A atriz francesa Judith Chemla relatou, neste domingo (3), que foi vítima de violência doméstica pelas mãos do pai da sua filha. Ela compartilhou imagens de ferimentos em seu rosto e escreveu um texto sobre as agressões e a relação com o homem. “Não aguento mais. Eu exijo paz”, declarou em um post no Instagram.
“Há um ano, meu rosto estava ferido, azul, com um roxo sob o olho. Me vi deformada. Há um ano, olhei meu rosto no espelho e sabia que não podia mais esconder meu rosto”, começou Judith. Ao longo do texto, a atriz de 37 anos direcionou palavras ao seu agressor. “O pai da minha filha. Não tenho vergonha dessa foto. Mas ele deveria se envergonhar. Ele deveria se envergonhar hoje, um ano depois, ao invés de continuar me pressionando, de pensar que ele ainda tem condições de me manipular”, continuou.
“Ao invés de apodrecer a cabeça da minha filha, ele deveria estar envergonhado e calado, realmente querer ser perdoado. Este não é o caso”, declarou ela. A atriz não citou o nome do agressor. No entanto, em maio passado, de acordo com FranceInfo, o diretor de cinema Yohan Manca, com quem Chemla anteriormente se relacionava, recebeu uma sentença de “prisão suspensa” de oito meses por violência doméstica contra a atriz. Uma sentença suspensa é quando um juiz sentencia um réu à prisão, mas atrasa a imposição da pena para deixar o réu cumpri-la em liberdade condicional. Antes disso, a relação dos dois já havia sido pauta na mídia internacional.
Em julho do ano passado, a Variety informou que Chemla apresentou uma queixa contra Yohan Manca à polícia de Paris depois que ele a agrediu. Esta situação fez com que Judith não comparecesse à première em Cannes do filme “Mes freres et moi” (“Meus Irmãos e Eu”, em tradução literal), o qual ela protagonizou, no dia 12 de julho de 2021. Isso porque o diretor do longa era Manca, seu então namorado. Na época, fontes disseram à revista que os dois discutiam em uma rua na capital da França quando o diretor “ficou violento” e “jogou um celular na cara” da atriz.
Em seu texto, a artista duas vezes indicada ao César, prêmio mais importante do cinema francês, escreveu que continua sendo vítima de abuso. “Tenho tantas evidências de que ele continua tentando me prejudicar… O que deve ser feito para ele me deixar em paz? Voltar à delegacia pela terceira vez? Apresentar uma terceira reclamação em um ano?”, indagou.
Judith ainda explicou como a situação é complexa por ter uma filha com ele. “Ele ainda vai se fazer de vítima com a minha filha e ela vai sofrer por não ver o pai. Como eu guardo isso para mim? Ele ainda se sentirá acima da lei, continuará reclamando e contestando decisões judiciais em relação à sua filha de cinco anos, que ela vê como um pai normal que ele não é. Ele continuará acreditando que é capaz de me pressionar e me intimidar moralmente”, declarou. “Eu não aguento mais. Eu exijo paz. Fica mais claro assim?”, finalizou Chemla. Leia a denúncia da artista na íntegra:
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No currículo de Judith, estão filmes como “A Vida de uma Mulher”, “Espírito vivente” e “Camille Outra Vez”.