Este caso é tão absurdo que chega até a parecer filme… No último domingo (1º), um capitão da Polícia Militar de Goiás, que não foi identificado, foi preso em flagrante em Rio Verde, no sudoeste do estado, por tentar seduzir e marcar encontro para realizar atividades sexuais com um adolescente de apenas 12 anos.
Segundo informações do jornal Metrópoles, o homem em questão tem 59 anos e é subcomandante do Colégio Militar de Rio Verde – Colégio Carlos Cunha Filho. Os abusos teriam começado em novembro do ano passado, quando a família do jovem visitou um clube da cidade, no qual o policial também estava.
De acordo com depoimento da mãe do menino ao veículo, o capitão teria se aproximado do adolescente, que brincava na piscina. O homem então passou a mão nas partes íntimas do garoto. Ela estranhou a aproximação do capitão de seu filho e, por isso, gritou para que o menino saísse da piscina. O menor, por sua vez, ficou envergonhado de contar o que havia acontecido na água e, infelizmente, só cedeu e revelou o ocorrido após ser pressionado pelos pais quando já estavam em casa.
No último sábado (31), o adolescente, acompanhado por um primo mais velho, este com 18 anos, retornou ao mesmo local onde o primeiro abuso aconteceu. O capitão estava lá novamente e aproveitou que os pais do menino não se encontravam por perto para repetir o assédio. Ele ainda passou seu número de telefone para o primo do menor, com a intenção de se aproximar do mais novo, ainda de acordo com a mãe.
Após descobrir a troca de mensagens imprópria, os pais do menino começaram a monitorar a situação para tentar identificar o abusador e, então, auxiliar a polícia na prisão do mesmo. O pai se passou pelo filho no bate-papo de cunho sexual com o policial. “Desde o ocorrido, em novembro, eu combinei com eles que, se acontecesse mais uma vez, era para pegar o telefone. Na obsessão dele de ter algum contato com o meu filho, ele falou tantas bobagens, marcou o encontro e foi mais rápido do que a gente imaginava”, declarou a mãe.
Durante a troca de mensagens, o capitão, que é bastante conhecido na região, chegou a convidá-lo para ir a um motel. “Queria sair com você uma hora dessas, se você tiver coragem”, disse em uma das mensagens de texto. Em outro trecho da conversa, ele questiona o primo da vítima. “Vocês já foram num motel alguma vez?”, escreveu. Diante da resposta de que nunca tinham visitado um estabelecimento do tipo, o homem afirmou: “Vocês vão gostar”. Os pais do jovem compartilharam capturas de tela das conversas com o pedófilo:
Entre as conversas, o policial acabou combinando um encontro com o garoto em um posto de gasolina de Rio Verde, na noite deste domingo. “Posso ir pra gente dar uns amassos? A gente fica só uns 20 minutos”, questionou o capitão.
O compromisso foi a desculpa perfeita para que o pai acompanhasse o menino até o local e, juntos, identificassem o pedófilo. Já no posto de gasolina, o adolescente se dirigiu ao veículo do suspeito e chegou até a entrar e sentar no banco da frente. Foi nesta hora que o pai aproveitou que as portas do carro estavam destravadas e entrou no veículo, agarrou o PM por trás e o manteve preso até que as autoridades chegassem para realizar a prisão.
Durante a espera, o responsável pelo adolescente finalmente descobriu a identidade do criminoso, que o informou que era policial. O pai, por sua vez, desconfiou do homem, pois ele não vestia a farda no momento do encontro. Mais tarde, a informação foi confirmada pela polícia, que revelou tratar-se de um PM evangélico, famoso na cidade pela rigidez com a qual comanda o colégio militar.
Policial enfrenta consequências
Após o ocorrido, o capitão foi preso em flagrante por aliciamento de menor e, agora, está sendo investigado por tentativa de estupro de vulnerável. Ele também foi afastado da função e, na sequência, transferido para o Presídio Militar, em Goiânia.
Em nota divulgada pela PMGO na tarde de ontem (2), foi informado não só o afastamento, mas também o retorno do homem à reserva da tropa. Um Procedimento Administrativo Disciplinar também foi instaurado para apurar o caso. “A Polícia Militar de Goiás reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros e que o caso será apurado com o rigor devido”, declarou a organização.