Aos poucos, novos detalhes sobre a morte precoce e brutal de George Floyd, nos Estados Unidos, começam a vir à tona… Com o intuito de se livrar das acusações de envolvimento no crime, o ex-policial Thomas Lane incluiu como prova, as transcrições das gravações feitas por câmeras, mostrando por qual motivo o segurança reagiu assustado à abordagem das autoridades.
As filmagens foram obtidas nos equipamentos que estavam acoplados aos uniformes dos policiais Thomas Lane e J. Alexander Kueng. Os documentos revelam que George ficou nervoso ao ver os oficiais sacarem as armas na abordagem e, por isso, chegou a demorar para levantar as mãos. “Me desculpe, me desculpe. Meu Deus, cara! Cara, eu já levei um tiro. Eu já levei um tiro do mesmo jeito antes, senhor policial”, tentou explicar.
Lane chegou a questionar para a mulher que estava no carro de Floyd por que ele ficou tão abalado. “Talvez seja por que ele já levou um tiro antes”, respondeu. O relatório consta que o policial ajudou a levar George Floyd até o outro lado da rua, onde ele se sentou e se identificou. “Fui baleado da última vez, mesma coisa, cara”, voltou a dizer o segurança.
As coisas teriam começado a “dar errado” quando Kueng disse que levaria o homem para a delegacia sob a acusação de passar uma nota falsa para comprar um maço de cigarros. Thomas e Alexander tiveram grande dificuldade para acompanhar Floyd para a viatura, até que o também ex-policial Derek Chauvin interveio e imobilizou o segurança no chão pressionando seu joelho em cima do pescoço.
A transcrição revelou que um dos policiais falou para George Floyd tentar parar de se debater no chão, ou então acabaria tendo um ataque cardíaco. Lane também questionou se não seria mais seguro levantar as pernas do homem, mas Derek Chauvin o ignorou. Os oficiais ainda discutiram se o segurança estava sob o efeito de drogas enquanto ele implorava para conseguir respirar.
Thomas Lane tentou mais uma vez pedir que Floyd fosse colocado em outra posição, mas foi cortado novamente por Chauvin. “É pra isso que temos uma ambulância chegando”, ignorou. “Tudo bem, eu suponho”, respondeu. No relatório, o policial demonstra preocupação mais uma outra vez quando percebeu que George estava desmaiando, o que acabaria sendo fatal.
Derek Chauvin segue preso sob a acusação de homicídio em segundo grau. Os outros três policiais envolvidos no caso, Tou Thao, Thomas Lane e J. Alexander Kueng, foram presos, mas já respondem em liberdade às acusações de terem ajudado e favorecido o assassinato em segundo grau.
A morte de George Floyd incentivou protestos históricos em diversas cidades dos Estados Unidos e em outras partes do globo. Mesmo com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas tomaram as ruas pedindo pelo fim da violência policial, do racismo e justiça para o caso do ex-segurança. Na web, os movimentos ganharam apoio — e doações — de diversos artistas, celebridades e grandes empresas.