William Bonner surpreendeu ao revelar que noticiar a morte de Gugu Liberato foi um dos momentos mais difíceis de sua carreira. O apresentador participou do “Festival Acontece”, evento da TV Globo voltado para a produção de audiovisual brasileiro, e classificou o momento como um “ao vivo inesquecível”.
O bate-papo foi mediado pela jornalista Mariana Gross, que questionou qual edição do “Jornal Nacional” ele nunca iria se esquecer. Bonner explicou que não se esqueceria da morte de Gugu, porque a notícia chegou exatamente na hora em que dois convidados entrariam ao vivo no telejornal.
Na época, o JN estava completando 50 anos e recebia semanalmente dois apresentadores de afiliadas para assumir a bancada. Os escolhidos da vez eram Aline Aguiar e Giovanni Spinucci. “Eles estavam, talvez, no momento mais curioso de suas carreiras, iam apresentar o Jornal Nacional representando os seus estados naquela bancada. Eles entraram e, ao sentarem ali, a primeira coisa que fizeram foi prestar homenagem ao Gugu Liberato. Depois disso, a gente estava muito emocionado, a gente fez a conversa [programada]: ‘Como recebeu a notícia que apresentaria o jornal?”, relembrou o âncora.
Ele ainda reconheceu que a resposta era inusitada, principalmente devido ao seu tempo de 28 anos de programa. “[Já fiz] Guerra do Golfo, transmissão de eventos, debates [eleitorais] que são sempre muito difíceis, como o ‘Padre Kelmon’ [risos], mas dá para a gente respirar. Numa dessa [como a morte do Gugu] não tem respiro. Era uma coisa que eu não estava esperando. Acho que foi a transmissão mais difícil”, continuou. Relembre o momento:
Bonner também falou sobre a relevância das transmissões em tempo real para o público e definiu o ao vivo como um “combate à solidão”. Ele apresenta o “Jornal Nacional” desde 1996 e, três anos mais tarde, tornou-se editor-chefe do programa.
Morte de Gugu
Gugu teve sua morte confirmada, aos 60 anos, no dia 22 de novembro, após passar dois dias hospitalizado numa UTI. O apresentador sofreu um acidente doméstico, caindo de uma altura de quatro metros, quando fazia o conserto do ar-condicionado no sótão da casa da família em Orlando, nos Estados Unidos. Levado às pressas para o Orlando Health, Gugu deu entrada no local com um quadro de sangramento intracraniano.
Em virtude da gravidade da lesão neurológica, o apresentador não pôde ser submetido a nenhum procedimento cirúrgico. Como parte dos protocolos norte-americanos para esse tipo de caso, Liberato teve de ficar sob observação durante 48 horas, período no qual se constatou a ausência de atividade cerebral. “A morte encefálica foi confirmada pelo Prof. Dr. Guilherme Lepski, neurocirurgião brasileiro chamado pela família, que após ver as imagens dos exames em detalhes, confirmou a irreversibilidade do quadro clínico diante de sua mãe Maria do Céu, dos irmãos Amandio Augusto e Aparecida Liberato, e da mãe de seus filhos, Rose Miriam Di Matteo”, detalhou o comunicado oficial.
Na ocasião, a família autorizou a doação de todos os órgãos, atendendo a uma vontade do próprio apresentador. A cirurgia de retirada foi realizada com êxito na madrugada de domingo (24). Com o gesto, Gugu teria beneficiado cerca de 50 pessoas.
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