Anos após o sucesso da obra original, a novela “Pantanal” retornou às telinhas e tem feito muito sucesso com os telespectadores. No entanto, o remake da TV Globo não agradou a todos, especialmente a atriz Giovanna Gold, que deu vida a Zefa na versão de 1990. Segundo a artista, a adaptação do folhetim é “um desperdício”. Eita!
Em entrevista ao iG Gente, Gold detalhou sua reação ao descobrir que o canal carioca investiu em uma nova versão da trama original de Benedito Ruy Barbosa. “Quando eu fiquei sabendo, eu achei um desperdício e continuo achando”, disparou ela. A opinião da atriz foi influenciada por sua falta de retorno com a nova versão.
Segundo Giovanna, ela “se doou para a história” e, agora que a novela está sendo revivida, não recebe nada por isso. “Ela (a trama) viajou o mundo e eu nunca recebi por isso. Só recebi quando o SBT reprisou”, revelou. Na sequência, a ex-Zefa apontou que evitar discutir o remake pelo mesmo motivo. “Eu não posso falar nada, eu não tenho vínculo. Não recebo para falar bem ou mal”, reforçou.
Bastidores da novela
Apesar de evitar o tópico do remake, a artista não tem qualquer problema em discutir os bastidores da versão original, que foi gravada no Mato Grosso do Sul nos anos 1990. De acordo com Gold, o dia a dia era muito divertido e alguns atores se aproximaram bastante, particularmente ela e Marcos Palmeira, enquanto outros já não se davam tão bem.
“Eu dividi o quarto com a Muda (Andréa Richa) e com a Juma (Cristiana Oliveira) e nós tínhamos dinâmicas completamente diferentes. A Muda foi fazer campanha com Sérgio Reis. Então, gravava e depois pegava um avião para ir para uma cidade no interior do Paraná. Já a Juma dormia o tempo inteiro”, compartilhou. Ela contou, ainda, que nas horas livres explorava a região e andava de cavalo, o que a ajudou a se aproximar das pessoas nos passeios. “Gostava de sair, era mais próxima dos meninos”, admitiu.
Romance com Marcos Palmeira
Na trama, Zefa e Tadeu acabam vivendo um baita de um romance. Devido ao tempo que passavam juntos, a vida imitou a arte e Giovanna acabou, de fato, se envolvendo com o colega de cena, Marcos Palmeira. O flerte foi tão bom, que Giovanna “jogou a ideia” dos personagens formarem um casal para o autor da trama, Benedito Ruy Barbosa, que aceitou sugestão. “Quando eu entrei na novela, diziam que precisavam formar mais casais. Então, eu pensei nele (Marcos Palmeira)“, confessou.
Giovanna relembrou que já sentia atração pelo ator desde quando estudaram juntos, na escola São Vicente de Paulo, em São Paulo. O “histórico” deixou o clima mais propício para que “algo mais” acontecesse entre eles. “A gente ficou envolvido. Tivemos um momento muito bonito na estufa de lá, quando ele falou que estava apaixonado e eu falei que também estava”, detalhou a atriz.
O romance, no entanto, não vingou, mas por um bom motivo: Palmeira e Gold estavam comprometidos com outros parceiros. “Eu falei: ‘Eu adoro sua namorada e você adora meu namorado e eu acho que não ia ser legal com eles, né?’ Ele namorava uma produtora e eu namorava um também“, revelou. Eventualmente, a dupla deixou o romance somente entre os personagens, mas segundo Giovanna, a decisão não caiu bem para Marcos. O ator teria ficado magoado com o “fora”. “Acho que ele ficou ferido, sabe? Sabe como é homem, né?”, refletiu.
Inspiração por trás de Zefa
Ainda durante o papo, Gold revelou o que inspirou sua personagem. Segundo ela, Zefa só tinha uma fala no início do folhetim, que era: “Tudo bem“. “A Bruaca falava: ‘Vamos fazer sopa’. Ela dizia: ‘Tudo bem’. Falava: ‘Vamos cortar cenoura’. A Zefa dizia: ‘Tudo bem'”, lembrou a atriz.
A pequena fala foi o suficiente para que Giovanna explorasse o personagem, transformando-a em algo ainda maior. Ela acrescentou gestos e expressões diferentes e suas sugestões sempre eram bem recebidas pelo autor de “Pantanal”. “A sincronia com o Benedito Ruy Barbosa foi enorme porque eu lançava uma ideia e ele pescava. No próximo capítulo, já tinha uma referência daquilo. Foi muito gostoso para todos nós”, elogiou a atriz.
A performance, claro, logo ganhou o público. “Eu não perdia uma respiração que fosse da Zefa. Eu aproveitei tudo, eu tenho certeza disso. Então, [a personagem] foi um sucesso porque eu me dediquei, não tem muito mistério”, afirmou. Gold, que participou de produções como “Chiquititas” e “Mulheres de Areia”, concluiu a conversa lamentando a falta de oportunidade para atores que já fizeram sucesso nas telinhas. “Se você não é casada com um diretor, se você não é a filha de autor, isso (ficar sem trabalho) é um ritmo normal. Eu terminei de fazer ‘Gênesis’ em agosto [do ano passado], por agora já tinha que estar rolando um novo projeto”, encerrou.