O Rock in Rio 2019 chegou ao fim nesse domingo (06) com um saldo bem positivo. Em sete dias, o festival reuniu nomes icônicos da música brasileira e internacional dos mais variados gêneros para um público total de mais de 700 mil pessoas. Entretanto, a produção e os artistas também tiveram que lidar com alguns contratempos. A vice-presidente do RiR, Roberta Medina, concedeu uma entrevista ao jornal “O Globo” justamente para fazer um balanço geral dos acontecimentos.
Logo no primeiro dia, o festival já enfrentou uma polêmica: em cima da hora, Drake cancelou a transmissão ao vivo de seu show. Apesar do rapper ter usado a chuva como desculpa, Roberta explicou que o cancelamento teria sido um “desconforto dele próprio”. “Aí a gente insiste, insiste, insiste, mas tem limite a compra da briga. E aí nesse caso o Rock in Rio cede. A gente vai acolher o talento que vai subir no nosso palco”, declarou.
“Estava combinado que seria transmitido. O que aconteceu é que ele ficou por algum motivo desconfortável e pediu para cancelar a transmissão. E aí chega o momento que tem um ser humano que precisa subir ao palco e encarar essa galera”, explicou ela.
Medina disse que já teve que lidar com uma situação de cancelamento da live antes, mas foi por um motivo mais específico. “A gente já teve uma situação semelhante em Las Vegas com a Taylor Swift, e ali foi outra coisa. Era o primeiro show da turnê e ela não estava com tudo muito ensaiado, então ela não queria se expor internacionalmente, de uma coisa que ela julgava que não sairia perfeito”, contou.
https://www.instagram.com/p/B28eA5yFTmr/
No último sábado (05), foi Anitta quem teve que lidar com as críticas após alguns espectadores acusarem-na de fazer playback. Em entrevista ao G1, a cantora explicou ter colocado uma voz de fundo na apresentação por conta das danças constantes e foi justamente isso que a vice-presidente ponderou quando questionada sobre o assunto.
“Me deu a sensação de que ela usou playback, mas eu não fui lá ver, não entendo. Mas acho que o mais importante é que a gente tem que acolher muito o talento da Anitta. Ela é uma cantora de 26 anos. O show foi brutal. Ela fez um produção de nível internacional”, afirmou a empresária. “Eu li que ela deu uma festa para o Drake na casa dela e não estava porque ia se preparar para o show. Isso é um sinal de maturidade incrível.”
Medina continuou os elogios: “Acho que a gente tem que reverenciar o talento dela. Ela fez um trabalho de parcerias internacionais brutal, tocou vários hits. Todo mundo canta da primeira a última música. Ela fez uma preparação de corpo impressionante. Fez um showzaço.”
Entretanto, Roberta também deixou um conselho para a cantora. “Acho que vale ela investir mais em ter um suporte no palco. Todo mundo trabalha com playback, em geral os artistas que dançam muito precisam de um suporte porque, se é para ser live, é para ser livre. Não dá para pular tanto e fazer a voz perfeita, né?”, analisou.
Anitta não só lidou com as críticas, como também fez reclamações em relação ao festival. Por conta da logística dos outros artistas da noite, ela não pôde passar o som antes do show. “É verdade. Tivemos um problema técnico na véspera. O Black Eyed Peas atrasou por causa do trânsito e, quando chegou para fazer a passagem de som, os portões para o público já estavam abertos. A Anitta, então, não quis fazer a passagem de som ali, eu entendo”, explicou Roberta.
Outro show que deu o que falar foi o da P!nk. A musa simplesmente voou pelo Rock in Rio. E não foi fácil, viu? Segundo a vice-presidente, tudo exigiu muito planejamento. “Um ano de trabalho. A equipe ralou muito. Admiro ainda mais a persistência deles. Muitos artistas abrem mão de suas ideias, mas a equipe bateu pé e assim foi. Eles estavam muito tensos, mas deu tudo certo”, contou.
Roberta ainda comentou a polêmica do Espaço Favela, novo palco do festival que foi criticado por supostamente ser muito estereotipado. “Foi um sucessão. Quem criticou porque a gente chamou de Espaço Favela é porque não é da favela. O fato de que aqui a favela está romantizada não quer dizer que não tem problema na favela. A gente pode falar bem do que tem de bom na favela. Uma coisa não exclui a outra. 99,9% das pessoas que vivem nas favelas são pessoas do bem. O Rio de Janeiro é favela. As pessoas que abastecem essa cidade moram na favela e são pessoas do bem. Eu fico feliz porque eles estão felizes. Para a próxima edição, o Espaço Favela vai ganhar uma dimensão maior”, anunciou ela.
No geral, Medina disse que “o festival foi nota dez”.“Fizemos uma pesquisa com o público e deram a nota 9.5. Normalmente nos dão 8.9. Então acho que a marca desse festival foi de pessoas felizes”, refletiu. Por fim, ela entregou o “sonho de consumo” do festival para a próxima edição, em 2021: Bruno Mars! Ainda nem sabemos se vai rolar, mas já temos certeza que será um sucesso!