Novos desdobramentos no caso de Madeleine McCann… a polícia alemã está confiante de que a história pode ser finalmente desvendada. Os oficiais afirmaram ao jornal The Mirror que a pequena teria sido morta em Portugal. A garotinha britânica tinha três anos quando foi raptada em um hotel em Portugal, no ano de 2007, ao viajar de férias com seus pais, Kate e Gerry.
Os policiais trabalhavam com a teoria de que o principal suspeito do caso, Christian Brueckner, teria sequestrado Maddie, como era chamada pela família, na vila portuguesa Praia da Luz e a levado para a Alemanha, onde morava. Entretanto, o promotor Hans Christian Wolters disse em entrevista ao jornal que eles possuem, agora, “evidências concretas” de que a criança foi morta ainda em Portugal.
“Estou otimista de que vamos resolver esse caso“, afirmou o homem. Em 2020, a polícia alemã investigou um lote onde Brueckner morava, procurando por provas que ligassem o suspeito ao caso de Madeleine. “Como Christian não tinha o lote na época do desaparecimento de Maddie, ele não poderia ter enterrado um corpo lá“, esclareceu Wolters. O advogado do suspeito, Friedrich Fulscher, nega as acusações, afirmando que seu cliente não tem nenhuma relação com o crime. Apesar das novas pistas, o caso permanece classificado como desaparecimento pela polícia britânica.
Os pais de McCann nunca perderam as esperanças de encontrar sua filha viva, já que o corpo da menina nunca apareceu. O mês de maio é especialmente difícil para a família, já que marca a data de seu aniversário e também de seu desaparecimento. A garotinha teria sido raptada no dia 3. No último dia 12, ela completaria 18 anos.
Em homenagem à data, Kate e Gerry escreveram mensagem em um site em que publicam atualizações sobre o caso. “Temos esperança, por menor que seja, que veremos Madeleine de novo. Como já falamos várias vezes, precisamos saber o que aconteceu com nossa amável filha, independente de tudo“, anunciaram eles.
Relembre o caso de Madeleine McCann
A pequena Madeleine McCann desapareceu aos três anos de idade, enquanto passava as férias com a família na Praia da Luz, em Portugal. Ela completaria quatro anos em 10 dias. A menina estava com os irmãos gêmeos Sean e Amelie, então com dois anos, no quarto de hotel. Seus pais, Kate e Gerry McCann, tinham saído para jantar com amigos em um restaurante próximo, dentro do complexo turístico, deixando as crianças desacompanhadas. Assim que eles voltaram, descobriram que Madeleine tinha sumido.
De acordo com o G1, os próprios pais de Madeleine foram considerados suspeitos pela polícia portuguesa, após a descoberta de vestígios biológicos da menina em seus objetos pessoais, e em um automóvel alugado após o desaparecimento. A suspeita era de que Kate e Gerry tivessem ocultado o corpo da filha, após ela ter morrido acidentalmente. Porém, a Justiça portuguesa largou esta linha de investigação quando as análises das amostras que os incriminavam, realizadas no Reino Unido, foram consideradas inconclusivas. Outro suspeito foi o britânico-português Robert Murat, que morava perto do hotel.
O caso é um grande mistério até hoje, que desperta o interesse do público; Madeleine já foi avistada cerca de 9 mil vezes, em mais de 100 países — todas as pistas eram falsas. Na Netflix, está disponível o documentário “O Desaparecimento de Madeleine McCann”, com entrevistas dos principais envolvidos na história.
Desde o começo de junho de 2020, o nome de Christian Brueckner surgiu na história. Atualmente preso na Alemanha por outros crimes, ele teria morado periodicamente na região sul de Algarve, em Portugal, durante os anos 1993 e 2007, quando Madeleine desapareceu. Segundo o Escritório da Promotoria de Braunschweig, na época, o rapaz cometia vários crimes, incluindo roubos em apartamentos e complexos hoteleiros, além de estar envolvido com tráfico de drogas.
Após ter acesso às provas reunidas pelas autoridades alemãs, que indicariam possível participação de Christian no caso, um funcionário do alto escalão da polícia definiu as evidências como “muito importantes” e “contundentes”. Segundo o insider, a polícia portuguesa também estaria disposta a cooperar nessa nova fase da investigação do sumiço, que aconteceu em 2007, na Praia da Luz, em Portugal.
As autoridades, no entanto, afirmaram estar analisando o caso atualmente como de homicídio, não desaparecimento. “Nós supomos que a menina esteja morta”, disse o promotor Hans Christian Wolters em uma coletiva de imprensa no dia 4 de junho. De acordo com ele, há “evidências concretas” sobre o assassinato de Madeleine que ainda não podem ser reveladas para não prejudicar a investigação de Brueckner.
Em julho do ano passado, as autoridades da Alemanha iniciaram buscas em um canteiro perto da cidade de Hannover, onde Bruckner teria morado por um tempo no ano em que a menina desapareceu. De acordo com publicações locais que acompanham o caso de perto, vários veículos da polícia foram enviados para a região da busca, um lote situado na periferia oeste da cidade. Por pelo menos quatro dias, os investigadores teriam usado cães farejadores, pás e uma escavadeira para ajudar nas buscas.
Procurada, a polícia alemã apenas afirmou que a investigação estava relacionada à menina desaparecida há 13 anos. “Essas buscas estão ligadas à nossa investigação do caso Maddie McCann”, disse Julia Meyer, porta-voz da Promotoria de Brunswick, à AFP, sem dar mais detalhes. Apesar da falta de informações oficiais, já se sabia que as autoridades descobriram um porão no local que ficava sob um galpão de madeira que foi demolido no fim de 2007, meses após o desaparecimento de Madeleine em Portugal. A pequena estrutura, na época, contava com apenas um quarto para guardar ferramentas e uma cozinha.
Um homem, cujo terreno é vizinho do que está sendo revisitado, disse à BBC que o suspeito alugou a propriedade por alguns meses no ano em que Madeleine desapareceu. Segundo ele, Christian B. chegou na primavera ou verão de 2007 e disse que queria fazer o isolamento térmico de uma pequena cabana, que ficava sobre uma base de concreto e tinha um pequeno porão embaixo.
Para a BBC, o vizinho informou que saiu de férias em julho de 2007. Quando voltou, em agosto, a estrutura havia sido removida e ele nunca mais viu o suspeito. Os restos encontrados já estão sendo analisados pela agência federal de investigação criminal da Alemanha.
Em novembro do mesmo ano, policiais realizaram uma nova busca, desta vez em uma propriedade em Laatzen, cidade perto de Hanover, na Alemanha. De acordo com informações divulgadas por veículos internacionais, a investigação teria sido em busca de provas contra o homem. Fotos mostraram uma aglomeração de policiais próxima a uma linha de bonde da cidade. De acordo com a imprensa local da Alemanha, a busca estaria diretamente conectada ao caso de Madeleine. Supostamente, eles revistavam a área com a ajuda de cães farejadores. No entanto, não se sabe o que procuravam no local.
Apesar do que foi reportado por grande parte da mídia, o periódico britânico “The Sun” entrou em contato com os promotores que coordenam a investigação de Christian Brueckner para comentar a operação e, segundo eles, a busca não estava relacionada ao desaparecimento de Madeleine ou ao principal suspeito.