Autoridades dos EUA apontam o que pode ter causado colisão entre avião comercial e helicóptero militar em Washington

A tragédia aconteceu em Washington D.C e deixou 67 mortos

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O NTSB (National Transportation Safety Board), órgão responsável pela investigação de acidentes aéreos nos Estados Unidos, divulgou nesta sexta-feira (14) a possível causa da colisão entre o helicóptero militar norte-americano e o avião comercial da American Airlines, que deixou 67 vítimas fatais.

Segundo as investigações preliminares, o acidente, ocorrido em Washington D.C. no dia 29 de janeiro, pode ter sido provocado por informações incorretas sobre a altitude fornecidas pelo computador de bordo aos tripulantes do helicóptero.

Segundo o NTSB, o altímetro barométrico do helicóptero pode não ter mostrado dados precisos aos pilotos no momento da colisão. Contudo, o órgão ressaltou que ainda precisa conduzir uma investigação mais detalhada para confirmar essa suspeita.

De acordo com o g1, esse dispositivo, que mede a altitude barométrica, é essencial para a navegação aérea e ajuda a evitar colisões como esta. Durante o voo de cruzeiro, os pilotos costumam confiar mais nele do que na altitude em relação ao solo, já que essa última pode variar por conta de elevações no terreno.

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Jennifer Homendy, diretora do NTSB, explicou que, além dessa possível falha, os pilotos do helicóptero estavam utilizando óculos de visão noturna durante o voo. O equipamento, que possui lentes semelhantes às de um binóculo, reduz significativamente o campo de visão periférica. De acordo com Homendy, essa limitação visual pode ter sido um fator adicional que contribuiu para o acidente.

No momento da batida, a equipe da torre de controle do aeroporto Ronald Reagan, onde o avião da American Airlines deveria pousar, não estava operando dentro do padrão esperado para o horário e o volume de tráfego, segundo o The New York Times. O controlador responsável pelos helicópteros na área também estava orientando aeronaves que decolavam ou pousavam no terminal, o que levantou a hipótese de uma possível falha por parte dele.

Destroços do acidente aéreo com avião e helicóptero em Washington. (Foto: Getty)

Jennifer, no entanto, esclareceu aos jornalistas que a torre de controle instruiu a aeronave militar a passar atrás do avião da American Airlines ao cruzar a rampa de aproximação. Porém, os tripulantes do helicóptero não ouviram a orientação, pois estavam com o microfone do rádio acionado.

O áudio do controlador, divulgado dias após o acidente, confirma que a torre realmente instruiu a aeronave militar a realizar a manobra. “PAT25, você tem um CRJ à vista? PAT25, passe atrás do CRJ“, disse o controlador de tráfego aéreo momentos antes da colisão.

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O acidente

A aeronave comercial envolvida na colisão era um Bombardier CRJ700, modelo utilizado para voos regionais e com capacidade para 65 pessoas. O voo da American Airlines seguia de Wichita, no Kansas, para Washington e se aproximava da pista do Aeroporto Ronald Reagan quando ocorreu o acidente, a poucos metros da aterrissagem.

A tragédia aconteceu nas proximidades do rio Potomac, que fica perto do aeroporto. O aeroporto está localizado a apenas 6 km do centro de Washington, D.C., onde está a Casa Branca.

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