O brasileiro Danilo Sousa Cavalcante, condenado à pena perpétua por matar a ex-namorada a facadas, foi avistado recentemente após fugir da Prisão Estadual de Chester, nos Estados Unidos, em 31 de agosto. O fugitivo foi localizado nesta segunda-feira (4), na região sul do estado, de acordo com a polícia estadual.
Ao todo, Cavalcante já foi avistado ao menos cinco vezes desde que escapou da cadeia. Agora, as autoridades norte-americanas mudaram sua estratégia de busca e expandiram a área de procura pelo assassino depois que uma câmera de segurança registrou o brasileiro em um jardim botânico conhecido, que fica a quase 5 quilômetros de distância da unidade prisional.
Danilo foi visto em Longwood Gardens, às 20h21 (horário local), caminhando para o norte. Pouco depois, ele foi localizado novamente às 21h33 (horário local), voltando para o sul. “Acreditamos que ele está logo ao sul daquele raio [de busca original] e é por isso que, novamente, mudamos esse perímetro agora para incluir essa área”, informou o tenente-coronel da Polícia do Estado da Pensilvânia, George Bivens, em uma entrevista nesta terça-feira (5).
O local, que possui mais de 80 hectares de jardins, prados abertos e caminhos sinuosos, foi fechado no mesmo dia, enquanto a polícia fazia buscas na propriedade e arredores. Neste momento, as autoridades comunicaram que a área permanecerá restrita até esta quarta-feira (06).
Além do jardim botânico, o Distrito Escolar Consolidado Kennett, que fica a cerca de 14 quilômetros da prisão, e o Distrito Escolar Unionville-Chadds Ford, a cerca de 8 quilômetros, também foram fechados na terça-feira. A polícia da Pensilvânia também está deixando alerta máximo às comunidades após a fuga de Danilo.
Os agentes emitiram uma ligação gravada para moradores em um raio de 5 quilômetros da área onde o brasileiro foi avistado, aconselhando a manterem as portas e os carros trancados. Os residentes também foram alertados que o homem de 34 anos é extremamente perigoso.
Bivens informou, ainda, que cerca de 200 a 250 pessoas estão no perímetro, ajudando nos esforços de busca. Agências locais, estaduais e até o FBI foram mobilizados para o caso. A polícia está tentando pressionar o preso. “Você está lidando com alguém que está desesperado e não quer ser pego”, salientou o tenente-coronel.
As buscas por Danilo Cavalcante entraram no 6° dia. Helicópteros também participam da procura, enquanto carros circulam pela área reproduzindo um áudio em português gravado pela mãe do fugitivo, pedindo que ele se entregue pacificamente às autoridades.
Fuga
Através de um comunicado, foi relatado que os funcionários da prisão perceberam a ausência de Danilo por volta de 8h50 da manhã. Segundo o diretor interino da unidade, Howard Holland, ele deixou o local sem danificar nenhuma cerca ou causar qualquer alarde. No momento que fugiu, o homem usava o uniforme da prisão: uma blusa branca e calça verde.
A Promotoria Distrital do Condado de Chester oferece alta recompensa por informações que levem à prisão de Cavalcante novamente. O valor acumula 5 mil dólares fornecidos pelos comissários do condado e outros 5 mil dólares dos agentes federais envolvidos na busca, o que resulta num total de cerca de 50 mil reais. “A polícia, os detetives e o pessoal penitenciário estão usando todos os recursos disponíveis, incluindo helicópteros e cães, para encontrar Danilo Cavalcante e não vão parar até que ele esteja novamente sob custódia”, disse o governo de Chester em uma postagem. O comunicado cita ainda que Danilo também responde por homicídio no Brasil.
Relembre o caso
Danilo Sousa Cavalcante foi condenado em 16 de agosto pelo assassinato da ex-namorada Débora Evangelista Brandão, em Phoenixville, nos EUA. Na época, a maranhense tinha 34 anos. De acordo com Sara Brandão, irmã da vítima, o brasileiro teria cometido o crime por não aceitar o término do relacionamento, e ameaçava Débora desde 2020. Como apontado pela promotoria do caso, Danilo esfaqueou Débora até a morte na frente dos filhos dela, que tinham 4 e 7 anos, quando o crime ocorreu.
Segundo o Daily Local, jornal norte-americano, o júri levou menos de 20 minutos para decidir a sentença do brasileiro. Deborah Ryan, promotora do caso, afirmou que o réu cometeu o crime para “silenciar a ex-namorada”, já que ela teria ameaçado contar às autoridades que ele havia sido acusado de assassinato no Brasil. Saiba todos os detalhes, clicando aqui.
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