Paulo Gustavo morre aos 42 anos, em decorrência da Covid-19; leia o comunicado

É com imenso pesar que damos uma notícia muito triste — o ator Paulo Gustavo, um dos maiores nomes do humor e do cinema nacional, faleceu na noite desta terça-feira (4), aos 42 anos. O artista estava internado desde o dia 13 de março, após contrair a Covid-19, mas teve complicações em seu quadro e, infelizmente, não resistiu.

A informação foi confirmada pela equipe de Paulo, com um boletim médico. “Às 21:12h desta terça-feira, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da COVID-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento“, ressaltou o texto. “A equipe profissional que participou de seu tratamento está profundamente consternada e solidária ao sofrimento de todos“, concluiu.

O ator estava em ventilação mecânica desde o dia 28 de março, mas, após um agravamento no caso, foi submetido a uma terapia por ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea). A técnica funciona como uma bomba para circular o sangue do paciente em uma espécie de pulmão artificial. Durante a terapia intensiva, o artista passou por diversas complicações pulmonares, que demandaram procedimentos invasivos como broncoscopias, pleuroscopias e colocação de dispositivos intrapulmonares.

O ator teve dias de estabilidade em seu quadro de saúde. Amigos chegaram a revelar nas redes sociais que Paulo estava melhorando, e a própria equipe médica relatou que a saúde dele apresentava sinais de evolução: “Há cerca de sete dias não surgem complicações relevantes, fato que aumenta as nossas esperanças na boa recuperação do paciente”.

No entanto, na segunda-feira (3), foi informado que o estado do ator voltou a piorar. “Após redução dos sedativos e do bloqueador neuromuscular, o paciente acordou e interagiu bem com a equipe profissional e com o seu marido. À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa. Infelizmente, a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade”, informou o boletim médico. Após essa nova crise, o astro não resistiu e faleceu.

Paulo deixa o esposo, Thales Bretas, os dois filhos, Gael e Romeu, de apenas um ano de idade, sua mãe, Déa Lúcia, os familiares, amigos, e uma legião de fãs por todo o Brasil.

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Paulo Gustavo com o marido, Thales Bretas, e os filhos. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Relembre a carreira e a trajetória de Paulo Gustavo

O ator virou referência no humor nacional, após uma série de papéis brilhantes no teatro, no cinema e principalmente na televisão. Foi nos palcos com a peça “Surto”, em 2004, que o humorista ganhou mais visibilidade, apresentando a irreverente e inesquecível Dona Hermínia – livremente inspirada em sua mãe.

“Marcelinaaaa!” Dona Hermínia, a personagem mais famosa de Paulo Gustavo. (Foto: Globo/Victor Pollak)

Em 2013, Dona Hermínia ganhou um voo solo com o sucesso de “Minha Mãe É Uma Peça”, que após grande êxito no teatro, rendeu uma trilogia recordista no cinema. Com os três filmes da franquia, Paulo Gustavo figurou entre os astros mais assistidos do país. “Minha Mãe É Uma Peça 3”, por exemplo, tornou-se a maior bilheteria da história do cinema nacional, ultrapassando a marca de R$ 143 milhões de reais, e um público de mais de 11 milhões de espectadores. Acima de tudo, a história ganhou o coração do Brasil, com o retrato perfeito de tantas famílias como a de Hermínia.

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Na TV, não foi diferente. Paulo ligou todos no “220 Volts”, arrancando risadas com personagens divertidíssimos, como a politicamente incorreta Senhora dos Absurdos, a ousada Piriquita, o Sem Noção, a Mulher Feia, dentre outros. Em “Vai Que Cola”, o humorista também roubou a cena como o pilantra Valdomiro Lacerda – mas eram os improvisos e errinhos de gravação que faziam o público cair ainda mais no riso. No mesmo seriado do Multishow, Paulo ainda chegou a encarnar a truqueira Angel e a impagável Bicha bichérrima.

“Divã”, “Os Homens São de Marte e é Pra Lá Que Eu Vou”, “Minha Vida em Marte”, “A Vila”, “Vai Que Cola – O Filme”… São tantas produções com o selo de qualidade de Paulo Gustavo que até perdemos a conta. Prova de seu talento incomparável – além dos altos índices de audiência – foi a estatueta que recebeu do “Grande Prêmio do Cinema Brasileiro”, de “Melhor Roteiro Adaptado” por “Minha Mãe É Uma Peça 2”.

Hoje, o Brasil perde um dos maiores nomes da comédia de sua história. Mas, acima de tudo, perde uma pessoa maravilhosa, divertida, inteligente, sincera, querida, que também era um marido, um pai, um amigo muito amado… A dor dessa partida será difícil de sarar, mas a nossa certeza é de que o legado de Paulo Gustavo jamais será esquecido. Seus personagens e histórias viverão para sempre conosco quando mais precisarmos dar risadas e encontrar alegria nos momentos de dificuldade. Por isso, fica aqui nossa singela homenagem. Deixamos nossos sentimentos a todos os que ficam, enquanto encaramos o luto pelo fim precoce de uma vida tão brilhante.