Falso show de Patati Patatá?! Confusão em Mato Grosso termina com vaia, protestos e ação na Justiça; vem entender!

O caso foi comparado ao meme de 2011, que se tornou um marco da cultura popular brasileira

Que palhaçada! No último sábado (4), o que seria um momento de diversão para os moradores de Guarantã do Norte, município que fica a aproximadamente 780 km de Cuiabá, no Mato Grosso, acabou se tornando uma baita confusão, com direito à ação na Justiça.

A prefeitura local organizou uma sequência de shows para comemorar os 41 anos da cidade, e anunciou a participação de Patati Patatá, dupla de sucesso com o público infantil. No entanto, assim que os palhaços subiram ao palco e começaram a cantar, não demorou para que os presentes percebessem que não se tratava dos integrantes originais. Eita!

A performance se estendeu por quatro músicas e o desagrado do público ficou claro, principalmente após uma onda de vaias. Ao notar que os ânimos estavam ficando um tanto quanto alterados, um porta-voz do prefeito Érico Stevan (DEM) subiu ao palco e tentou tranquilizar as famílias que se sentiram “enganadas”. “Levei até um susto quando entrei, com aquele monte de vaias”, começou ele.

“Quero dizer para vocês rapidamente: falando com o prefeito municipal, o Érico, ele também está muito chateado, é claro. Esta é uma festa da família. O prefeito pediu para dizer o seguinte: que ele vai rever o contrato, o pagamento do Patati Patatá, que ele também achou uma falta de respeito. Então vamos mandar uma vaia bem calorosa para Patati Patatá”, incentivou. Confira o vídeo:

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Repercussão e posicionamento da empresa

O contrato, divulgado no Diário Oficial do município, aponta para o gasto de R$ 332.820,00 com o projeto educacional “Musicalizando as vogais com Patati Patatá”. Após a repercussão, a Rinaldi Produções, empresa que detém os direitos da dupla, se pronunciou sobre o ocorrido. Em nota enviada ao colunista Gabriel Perline, do portal iG, a produtora declarou que a prefeitura contratou sim seus serviços, mas para uma atividade completamente diferente: apenas a cerimônia de entrega dos materiais didáticos produzidos pela P&P Editora (outra empresa que pertence ao grupo).

A Rinaldi Produções esclareceu, ainda, que foram enviados dois atores genéricos que participariam da chegada dos livros, adquiridos em maio pela gestão de Érico Stevan, e que serão distribuídos aos alunos matriculados nas escolas municipais no segundo semestre.

O duo “Patati Patatá” foi contratado para projeto educacional (Foto: Reprodução/Diário Oficial do Município)

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Os palhaços genéricos também tirariam fotos com professores e alguns alunos, em ambientes escolares, durante sua passagem pela região. Em vista da confusão e da atitude da prefeitura, a empresa revelou que levará o caso à Justiça. “Ao anunciar um show aberto, em praça pública, nas festividades de 41 anos de Guarantã do Norte, a Prefeitura DESCUMPRIU completamente o contrato, que era para ser apenas uma entrega de livros em um ambiente escolar e para poucas pessoas. A P&P Editora está tomando todas as providências jurídicas cabíveis para responsabilizar os autores de toda esta confusão”, afirmou a Rinaldi Produções.

“O Patati Patatá tem 37 anos de história e compromisso com as famílias brasileiras, e nunca houve um episódio como este em todo a sua história. Portanto, é inadmissível que a Prefeitura e os demais responsáveis tenham tido esta postura e conduta para com o Patati Patatá, e mais uma vez reafirmamos que tomaremos todas as providências jurídicas cabíveis”, acrescentou.

Por fim, a produtora reforçou que o contrato não citava a realização de um show e que os atores enviados para a cerimônia de entrega dos livros subiram no palco apenas para minimizar a frustração da população. A decisão foi tomada sem o consentimento de seus empregadores e também sem o cenário e o balé que acompanham os palhaços originais.

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O escândalo que virou meme

Há 10 anos, uma confusão parecida, envolvendo uma suposta dupla dos palhaços, chamou atenção da web. Em 8 de dezembro de 2011, Dia de Nossa Senhora da Conceição da Praia, padroeira da Bahia, foi anunciada uma apresentação de Patati Patatá no bairro de Paripe, um dos mais violentos de Salvador.

No entanto, quando os moradores da região apareceram na casa de shows destinada ao evento, não havia nem sinal dos palhaços. Eles então perceberam que se tratava de uma falsa dupla e que a apresentação havia sido barrada pela polícia. A revolta foi coletiva. Na reportagem do programa “Brasil Urgente”, os pais das crianças decepcionadas aparecem indignados com a “palhaçada” e exigindo o dinheiro de volta. “Todo mundo pagou R$ 15 e na hora Patati e Patatá não apareceram“, disparou uma mãe.

Com as crianças aos prantos, o tumulto escalou de tal maneira que uma senhora passou mal e desmaiou em meio à multidão. O caso ficou tão famoso, que é relembrado até hoje nas redes sociais, principalmente pelos amantes do meme, que se tornou um marco cultural. Relembre: