Covid-19: Cientistas estudam caso de homem que testa positivo há mais de 1 ano

De acordo com os médicos, o paciente de 61 anos está com pelo menos três variantes diferentes no organismo

Covid-19

Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, estudam o caso de um paciente que está infectado com o coronavírus há 471 dias, equivalente a 1 ano, 3 meses e 16 dias. Segundo a pesquisa, que está na versão prévia e não foi revisada ou publicada em revista, várias mutações do vírus estão acontecendo no organismo do homem de 60 anos.

Os médicos relataram que o paciente tem pelo menos três variantes no corpo e que as alterações no genoma estão ocorrendo em uma velocidade duas vezes maior do que a vista globalmente. Por isso, ele pode ser considerado um possível transmissor de novas cepas. “Durante a infecção, encontramos uma taxa evolutiva acelerada do vírus, que se traduz em 35 substituições de nucleotídeos por ano, aproximadamente duas vezes maior que a taxa evolutiva global do Sars-CoV-2”, afirma o estudo.

Ainda de acordo com os pesquisadores, a situação é diferente da Covid longa, porque o paciente não teve sintomas, mas segue com alta carga viral. Além disso, os vírus continuam infecciosos. Os cientistas também apontaram que as infecções prolongadas pelo coronavírus são mais comuns em pessoas imunossuprimidas, o que explicaria o caso do homem, que está em tratamento contra um câncer.

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“Nossas descobertas demonstram que infecções crônicas não tratadas aceleram a evolução do Sars-CoV-2, proporcionando oportunidade para o surgimento de variantes geneticamente divergentes e potencialmente altamente transmissíveis, como visto com delta e ômicron”, relataram.

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De acordo com o estudo, o homem de 60 anos tem três variantes diferentes no corpo. (Foto: CDC; Unsplash)

A pesquisa observou que as variantes apareceram em dois momentos diferentes: nos três primeiros meses depois do primeiro diagnóstico e após aproximadamente dez meses. Isso “sugere que múltiplas novas variantes podem surgir simultaneamente e potencialmente se espalhar” a partir de uma pessoa. “Isso pode ser especialmente problemático, pois muitas infecções crônicas, como foi o caso desse paciente, permanecem assintomáticas para Covid-19, e [os pacientes] podem se sentir bem o suficiente para retomar interações regulares com outras pessoas”, alertam os estudiosos.