A Justiça de Nova York chegou a um veredito final no julgamento de Sean ‘Diddy’ Combs. Nesta quarta-feira (2), o rapper de 55 anos foi considerado culpado por apenas duas acusações das cinco às quais respondia, envolvendo tráfico sexual e outros crimes.
Na decisão, o júri culpou Diddy nos casos de transporte para prostituição das duas ex-namoradas que estavam sendo abordadas no julgamento: Cassie Ventura e uma mulher com pseudônimo ‘Jane’. A pena máxima para cada condenação é de 10 anos, o que totalizaria 20 anos de prisão.
A decisão final incluiu a absolvição de três acusações: uma por associação criminosa que facilitava tráfico sexual, e outras duas de tráfico sexual por força, fraude e coerção, envolvendo Cassie e a outra ex. A cantora namorou Diddy entre 2007 e 2018. Já ‘Jane’ se envolveu com o cantor de 2021 até 2024.

Os jurados haviam chegado a um veredito parcial até esta quarta-feira (2), mas ainda não tinham firmado um acordo sobre a acusação de associação criminosa, a mais grave entre as cinco. Eles voltaram a se reunir e chegaram a um consenso. Ao todo, ao longo de três dias, eles deliberaram por 13 horas. Veja detalhes do veredito:
1. Transporte para fins de prostituição (Cassie Ventura) – culpado
O júri entendeu que Diddy levou ou facilitou o transporte de Cassie com o objetivo de prostituição forçada, o que já configura um crime federal grave nos Estados Unidos.
2. Tráfico sexual por força, fraude ou coerção (Cassie Ventura) – inocente
Cassie também acusou Diddy de agressão sexual, estupro e coerção para participar de orgias com drogas e violência. Os jurados, entretanto, o consideraram inocente nesta acusação.
3. Transporte para fins de prostituição (‘Jane’) – culpado
Assim como o caso de Cassie, o júri compreendeu que houve transporte para fins de prostituição envolvendo ‘Jane’, embora não tenha reconhecido o crime como tráfico sexual.
4. Tráfico sexual por força, fraude ou coerção (‘Jane’) – inocente
A ex-companheira de Diddy também o acusou de tráfico sexual, incluindo o uso de drogas, sexo forçado e controle psicológico. No entanto, o júri também o livrou desta acusação.
5. Associação criminosa que facilitava tráfico sexual (Conspiração para extorsão) – inocente
Diddy também foi acusado de ser o chefe de uma organização criminosa que envolvia sequestros, subornos, tráfico de drogas, manipulação de testemunhas e até incêndios criminosos. Porém, não foram encontradas provas suficientes.
O júri foi composto por oito homens e quatro mulheres. Conforme a imprensa internacional, Diddy entrou no tribunal e olhou para a sua família. Ele deu um leve sorriso e depois se sentou com a cabeça baixa. Após ouvir o veredito, ajoelhou-se e baixou a cabeça novamente, como se estivesse rezando no local.
Ao se levantar, o cantor bateu palmas em direção à galeria, que também se pôs a aplaudi-lo. Na sequência, ele foi conduzido para fora do tribunal pelos oficiais de justiça. Se fosse considerado culpado das acusações mais graves, Diddy poderia pegar prisão perpétua. Os promotores, entretanto, não acreditam que o rapper deva ser libertado sob fiança, que é o que defesa quer com um milhão de dólares em jogo. Ou seja, 5,4 milhões de reais.

A defesa também deseja que Diddy possa visitar suas residências na Flórida, Los Angeles e Nova York. O juiz Arun Subramanian solicitou que as partes apresentassem seus pontos de vista e informou que a questão da fiança será discutida nesta tarde. Após a leitura do veredito, o juiz elogiou o júri: “Quero que saibam que isso é inspirador para todos nós. Vocês ouviram, trabalharam juntos, estiveram aqui todos os dias, faça chuva ou faça sol.”
Prisão
O produtor musical foi preso em 16 de setembro, acusado de tráfico sexual, extorsão, sequestro, trabalho forçado, suborno e outros crimes, e teve sua fiança negada pela Justiça de Nova York. Na decisão, o juiz Andrew Carter considerou “insuficiente” a proposta de Combs, devido ao histórico de violência, abuso de substâncias e à possibilidade de manipulação de testemunhas. Desde então, o rapper tem se declarado inocente.
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