A repórter Lívia Torres foi demitida da Globo nesta segunda-feira (17), após trabalhar na emissora por 14 anos. De acordo com informações divulgadas pelo Notícias da TV, a jornalista foi desligada após descumprir uma regra interna. Torres apresentou o sorteio da semifinal da Copa do Brasil para a CBF, prática que não é permitida pela empresa.
Segundo a publicação, a Globo proíbe seus funcionários de participarem de eventos ou trabalhos remunerados fora da casa e isso é uma cláusula contratual. No entanto, a regra teria sido ignorada. Os profissionais que trabalhavam junto com Lívia no Rio de Janeiro teriam ficado chocados com a sua demissão, já que ela é uma principais das jornalistas do estado com trabalhos não só nos telejornais locais, mas também no “Jornal Hoje”, “Jornal Nacional” e “Fantástico”.
O evento foi transmitido pelo canal oficial da CBF no YouTube, mas alguns trechos foram exibidos na SportTV, emissora que pertence a Rede Globo e que detém os direitos da Copa do Brasil. Ainda de acordo com as fontes ouvidas pelo site, logo após Torres apresentar o sorteio, ela foi chamada pela direção da empresa.
Lívia também não teria sido a primeira profissional do jornalismo e do esporte da Globo a se arriscar ao burlar a regra, já que há uma movimentação entre os funcionários para que este tipo de trabalho seja liberado. Muitos acabam também tomando esta atitude para conseguir uma renda extra, mas até então a emissora apenas ignorava.
Em 2018, os Princípios Editoriais do Grupo Globo foi atualizado com diretrizes que proíbem funcionários a expressarem o time de futebol pelo qual torcem e darem opiniões sobre pessoas públicas. Além disso, também não podem fazer comentários ou curtir publicações nas redes sociais que possam comprometer o veículo.
“Os jornalistas são em grande medida responsáveis pela imagem dos veículos para os quais trabalham e devem levar isso em conta em suas atividades públicas, evitando tudo aquilo que possa comprometer a percepção de que exercem a profissão com isenção e correção”, impôs um trecho.
“É imprescindível que o jornalista evite a percepção de que faz publicidade, mesmo que indiretamente, ao citar ou se associar a nome de hotéis, marcas, empresas, restaurantes, produtos, companhias aéreas etc. Participantes de programas esportivos televisivos, radiofônicos ou transmitidos pela internet seguirão neste quesito a política comercial de seus veículos”, afirmou outro. Nem Lívia, nem a Globo se pronunciaram sobre o assunto até o momento.
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