O fim de um mistério de 35 anos! Nesta semana, o corpo do ex-policial identificado como François Vérove foi encontrado na França. Após testes de DNA, a polícia confirmou que ele era ninguém menos que um famoso serial killer que aterrorizou Paris nas décadas de 1980 e 1990. Em uma nota de suicídio, o homem de 59 anos admitiu seus crimes.
De acordo com o Le Point e o Le Parisien, no dia 24 de setembro, François foi intimado pela polícia para fornecer uma amostra de seu DNA. Três dias depois, ele foi dado como desaparecido por sua esposa. Já no dia 29, ele sofreu uma overdose que tirou sua vida. O corpo estava num apartamento de um resort à beira-mar, na cidade de Montpellier. A carta deixada pelo ex-policial também foi encontrada pelas autoridades.
O conteúdo da nota de suicídio não foi divulgado na íntegra. Contudo, segundo a imprensa francesa, ele assumiu os crimes que cometeu. De acordo com algumas fontes, Vérove não especificou em quais assassinatos estava envolvido, as vítimas, ou as circunstâncias, mas confessou que havia experimentado “impulsos anteriores” e alegou que “se recompôs” desde então.
Identidade de serial killer confirmada
Passado o óbito, testes de DNA foram realizados e as autoridades confirmaram que Vérove era o serial killer conhecido localmente Le Grêlé – algo como “o homem marcado”, apelido que fazia referência à pele do rosto marcada por acne. A descoberta colocou fim nesse enigma que já durava 35 anos, período em que o homem estava foragido e a polícia insistia em suas buscas.
Acredita-se que Le Grêlé estaria ligado a pelo menos quatro assassinatos e seis estupros que abalaram Paris entre os anos de 1986 e 1997. Dentre as supostas vítimas, estaria Cécile Bloch, uma criança que foi dada como desaparecida em 1986 após não comparecer à escola. Vérove também teria cometido os homicídios de um homem de 38 anos, de uma jovem de 19 anos, e outra mulher de 20 anos.
Com o suicídio, restam as dúvidas sobre tudo o que o homem fez no passado. “Nós nunca saberemos todos os crimes que Le Grêlé cometeu”, disse Didier Saban, advogado que representa as vítimas, à BBC. Agora, espera-se que muitos casos antigos sejam reabertos para investigar se Vérove poderia estar envolvido em outros assassinatos ou casos de abuso.
Na época dos crimes, Vérove fazia parte de uma divisão da polícia que investigava potenciais casos de pedofilia. A hipótese é de que ele teria atraído e enganado suas vítimas usando essa “carteirada”. “Nós temos convicção de que ou ele era um oficial, ou um gendarme [como um policial militar], ambos pela violência que ele usava contra as vítimas e as táticas que ele adotava”, acrescentou o advogado.