Atriz britânica morre um dia após descobrir câncer, e investigação apura erro médico no caso: “Não fez a coisa mais básica”

Apesar dos graves sintomas, a jovem Porsche McGregor-Sims foi medicada para problemas hormonais

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A morte da modelo e atriz britânica Porsche McGregor-Sims no ano passado causou comoção e revolta. Um dia após descobrir que tinha câncer de colo de útero, a jovem veio a óbito aos 27 anos de idade. Acontece que, meses antes, ela procurou atendimento médico por conta dos sintomas e recebeu um tratamento para distúrbio hormonal. Agora, a família da jovem pede por justiça, e o caso pode ser investigado como uma grande falha no sistema de saúde da Inglaterra.

De acordo com o New York Post, em dezembro de 2019, Porsche relatou pela primeira vez uma dor abdominal incomum e sangramento ao médico que a atendeu no hospital. Ela foi encaminhada a um ginecologista um mês depois. O médico, Peter Schlesinger, inicialmente não viu que ela tinha uma forma agressiva de câncer cervical, e considerou que exames adicionais “não trariam benefícios” para sua idade.

Naquela época, a atriz tinha parado de tomar injeções anticoncepcionais regulares, o que eles presumiram ser um choque “hormonal” em seu sistema. Com isso, McGregor-Sims foi medicada para lidar com esse quadro de saúde. Em março de 2020, ela sentiu falta de ar e procurou atendimento médico, mas mais uma vez recebeu uma lista de antibióticos para tomar. A situação piorou, a jovem precisou ser hospitalizada, a princípio sob suspeita de ter contraído Covid-19. Um exame mais detalhado identificou o câncer, mas já era tarde demais; no dia seguinte Porsche morreu.

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Agora, o caso tem sido investigado para averiguar se realmente houve negligência por parte dos profissionais que atenderam a artista, especialmente o ginecologista Peter Schlesinger. Em depoimento, ele alegou que o quadro de Porsche parecia de “baixo risco”, e que a situação poderia ter sido outra, caso ela tivesse ido na consulta com algum acompanhante que pudesse assegurar sua integridade física durante exames mais invasivos.

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Porsche sofreu durante meses com sintomas, acreditando ser um problema hormonal. Foto: Reprodução

“Se alguém estivesse na sala comigo, provavelmente teria feito [mais exames]. Mas estamos todos aqui hoje com o benefício de uma retrospectiva”, começou. “Achei que havia uma série de causas potenciais para a dor dela. Considerando o fato de que ela havia parado de usar o método anticoncepcional, sugeri que ela o tomasse novamente para ver se a dor parava”, explicou em seguida, acrescentando que um exame de Papanicolau, feito por Porsche em 2017, não apresentava nenhuma anormalidade. Peter afirmou que está “muito triste” e pediu desculpas para a família.

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As falas do profissional desagradaram muito Fiona Hawke, mãe de Porsche. “Você não fez a coisa mais básica — fazer um exame interno nela… Uma das maneiras mais simples e fundamentais de avaliar alguém para o câncer de colo do útero”, disse em comunicado. A matriarca também homenageou a filha. “O número de pessoas que ela impactou em sua curta vida é o principal reflexo de quem ela foi. Ela via apenas o melhor em tudo e todos. Ela foi uma pessoa adorável e perdê-la foi como se o sol tivesse apagado. É assustador pensar que alguém com tanta energia pode desaparecer da noite para o dia”, afirmou.