Nessa terça-feira (12), Alexandre Garcia publicou um vídeo em seu canal no Youtube, respondendo ao áudio vazado no dia anterior de uma conversa entre Giulina Morrone e o comentarista Gerson Camarotti, em que, entre outras coisas, a jornalista chegava a dizer que o antigo colega estaria “gagá”.
No vídeo, intitulado justamente “A resposta de um gagá”, Garcia afirmou que entende que a conversa nunca teve o intuito de ser divulgada e que era apenas uma opinião pessoal. No entanto, ele declarou que sentiu a necessidade de responder uma vez que o áudio se tornou público e conteria “inverdades” sobre ele.
“Então, hoje eu vou dar uma resposta a esse vazamento, coisa maluca, que foi tão visto por todo mundo. Eu ressalvo, aviso que não é um julgamento. Julgamento fica a seu critério. Em primeiro lugar, eu lamento que tenha havido o vazamento”, começou o jornalista de 79 anos.
“Eu, a princípio, na minha ingenuidade, quando vi aquilo, pensei que alguém tivesse grampeado um telefonema entre os dois. Mas depois fiquei sabendo que era um microfone durante o programa, os dois microfones ficaram ligados, ativos durante o intervalo e muita gente pode ter gravado. Alguém pode ter visto, ouvido aquilo, e resolveu partir para a gravação. Não creio que tivesse alguma intenção de prejudicá-los, mas achou bonito, achou pitoresco, achou que ia dar audiência”, supôs ele.
Na sequência, Alexandre afirmou que deseja que o vazamento não desemboque em nenhuma consequência negativa para Morrone. “Era apenas uma conversa pessoal, não era destinada à publicidade, tenho certeza de que foi isso. Eu espero que não traga prejuízo a ela, porque eu sei que não houve essa intenção de divulgar. Era só ali um desabafo de uma colega para um colega“, ponderou.
A partir daí, o também apresentador passou a rebater todas as “inverdades” que teria encontrado na conversa. “Como se tornou público, eu preciso dizer uma coisa, principalmente por causa da primeira inverdade que ali está. Eu quero repetir as palavras dessa inverdade: ‘No dia em que o Bolsonaro falou em cassar a concessão [da TV Globo], ameaçou, ele endossou, achou que era lindo, que tinha que cassar a concessão da Globo, botou no Twitter isso’. Isso é gravíssimo, porque eu jamais faria isso. Pela minha índole, pela ética e pelo respeito a uma emissora que sempre me respeitou. Não faria isso”, enfatizou Garcia.
“Outra questão é que ela afirma que eu fui diretor daqui (Globo) toda a vida. Gente, eu tive lá 32 anos e nunca fui diretor. Chamava-se editor regional quem comandava a redação, o jornalismo. Foi durante 5 anos, de 1990 a 1995. 5 anos em 32 anos”, relembrou.
O próximo ponto abordado foi o trecho em que Giuliana citava um tuíte dele em apoio a Regina Duarte – que acabou sendo o estopim da conversa entre a jornalista e Gerson Camarotti. “Uma outra coisinha é que quando eu botei a mensagem a que ela se refere, depois da entrevista da Regina Duarte, em solidariedade a Regina, eu botei a mensagem que eu pensava que a CNN seria uma alternativa, mas que ficou igual. Mas eu não disse, eu não citei em nenhum momento nenhuma emissora. Não citei nenhuma emissora”, afirmou.
Com Regina Duarte, a CNN, que poderia ser a alternativa, mostrou que é apenas uma igual do mesmo.
— Alexandre Garcia (@alexandregarcia) May 8, 2020
Em seguida, Alexandre explicou o que pensa da afirmação da âncora do “Bom Dia Brasil” de que ele “topava qualquer coisa” por dinheiro. “Eu gostaria de esclarecer em um outro ponto, que está meio risível, que eu cobro pouco sim para empresas pequenas da minha cidade, Brasília, que me chamam para ser mestre de cerimônias, uma inauguração, um aniversário da empresa, inclusive a vidraçaria. Eu não tenho nenhum preconceito contra vidraceiro!”, declarou.
“Aí eu acredito que é uma espécie de participação minha no estímulo a essas empresas e aí eu cobro alguma coisa simbólica. E não cobro do serviço público, porque é dinheiro do público, é dinheiro do contribuinte, como não cobrei agora, acabei de fazer uma palestra para a Escola de Comando do Estado Maior da Aeronáutica, como outro dia fiz uma palestra pro Ministério Público Federal e assim tem sido“, argumentou.
A última declaração de Giuliana comentada por Garcia foi a de que a CNN não o chamou para trabalhar lá. “Tem uma outra inverdadezinha menor, coisa pequena, mas enfim, que ela afirmou lá pelas tantas que ‘a CNN não o chamou’. Parece que estava uma torcida, mas enfim… Mas o fato é que chamou por meses e chama até agora. Eu, por exemplo, vou participar de um programa da CNN no fim de semana. Assim como vou participar na sexta-feira de manhã no ‘Aqui na Band’ com meu querido Luis Ernesto Lacombe. Estou lá no Canal Rural porque gosto muito do agro, estamos aqui juntos com 1 milhão e 300 mil no Youtube, ontem fiz 4 anos do Twitter, somos quase 2 milhões e meio no Twitter, mais de 1 milhão no Instagram, ou seja: eu tô em boa companhia”, ironizou.
Garcia ainda fez menção à participação de Camarotti na conversa. “Aí eu percebi que meu amigo Camarotti estava lá constrangido. Só tem uma coisinha: ele chamou meus seguidores de radicais. Eu devo dizer que eu não faço filtragem de ideologia. Quanto mais diversidades de ideias, melhor — porque nas redes sociais a gente recebe retorno. E a gente avalia com quem está conversando, isso é muito saudável”, frisou.
“E ele teria razão na hora que falou: ‘cuspiu no prato que comeu’. Teria razão se fosse verdade aquilo que a interlocutora dele falou, se fosse verdade. Mas como expliquei a vocês, não é verdade, é impossível porque não é da minha ética não respeitar quem sempre me respeitou”, completou.
Enfim, o apresentador deixou uma mensagem final para a ex-colega da Globo. “Por fim eu queria mostrar aqui que são opiniões pessoais. Então eu não me meto em ideias, opiniões pessoais, as pessoas se revelam pelas suas opiniões, eu não vou me meter nisso, não vou julgar. Mas, se você me perguntar como eu recebi tudo isso, eu digo que foi com um único sentimento: surpresa”, revelou.
“Surpresa porque somos colegas. Fomos colegas. Fomos parceiros em programas. E até hoje nos encontramos na missa de domingo. Inclusive na fila da comunhão. Aí quando eu vejo que eu sou qualificado como ridículo, como gagá, e que eu causo revolta, eu vi que eu fui excomungado. Mas enfim, a gente está em tempos de ter que usar máscara, às vezes se usa máscara por tanto tempo que ela se esgarça e cai. Então eu quero repetir que eu sei que não foi para ser publicado tudo isso, eu tenho consciência que foi apenas um fuxico”, concluiu.
Assista a partir de 6’56”: