a ex-BBB.
Momentos difíceis
Segundo Sayane Gomez, amiga próxima de Juliette, os dias, meses e anos que sucederam a morte da irmã mais nova da morena foram manchados pelo sofrimento. “Até hoje é doloroso falar. Juliette se enterrou junto com Julienne”, lamentou. No episódio, aos prantos, a vencedora do “BBB21” revelou que a perda da irmã a fez considerar desistir da própria vida.
“Eu perdi minha fé, perdi tudo. A minha mãe, coitada, ficava desesperada…todos os dias ela ia chorar na minha cama”, relembrou Freire. “Ela pedia para eu não fazer isso porque ela não ia aguentar perder duas filhas. Eu não tinha escolha. Ia matar minha mãe também. Não podia fazer isso com ela. Engoli no seco e falei: ‘Vou viver. Não vou fazer isso com a senhora'”, pontuou.
Sonho compartilhado
Juliette confessou, ainda, que entrar no “BBB” era um sonho que ela partilhava com Julienne e que, ao final do processo de seleção, escreveu uma carta para lhe contar a novidade. No documentário, a advogada mostrou, pela primeira vez, o conteúdo do texto. “Queria que você estivesse aqui vivendo isso comigo. Lembra o quanto já falamos sobre a possibilidade de participar do Big Brother? Preciso te contar que o tempo passou e esse sonho continuou em mim”, recordou.
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A paraibana também disse para a irmã que fez faculdade, passou na OAB e que estava pronta para fazer concurso público, mas insistiu que o “BBB” era seu conto de fadas. “Era tipo um jumento branco que ia me sequestrar e me salvar da escrivaninha”, disse Juliette, dando a entender que o reality da TV Globo seria melhor que a carreira na advocacia. “Não que estivesse ruim, eu seria feliz, mas nada como a emoção de um conto de fadas. O rapaz [da produção do programa] chegou em casa e disse: ‘Você está no ‘BBB’. Ele estendeu a mão, eu subi no jumento branco sem olhar para trás e fui. Eu só queria sentir frio na barriga”, concluiu.