Menino de 13 anos vai parar no hospital após usar óculos de realidade virtual; entenda

O presente de Natal de Lewis Gray acabou rendendo uma situação desagradável, que pegou até os médicos de surpresa

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Um menino de apenas 13 anos foi parar no hospital nesta semana, no Reino Unido, após usar um óculos de realidade virtual. Lewis Gray ficou deslumbrado quando descobriu esse presente de Natal dos avós e logo foi usá-lo. Em questão de dias, o garoto foi surpreendido com um inchaço que quase fechou seus olhos, e teve de buscar ajuda.

De acordo com o Daily Mail, Lewis ganhou de presente um Oculus Quest 2, óculos de realidade virtual do grupo Facebook, que não sai por menos de US$ 299 (cerca de R$ 1670). A mãe do menino, Kirsty Reed, suspeitou das reações ao dispositivo. “Ele brincou com os óculos no Natal e ficou ligando e desligando por algumas horas. Quando ele acordou na manhã do dia 26, tinha uma irritação ao longo das bochechas dele e na sua testa. Quase parecia que ele estava usando blush. Tinha só um pouco de inchaço, então eu dei algum um Piriteze [antialérgico], mas na manhã seguinte, ele acordou e seus olhos estavam quase fechados com o inchaço”, relatou ela.

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Os olhos de Lewis Gray quase se fecharam de tanto inchaço. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Preocupado com a situação do filho, o pai do menino o levou a um hospital no dia 27, quando um médico sugeriu que aquilo poderia ser uma reação alérgica ao óculos, e prescreveu antihistamínicos e esteróides por precaução. “É preocupante porque você não sabe o que vai acontecer ou se a reação vai mais longe, até a garganta. Um choque anafilático era a maior preocupação, já que o inchaço era tão grande”, lembrou a mãe.

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A situação foi tão delicada, que os médicos também fizeram um alerta à família. “Os médicos disseram que se tivesse mais irritação nos olhos dele ou se inchasse mais, nós teríamos de voltar. Poderia ter fechado os olhos dele completamente, caso isso tivesse continuado. Isso não é muito legal. Eu não acho que o Lewis tinha entendido completamente até que ele conversou com o médico”, acrescentou a mãe.

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O menino teve uma reação alérgica após usar o Oculus Quest 2, do grupo Meta – dono do Facebook. (Foto: Divulgação/Meta)

Reclamações similares e recall do produto

Quando Kirsty buscou saber mais sobre o produto, ela descobriu que ele havia passado por um recall em julho. O grupo Facebook começou a receber reclamações de irritações na pele ainda em dezembro de 2020, quando iniciou uma investigação sobre essa questão. Já em julho, a empresa relatou que 0,01 por cento dos consumidores teria feito essas queixas. Segundo a publicação, uma capa de silicone foi oferecida para que os donos dos óculos protegessem suas peles, e a empresa prometeu que todas as novas unidade do dispositivo incluiriam essa proteção, a partir do fim de agosto.

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O alerta do recall afirmou que a empresa recebeu 5716 reclamações sobre irritações na pele. As queixas variavam de erupções cutâneas, inchaço, queimaduras, coceira, urticária e “calombos” após o uso do aparelho. Em 45 relatos, os consumidores afirmaram que requeriam cuidados médicos.

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Kirsty descobriu que o que houve com seu filho já havia acontecido com outros consumidores. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

“O que eu entendi pelo que eu li é que é a própria espuma do headset e que há químicos nisso. Mas não diz nada de que pode causar irritação nos livretos de informação que vem com o aparelho. Precisei cavar um pouco para encontrar os problemas”, contou Kirsty. A mãe do menino entrou em contato com a equipe do Oculus, que recomendou que o garoto parasse de usar o dispositivo. A empresa afirmou que retornaria o contato com ela para explicar os próximos passos.