Soltou o verbo! Ludmilla revela preconceitos no mundo do funk e caso de assédio no início da carreira: “Podia ser dono da p*ta que pariu, eu ia embora”

Cantora, compositora e dona da ‘Verdinha’… E mesmo com tantos outros atributos, a vida não foi nada fácil para Ludmilla, principalmente pelo fato de ser mulher. Em entrevista franca para a revista Marie Claire, a cantora se abriu sobre a diferença no tratamento dos cantores no mundo do funk, relatou sobre um caso de assédio que viveu e desabafou sobre a dificuldade que teve para encontrar sua autoestima.

A estrela lembra com detalhes da época em que começou na música e deu de cara com diversas barreiras. “É um espaço difícil para nós. O apelo é muito diferente. Quando entra um cara no palco, sem camisa, não precisa nem cantar. É só dizer ‘boto meu p*u aqui, boto meu p*u ali’ e pronto. Se a mulher canta ‘vem aqui e cai de boca na minha b*ceta’, todo mundo diz: ‘Que baixa, que suja’. O camarim era sempre compartilhado, eu era sempre a única menina”, contou.

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Foi nessa época também que ela viveu o pesadelo de ser assediada. O caso aconteceu com o dono de uma rádio. “Ele veio, tirou foto comigo, desceu a mão e deixou parada na minha bunda. Tirei a mão dele e falei: ‘Ei, você não pode fazer isso’. Ele começou com umas de ‘Ah, sou o dono da rádio’. Podia ser dono da p*ta que pariu, eu ia embora daquele c*ralho. Chamei meu tio e sumi”, disparou.

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E mesmo com a fama e dinheiro, a voz de “Invocada” precisa lidar com outras questões complicadas, que ela julga como “hipocrisia”. O lançamento da música “Verdinha” motivou um processo de deputados federais que viram na letra uma apologia às drogas. “Tenho direito à liberdade de expressão e meus advogados estão vendo isso”, disse.

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Inclusive, a artista é a favor de uma discussão séria sobre a possibilidade de legalização da maconha. “Brasileiro idolatra a galera lá de fora, diz que os americanos são muito bons, e lá a parada é legalizada com organização. A loja que vende parece a Apple. Você só entra com cadastro, tem um iPad do lado de cada planta que diz se causa relaxamento etc. Chegou a hora de o Brasil dar um start e estudar uma maneira correta de fazer a coisa. Muita gente de paletó vai perder dinheiro, o probleminha está aí”, ironizou.

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Sobre o funk no Brasil, Lud também não se conforma com os políticos que tentam criminalizar o ritmo. “Vira e mexe querem proibir o funk. É ano de eleição e tem político querendo levantar isso, em vez de pegar uma causa decente. A menina Ágatha morreu de tiro e não vi nenhum político prestar sentimentos à família, bancar o velório”, criticou.

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Se hoje em dia a cantora divide com os fãs vários posts baphônicos de look, selfies e com a esposa Brunna Gonçalves, no passado, a autoestima passava longe. “Me achava feia pra caraca. Não queria fazer programa de televisão, clipe. Ia praticamente obrigada. Isso me prejudicava bastante, porque muita gente achava que era metida ou geniosa, mas eu não queria falar a verdade para não piorar a situação. Protegia a minha dor até ela passar”, desabafou.