Duas ex-funcionárias acusaram uma fábrica que produzia cosméticos para Kylie Jenner de oferecer condições “horríveis” de trabalho. Em entrevista ao The Sun nesta quarta-feira (14), elas relataram que, no tempo em que trabalhavam no local, se sentiam diminuídas pelos supervisores e eram proibidas até de olhar para a caçula do clã Kardashian-Jenner.
Kylie Jenner lançou a Kylie Lip Kits em 2015, a mesma que mais tarde viraria a ser Kylie Cosmetics. No começo de tudo, a Spatz Laboratories era a empresa terceirizada responsável pela produção. Segundo relatos, Kylie e a “momager”, Kris Jenner, iam frequentemente ao local para fiscalizar os cosméticos, mesmo sem serem donas da fábrica.
Irene Lopez, uma das ex-funcionárias, alegou que sofria “abusos” no local. “Antes de elas chegarem, os nossos supervisores nos diziam: ‘vocês não estão autorizadas a falar com elas, vocês devem continuar trabalhando, não podem tirar foto ou fazer qualquer pergunta’. Elas vinham e nos observavam nas máquinas ou enchendo os tubos de maquiagem. Elas não falavam com a gente, nunca falaram comigo, falavam com os chefes, andavam por aí e olhavam tudo. Não é como se ela [Kylie] não visse quais eram as condições”, contou.
A moça também relatou que chorava para suportar a pressão do dia a dia, que era marcado por cobranças e humilhações, caso não atingissem o “nível” exigido pelos superiores. “Era esperado que os empregados completassem cotas de mil a 1,2 mil produtos por dia. Tudo tinha que ser perfeitamente feito e se não fosse, te tratavam como lixo. Se não fosse rápido o suficiente, seria despedido. Dois meses depois que eu comecei, ainda não era tão rápida quanto eles queriam. Eles chegavam na minha cara e diziam: ‘Não está rápido o suficiente’. Eu ia chorar no banheiro, porque era demais pra mim”, desabafou.
Lopez ainda contou que se sentia pressionada a trabalhar nos finais de semana, com medo de ser demitida: “Duas vezes por mês também tinha que vir aos finais de semana. Sou uma mãe solteira de duas crianças e era difícil encontrar babás. Tentei explicar que vim através de uma agência de emprego e que não tinha babá para o fim de semana. Eles disseram ‘bem, tem que encontrar alguém ou vai perder seu emprego'”.
Martha Molasco, a outra testemunha, enfatizou as falas da colega. “Era confuso. Estávamos fazendo o produto dela e não podíamos falar com ela”, afirmou. Segundo Martha, elas eram forçadas a fazer turnos de 12 horas e tinham que ficar de pé o tempo todo, apenas para ganhar um salário mínimo: “Muita gente acabou desistindo ou saindo porque era demais”. A ex-funcionária também acredita que o trabalho pesado a deixou com sequelas. “Foi estressante e humilhante ao mesmo tempo. Ao fazer todo esse trabalho, tenho problemas onde as minhas mãos estalam e a dor dispara da minha mão para o meu cotovelo. Tenho essa dor até hoje e eu os culpo!”, disse.
A empregada ainda se abriu sobre as condições de trabalho que elas tinham que enfrentar no local. “Durante o verão era miserável e não havia calor durante o inverno. Tinha que colocar o dobro de roupas, o que era um pouco irritante porque tínhamos de fazer muitos movimentos com a mão e os casacos atrapalhavam tudo. Era péssimo!”, contou.
Kylie Jenner é a caçula do clã das Kardashian-Jenner e sua empresa é avaliada em mais de 1 bilhão de dólares (mais de 5 bilhões de reais na cotação atual). Um insider disse ao The Sun que a Spatz não presta mais serviços à Kylie Cosmetics e, apesar das reclamações, não há nenhuma confirmação de que Kylie ou Kris deram qualquer tipo de instruções aos funcionários ou sabiam das situações relatadas. Nenhum representante ou membro da família se manifestou sobre o assunto até o momento.