O apresentador Luiz Bacci viveu dias intensos na última semana. Hoje (20), ele fez um desabafo emocionado nas redes sociais. O âncora do “Cidade Alerta” relatou que ele e sua família sofreram ameaças depois do episódio em que uma mãe desmaiou ao vivo quando descobriu que a filha foi assassinada pelo ex-namorado.
“Vocês sabem que essa não foi uma semana fácil para mim, para todos nós, aqui. Ameaça de morte no Instagram. Quando eu sou ameaçado, isso só me faz saber que eu estou no caminho certo”, começou. No entanto, Bacci ficou preocupado quando os comentários raivosos foram direcionados a sua família. “Por causa de uma coisa que aconteceu essa semana, vocês não sabem o que eu fui obrigado a ler. De ameaçado de morte a ameaçar de morte a minha mãe. Que coisa horrível”, lamentou.
Na segunda-feira (17), o nome do jornalista e de seu programa foram parar entre os assuntos mais comentados das redes sociais por conta de uma cena polêmica exibida na atração. O apresentador da RecordTV foi duramente criticado por internautas após veicular ao vivo, o momento em que uma mãe descobria que a filha, desaparecida, havia sido assassinada pelo namorado dessa.
A jovem Marcela, de 21 anos, estava grávida e desaparecera no dia 8 de fevereiro, após uma briga com o namorado, Carlos Pinho dos Santos, de 26 anos. De acordo com familiares e conhecidos do casal, Marcela vivia um relacionamento abusivo e permeado por agressões.
Andreia, mãe da jovem, concedeu uma entrevista ao vivo para Luiz Bacci sobre o desaparecimento. A atração policial acompanhava o caso há dias. “Eu já chorei muito, não tenho dormido. Estou na fé que minha filha esteja viva. Estou esperando”, contou, angustiada. Foi aí que o jornalista revelou ter recebido informações sobre a história, e indagou para a senhora: “Jesus amado. Eu quero saber se a senhora quer receber todas as notícias agora conosco, ao vivo? Quer ouvir mesmo?”.
O programa, então, foi dividido em três janelas; uma com o apresentador Luiz Bacci, outra com a foto da jovem, e outra com a mãe dela. Em off, a voz do advogado de Santos explicou os desdobramentos do caso: seu cliente havia se apresentado à polícia e confessado a autoria do assassinato, além de ter indicado a localização do corpo.
Assim que soube do relato, a senhora começou a gritar e tirou os fones de ouvido que usava para escutar as informações. “Não, ele não fez isso com a minha filha!”, disse, em prantos, antes de desmaiar.
Mais tarde, através dos Stories do Instagram, Bacci se posicionou. “Tô lendo muitos comentários aqui na Internet de pessoas machucadas com aquela imagem da mãe recebendo a notícia da morte da filha“, começou o jornalista, argumentando na sequência que a mulher teria concordado com o tipo de cobertura. “Quando a gente acompanha um caso, antes de qualquer coisa, eu pergunto pra família se ela quer acompanhar ao vivo o desdobramento do caso como foi o caso da Marcela e tantos outros, afinal de contas, a gente mora num país onde oito pessoas desaparecem por hora. E a mãe da Marcela quis saber as informações ao vivo na cobertura“, pontuou.
“A família já sabia que o rapaz já tinha se entregado, então portanto, ficou no ar o que ele realmente disse para a polícia. Ele acabou contando pra gente e a mãe ouviu e passou mal. Qualquer parente de desaparecido especialmente uma mãe não conseguiria controlar a emoção nesse caso. Assim que ela soube da notícia e não teve mais condições de continuar essa entrevista, nós cortamos as imagens. É uma cena que machucou a gente demais, por mais que a gente esteja acostumado com essas notícias boas e ruins“, prosseguiu ele, antes de ponderar que o episódio teria servido como aprendizado.
“É um programa que toda vez a gente entra sem saber qual vai ser o fim dele, porque as histórias não são conduzidas pela gente, mas sim por Deus. Eu acho que o programa de hoje serviu pra gente aprender e também serve pra mostrar para as autoridades de Brasília que por trás de cada corpo existe uma família completamente destruída“, declarou Bacci, apontando, por fim, como a trágica imagem do desmaio da mãe poderia render frutos positivos.
“No ano passado, foram 112 mortes por dia de crimes violentos no Brasil. São 112 pais e mães recebendo a notícia da morte de seus filhos ou de filhos recebendo a morte de seus pais. E no papel, a frieza não chega nem aos pés do que aquela imagem que chocou a todos nós. Mas talvez, vendo o real sofrimento de uma mãe, quem sabe as nossas autoridades não se mobilizem pra gente pensar no que vai resolver pra impedir que mães recebam as notícias das mortes de seus filhos, que é uma legislação mais rígida e uma punição mais rigorosa porque do jeito que tá não dá pra continuar“, concluiu. Assista:
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