Na edição desse domingo (18) do “Fantástico”, a jornalista Poliana Abritta rebateu um comentário descabido feito dias antes (16) pelo jogador Robinho, durante entrevista ao UOL Esportes. Condenado por violência sexual de grupo, em primeira instância, na Itália, o atleta falou sobre a decisão judicial e a divulgação da transcrição de conversas, nas quais admitiu ter feito sexo com uma mulher sem consentimento da mesma – ou seja, um estupro.
Na ocasião, o futebolista, que teve seu contrato com o Santos Futebol Clube suspenso, culpou o feminismo pelas consequências que tem sofrido, e ainda disparou um parecer que vem sendo interpretado como transfóbico nas redes sociais. “Infelizmente, existe esse movimento feminista. Muitas mulheres, às vezes, não são nem mulheres, pra falar o português claro“, declarou Robinho.
Assim como grande parte da população, Poliana se mostrou indignada com a fala de Robinho e, após reportar o caso por completo ao telespectador, contestou o posicionamento do jogador. “[Ele] também disse, abre aspas: ‘Infelizmente existe esse movimento feminista’, fecha aspas. Eu digo: Ainda bem que existe!”, ressaltou ela, cirúrgica. A atitude da jornalista teve grande repercussão na web e rendeu muitos elogios.
“Assisti a uma palestra uma vez que dizia que quando um jornalista se limita a ler o posicionamento de alguém sem questionar, ele acaba endossando esse posicionamento. Isso que Poliana fez é FUNDAMENTAL”, analisou o jornalista Caíque Verli. “‘Ainda bem que existe’. A Poliana jantou antes mesmo de chegar em casa, né?”, comentou o criador de conteúdo, Murilo Ribeiro. “Poliana Abritta falou por todos nós ao final da matéria sobre o estupro cometido pelo Robinho”, analisou mais um internauta. Confira mais reações abaixo:
Poliana Abritta sendo totalmente cirúrgica sobre a fala nojenta de Robinho, atleta condenado por estupro! pic.twitter.com/0ttnsfE9TN
— The Feminist Patronum (@tfeministp) October 19, 2020
Assisti a uma palestra de jornalismo uma vez que dizia que quando um jornalista se limita a ler o posicionamento de alguém sem questionar ele acaba endossando esse posicionamento. Isso que Poliana fez é FUNDAMENTAL
— Caíque Verli (@verli_caique) October 19, 2020
Poliana Abritta falou por todos nós ao final da matéria sobre o estupro cometido pelo Robinho.
— Fernando (@FernandoPatto) October 19, 2020
“Ainda bem que existe”. A #Poliana jantou antes mesmo de chegar em casa, né? #Fantástico #Robinho
— Muka do Space 🎙️ (@falamuka) October 19, 2020
Robinho: “infelizmente existe esse movimento feminista”
Poliana Abritta: “ainda bem que existe” 🗣🗣🗣#Fantastico pic.twitter.com/Jr4iD58qSW
— cristiano (@jrcristyear) October 19, 2020
https://twitter.com/piperexposit/status/1318003935559503879?s=20
Que L.A.P.A.D.A foi essa que a Poliana Abritta deu em rede nacional no Robinho.
“Eu respondo: ainda bem que existe”.#Fantastico— César Guedes (@cesinhaguedes) October 19, 2020
Poliana Abritta repetindo aquela frase infeliz da caçamba de lixo do Robinho “infelizmente, existe esse movimento feminista” e ela complementa “e eu digo: ainda bem que existe!”
LENDÁRIA! #Fantastico pic.twitter.com/A0zuxKWGOB
— gui monteiro ☁️ (@luis_guilherme) October 19, 2020
Entenda o caso
Nesta sexta-feira (16), uma reportagem do Globo Esporte revelou trechos da sentença judicial e da transcrição dos grampos que levaram Robinho a ser condenado em primeira instância por violência sexual de grupo na Itália, em novembro de 2017. Nas conversas, o jogador admitiu que teve relações sexuais com a vítima e que ela estava “completamente bêbada” a ponto de “não saber nem o que aconteceu“.
O caso ocorreu em uma boate de Milão chamada ‘Sio Café’ na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho, outros cinco brasileiros teriam participado do ato – classificado pela Procuradoria de Milão como “violência sexual” – contra uma jovem de origem albanesa. No entanto, apenas o jogador e Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão.
Os outros quatro acusados deixaram a Itália no decorrer da investigação e, por isso, estão sendo processados num procedimento à parte, explicou o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, ao ‘GE’. Robinho e Ricardo foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”.
A decisão do Tribunal de Milão foi contestada pelos condenados. Os advogados dos dois apresentaram recurso e a Corte de Apelo de Milão iniciará a análise do processo, em segunda instância, no dia 10 de dezembro. Confira a íntegra do caso, a transcrição das conversas, os relatos revoltantes e a série de manifestações contra a contratação do jogador, clicando aqui.