O ator Viggo Mortensen, conhecido por seu trabalho em “O Senhor dos Anéis” e “Capitão Fantástico”, teve de comentar sobre sua sexualidade recentemente. Em entrevista ao jornal britânico “The Times”, divulgada no último sábado (28), o astro não quis “assumir” nada sobre si mesmo, mas defendeu seu trabalho no filme “Falling”, no qual interpreta um homem homossexual.
A questão surgiu justamente por conta do longa. A produção – dirigida e estrelada por Mortensen – conta a história de um idoso homofóbico, que começa a mostrar traços de demência e reencontra seu filho que é gay. O herdeiro, por sua vez, é interpretado pelo próprio Viggo. Por conta disso, o astro comentou sobre o debate quanto aos artistas que são escalados para interpretarem pessoas LGBTQ+ na ficção.
“As pessoas me perguntam: ‘Bom, e sobre Terry Chen [que interpreta meu marido no filme], ele é homossexual?’. E a resposta é que eu não sei. Eu jamais teria a audácia de perguntar a alguém se essa pessoa é, durante o processo do casting”, comentou ele.
Foi quando o ator começou a falar de si mesmo e de sua própria sexualidade. “E como você sabe o que é a minha vida? Você está assumindo que eu sou completamente hétero”, debateu ele, que vive um relacionamento com a atriz Ariadna Gil. “Talvez eu seja, talvez eu não seja. E, francamente, não é da sua conta”, acrescentou.
Mortensen também fez questão de defender sua presença no filme e sua atuação como o protagonista homossexual, mesmo sem explanar abertamente sobre sua sexualidade. “Eu quero que meu filme funcione, e quero que o personagem de John seja eficaz. Então, se eu não pensasse que seria uma boa ideia, eu não faria isso”, declarou o astro. Confira o trailer da produção abaixo:
No início de novembro, em entrevista à agência Reuters, Viggo já havia defendido a decisão de interpretar o personagem gay em seu filme. “Há certos personagens que não vou interpretar. Eu não interpretaria Eric, o americano chinês-havaiano”, esclareceu ele, mencionando ainda que seu personagem em “Falling” não foi idealizado com essa orientação sexual desde o início.
A ideia de concebê-lo como LGBTQ+ surgiu enquanto o astro escrevia uma cena em que John recebe um telefonema de sua cônjuge. “Eu pensei: ‘E se não fosse uma esposa? E se fosse um marido?'”, lembrou o ator. “’Vou tentar isso. Vou escrever a próxima cena e ver como é. Se não funcionar ou parecer que, de alguma forma, não é adequado para a história, não vou usá-lo’. Mas eu gostei”, completou.
Há muito tempo se debate sobre a representatividade LGBTQ+ no meio artístico. Darren Criss, por exemplo, declarou ao site “Bustle”, em 2018, que não aceitaria mais personagens gays para dar espaço a outros talentos que sejam da comunidade. Já o ator Wentworth Miller, protagonista de “Prison Break” e que é gay, afirmou recentemente que deixaria o seriado porque não faria mais personagens héteros, visto que “suas histórias já foram contadas”.
“Eu só não quero interpretar personagens heterossexuais. As histórias deles foram contadas (e contadas). Então. Não há mais Michael. Se você era fã da série esperando por temporadas adicionais… Eu entendo que isso é decepcionante. Eu sinto muito. Se você está incomodado porque se apaixonou por um homem hétero fictício interpretado por um gay na vida real… Isso é seu trabalho”, escreveu Miller. Certamente, esse é uma tema que está longe de chegar ao fim…
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