No ‘Fantástico’, Poliana Abritta rebate comentário descabido de Robinho, e é elogiada nas redes: ‘Falou por todos nós’; assista

Na edição desse domingo (18) do “Fantástico”, a jornalista Poliana Abritta rebateu um comentário descabido feito dias antes (16) pelo jogador Robinho, durante entrevista ao UOL Esportes. Condenado por violência sexual de grupo, em primeira instância, na Itália, o atleta falou sobre a decisão judicial e a divulgação da transcrição de conversas, nas quais admitiu ter feito sexo com uma mulher sem consentimento da mesma – ou seja, um estupro.

Na ocasião, o futebolista, que teve seu contrato com o Santos Futebol Clube suspenso, culpou o feminismo pelas consequências que tem sofrido, e ainda disparou um parecer que vem sendo interpretado como transfóbico nas redes sociais. “Infelizmente, existe esse movimento feminista. Muitas mulheres, às vezes, não são nem mulheres, pra falar o português claro“, declarou Robinho.

Assim como grande parte da população, Poliana se mostrou indignada com a fala de Robinho e, após reportar o caso por completo ao telespectador, contestou o posicionamento do jogador. [Ele] também disse, abre aspas: ‘Infelizmente existe esse movimento feminista’, fecha aspas. Eu digo: Ainda bem que existe!”, ressaltou ela, cirúrgica. A atitude da jornalista teve grande repercussão na web e rendeu muitos elogios.

“Assisti a uma palestra uma vez que dizia que quando um jornalista se limita a ler o posicionamento de alguém sem questionar, ele acaba endossando esse posicionamento. Isso que Poliana fez é FUNDAMENTAL”, analisou o jornalista Caíque Verli. “‘Ainda bem que existe’. A Poliana jantou antes mesmo de chegar em casa, né?”, comentou o criador de conteúdo, Murilo Ribeiro. “Poliana Abritta falou por todos nós ao final da matéria sobre o estupro cometido pelo Robinho”, analisou mais um internauta. Confira mais reações abaixo:

Entenda o caso

Nesta sexta-feira (16), uma reportagem do Globo Esporte revelou trechos da sentença judicial e da transcrição dos grampos que levaram Robinho a ser condenado em primeira instância por violência sexual de grupo na Itália, em novembro de 2017. Nas conversas, o jogador admitiu que teve relações sexuais com a vítima e que ela estava “completamente bêbada” a ponto de “não saber nem o que aconteceu“.

O caso ocorreu em uma boate de Milão chamada ‘Sio Café’ na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho, outros cinco brasileiros teriam participado do ato – classificado pela Procuradoria de Milão como “violência sexual” – contra uma jovem de origem albanesa. No entanto, apenas o jogador e Ricardo Falco foram condenados a nove anos de prisão.

Robinho foi condenado por violência sexual em 2017 (Foto: Reprodução/Santos TV)

Os outros quatro acusados deixaram a Itália no decorrer da investigação e, por isso, estão sendo processados num procedimento à parte, explicou o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, ao ‘GE’. Robinho e Ricardo foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala da participação de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual – forçando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”.

A decisão do Tribunal de Milão foi contestada pelos condenados. Os advogados dos dois apresentaram recurso e a Corte de Apelo de Milão iniciará a análise do processo, em segunda instância, no dia 10 de dezembro. Confira a íntegra do caso, a transcrição das conversas, os relatos revoltantes e a série de manifestações contra a contratação do jogador, clicando aqui.