O novo blockbuster de Christopher Nolan, “Oppenheimer“, tem chamado a atenção do público e da crítica, não apenas pelo elenco estrelado e pela qualidade técnica. Depois da estreia do filme, uma cena de sexo envolvendo o protagonista Cillian Murphy e Florence Pugh, que interpreta sua amante Jean Tatlock, gerou uma discussão na mídia.
Apesar do debate virtual, o astro revelou em uma entrevista divulgada pela GQ, nesta segunda-feira (24), que a sequência é essencial para a narrativa. “Acho que eles foram vitais neste filme”, respondeu Murphy. “O relacionamento que ele tem com Tatlock é uma das partes emocionais mais cruciais do filme. Acho que se eles são a chave para a história, valem a pena”, acrescentou.
Contudo, o intérprete de Robert Oppenheimer admitiu que gravar a cena não foi a experiência mais confortável pela qual já passou. “Ninguém gosta de fazer [cenas de sexo], elas são a parte mais estranha possível do nosso trabalho. Mas às vezes você tem que continuar”, esclareceu. Já ao Sydney Morning Herald, o ator de 47 anos foi só elogios à sua parceira de câmera. “Essas cenas foram escritas deliberadamente. Elas não são gratuitas. Elas são perfeitas. E Florence é simplesmente incrível”, comentou.
O trecho em questão mostra Pugh e Murphy fazendo sexo, quando a mulher interrompe o ato e pega uma cópia do Bhagavad Gita, uma das escrituras mais sagradas do hinduísmo, e pede para o cientista ler. “Agora eu me tornei a Morte, a destruidora de mundos”, diz o personagem, enquanto eles retomam a relação sexual.
A cena causou indignação entre alguns grupos, com um político do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) da Índia chamando o filme de “ataque perturbador ao hinduísmo” e acusando-o de ser “parte de uma conspiração maior de anti-forças hindus”. Relembre o caso, clicando aqui.
No mês passado, Nolan foi questionado pela revista Insider se estava preocupado com a repercussão que as cenas poderiam causar na audiência. “Sempre que você se desafia a trabalhar em áreas em que nunca trabalhou antes, você deve estar adequadamente nervoso, cuidadoso, planejado e preparado. Quando você olha para a vida de Oppenheimer e para sua história, o aspecto de sua sexualidade, seu jeito com as mulheres, o charme que ele exalava, é uma parte essencial de sua história”, explicou.
Nos EUA, “Oppenheimer” ganhou a classificação indicativa “R”, equivalente a um filme para maiores de 18 anos no Brasil, por conta de “sexualidade, nudez e linguagem”. Este é o primeiro filme de Nolan a incluir cenas de sexo. O diretor é conhecido por produções como a trilogia de “Batman: O Cavaleiro das Trevas“, “A Origem”, “Tenet”, “Dunkirk”, “Interestelar” e mais, muitos dos quais apresentam Murphy em papéis coadjuvantes. Assista ao trailer: