Diretora revela momento que família de Whitney Houston tentou vetar de filme biográfico

Se o filme (o primeiro e único a ser produzido com o apoio dos Houston, bem como do produtor musical Clive Davis) apresentaria o romance entre a dupla, foi assunto de especulação quase contínua nos meses que antecederam o lançamento. Em papo com o The Hollywood Reporter, a cinematógrafa afirmou que insistiu muito para que os familiares da cantora permitissem a inclusão do detalhe importante na vida de Whitney.

“Foi um relacionamento que tive que navegar com sensibilidade”, afirmou Kasi, que não procurou Crawford diretamente. Em vez disso, para retratar a conexão profunda das duas mulheres de forma fiel, a diretora contou com relatos daqueles que as conheciam, bem como trechos do livro “A Song for You: My Life With Whitney Houston”, escrito pela assistente em 2019.

“Eu queria [falar com Robyn], mas não o fiz. (…) Como estava trabalhando com a herança [de Houston], fui cuidadosa. Os sentimentos das pessoas tinham que ser considerados”, declarou.

Em seu livro, Crawford confirmou o romance, escrevendo que, apesar dos sentimentos mútuos, Whitney disse que elas “não deveriam mais se envolver fisicamente“, porque isso “tornaria a jornada delas ainda mais difícil“. A relação da dupla, no entanto, foi muito além de um romance, já que a amizade começou na adolescência e se estendeu ao longo da vida adulta, com Robyn trabalhando para a artista durante anos.

Nos primeiros estágios da cinebiografia, os Houston já haviam concordado em incluir esse detalhe, antes mesmo do envolvimento de Lemmons no projeto, que seria originalmente dirigido por Stella Meghie. No entanto, a natureza romântica do vínculo não seria implicada na história.

Kasi reforçou que o beijo entre as duas mulheres que aparece na versão final do longa exigiu muitas negociações. “Eu disse [à família]: ‘Bem, supostamente, elas se beijaram. Nós realmente podemos supor que houve um romance lá'”, explicou. “Acho que todos nós sabemos que em um ponto foi além de apenas amizade. É o beijo mais doce. É como um primeiro beijo, muito romântico e eu lutei por isso”, acrescentou.

Clive Davis fala sobre o romance

O produtor Clive Davis também falou sobre o assunto recentemente. Responsável pela carreira da norte-americana, ele insistiu que o filme não apenas retrata a realidade de Houston, como também “responde a todas as perguntas que o público quer saber sobre Whitney”.

“Seja a sexualidade dela, seja como ela reagiu a qualquer insinuação de que ela não estava cantando “negra o suficiente”, seja o impacto das drogas ou seja gravando comigo, [o filme responde tudo]”, disse ele. “O filme deixa bem claro que ela teve um caso com Robyn quando adolescente, e então ela, sozinha, disse: ‘Isso não é para mim’. É isso: ‘Eu quero uma casa. Eu quero um casamento. Eu quero filhos. Não quero uma luta de vida ou morte com meus pais. É contra a minha religião. Eu quero que você seja minha melhor amiga'”, apontou.

Já em entrevista ao Extra, o produtor reforçou que a inclusão do romance na cinebiografia foi essencial para descartar rumores sobre a conexão entre a sexualidade de Whitney com seu vício em drogas.

“Elas tiveram um caso adolescente de um ano. Houve tantos artigos que tentaram rastrear seu vício [em drogas] com ser uma “lésbica frustrada” ou nunca ter namorado um homem antes de Bobby, mas todos são totalmente imprecisos. Conheço vários homens com quem ela namorou antes de Bobby, quero dizer, ela namorou Jermaine Jackson por dois anos”, contou o produtor.

“I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston” estreia em 12 de janeiro nos cinemas de todo o Brasil. Com Naomi Ackie, Nefessa Williams e Stanley Tucci, o longa retrata a vida e carreira icônicas da diva, bem como seu impacto na indústria musical nos anos 1990. Confira o trailer abaixo:

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