De uma dor no dedão do pé para um câncer em fase terminal. Foi o que viveu Richard Bernstein, um homem de 62 anos de Nova Jérsei, nos Estados Unidos. Em entrevista ao New York Post, publicada na última terça (14), o aposentado contou que começou a sentir dor no local há cinco anos.
Numa visita ao podólogo, descartou-se a possibilidade dele ter quebrado algum osso. “Eu pensei que tinha fraturado o dedo do pé, mas o médico não conseguiu encontrar nada de errado”, contou Richard ao jornal. Dois anos depois, a dor chegou ao tornozelo. Ele, então, consultou um médico de medicina esportiva, que achou que o paciente tinha uma condição chamada estenose — um estreitamento dos espaços dentro da coluna que geralmente é tratado com fisioterapia.
A dor no pé e no tornozelo continuou, afetando levemente sua mobilidade. Então, em março de 2022, sua perna direita inchou completamente. Ele foi ao seu clínico-geral, que fez uma varredura abdominal durante os exames. O médico imediatamente o enviou para ver o especialista Dr. Michael Grasso, Diretor de Urologia do Hospital Phelps, que deu a notícia preocupante. “Ele me disse que eu tinha quatro dias de vida”, lembrou Bernstein.
O exame mostrou que o homem tinha um grande tumor no rim e um trombo (coágulo no sangue) tumoral. Este último cresceu por meio da veia renal e preenchia a veia cava, que é o principal vaso que drena sangue para o coração. Além disso, duas das principais artérias coronárias de Richard estavam 99% bloqueadas, e seu fígado estava falhando porque o câncer vinha obstruindo a função do órgão. “Ele estava andando na corda bamba”, disse o médico.
Segundo Grasso, o bloqueio de veias por conta do tumor e do trombo era o que explicava a dor no pé do aposentado, já que os sintomas de câncer no fígado costumam surgir em uma fase avançada do tumor.
Três médicos realizaram a cirurgia de emergência que levou quase 12 horas de duração. Além de Grasso, participaram do procedimento o cirurgião cardiotorácico Dr. Jonathan Hemli e o cirurgião vascular Alfio Carroccio. O tumor e o trombo tumoral mediam cerca de 30 centímetros de comprimento e pesavam quase 1,2 kg. “Se minha perna inteira não inchasse, eu teria caído morto”, disse Bernstein.
Depois da remoção do tumor, os médicos descartaram, por enquanto, a necessidade de quimioterapia em Richard, que já anda sozinho e está se recuperando da cirurgia — ele perdeu cerca de 30 kg no processo. “Meu conselho é que ninguém desista de buscar o diagnóstico se algo te incomoda. Confie no seu instinto”, declarou o senhor.