Após ‘sumiço’, cantora Duffy detalha sequestro e episódio de estupro: “Não me lembro de entrar no avião”

Duffy fez um estrondoso sucesso no final dos anos 2000. Sua música “Mercy” não parava de tocar nas rádios em 2008, ao redor do globo. O disco de estreia, “Rockferry”, foi aclamado pela crítica e premiado com o Grammy de “Melhor Álbum Pop” no ano seguinte. A jovem galesa, àquela altura, deixava mídia e fãs curiosos com o que ainda estaria por vir em sua ascendente carreira.

Impressionantemente, ninguém mais ouviu falar de Duffy na última década. O sumiço é parte de uma tragédia pessoal, como contou a artista, semanas atrás (25), numa publicação no Instagram. Hoje (06), em uma carta disponibilizada no site Duffy Words, a britânica deu mais detalhes sobre a experiência traumática.

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A artista foi drogada em um restaurante, no dia de seu aniversário e depois, mantida intoxicada por mais quatro semanas. Ela mencionou ainda no texto que o abusador a levou para um país estrangeiro. “Não me lembro de entrar no avião e voltei na traseira de um veículo em movimento. Fui colocada em um quarto de hotel e o criminoso voltou e me estuprou. Lembro-me da dor e de tentar ficar consciente na sala depois que aconteceu”, revelou.

Duffy explicou que considerou uma fuga, mas teve medo que o estuprador mandasse uma busca policial atrás dela. “Fiquei presa com ele por mais um dia. Eu poderia ter sido descartada por ele. Pensei em fugir para a cidade vizinha, enquanto ele dormia, mas não tinha dinheiro e tive medo que ele chamasse a polícia, e talvez eles me identificassem como uma pessoa desaparecida. Não sei como tive forças para suportar aqueles dias, senti a presença de algo que me ajudou a permanecer viva”, escreveu.

Duffy suprimiu todos esses acontecimentos terríveis por 10 longos anos. (Foto: Getty)

No dia seguinte, o criminoso e a cantora pegaram mais um voo, e ela recordou que o homem a deixou de volta em casa, no Reino Unido. Ainda atordoada, Duffy tentou digerir todas as barbaridades feitas com ela. “Eu sabia que minha vida estava em perigo imediato, ele fez confissões veladas sobre querer me matar. Com a pouca força que eu tinha, meu instinto era correr, correr e encontrar um lugar para viver no qual ele não conseguisse me encontrar”, declarou ela, que mudou 5 vezes de endereço durante a última década.

Por ser uma figura pública, ela não se sentiu segura em recorrer à polícia imediatamente. “Senti que, se algo desse errado, eu estaria morta e ele teria me matado. Eu não podia correr o risco de ser maltratada ou de ser notícia enquanto corria perigo”, justificou. Ela somente recorreu aos oficiais após ser ameaçada de ter sua história vazada por alguém anônimo.

Ao final da postagem, Duffy garantiu que se sente pronta para encarar o mundo novamente, depois de muitos anos se escondendo e se curando. Ela ainda pontuou os motivos que a fizeram dividir sua história. “Eu precisava me libertar. Estou compartilhando isso porque estamos vivendo em um mundo machucado, e não tenho mais vergonha de dizer que algo me feriu. Por mais sombria que seja minha história, falo de coração, pela minha vida e pela vida de outras pessoas que sofreram o mesmo. Espero que os conforte”, finalizou.

Para conferir a carta aberta de Duffy na íntegra, clique aqui.