Criança indígena é vítima de estupro coletivo e arremessada de alto de penhasco no MS; Suspeitos são detidos

Indigena Estupro Pedreira

[Alerta gatilho!] Meu Deus, que horror! Nesta terça-feira (9), uma menina indígena Kaiowá, de apenas 11 anos, foi encontrada morta numa pedreira próxima da aldeia Bororó, que fica no município de Dourados (MS). De acordo com o UOL, Raissa da Silva Cabreira foi vítima de um estupro coletivo e jogada de um penhasco de cerca de 20 metros. Cinco suspeitos foram detidos hoje (10).

De acordo com a Polícia Civil, os cinco investigados – incluindo um tio da menina e três adolescentes – confessaram o crime. Em depoimento, eles admitiram que a criança foi obrigada a beber cachaça pura durante o estupro coletivo e que chegou a desmaiar. Contudo, ela recobrou os sentidos e afirmou que os denunciaria. Foi então que eles decidiram jogar a vítima do alto do penhasco.

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“Segundo eles, a todo momento, a vítima gritava e pedia socorro e acabou desmaiando. Durante a barbárie, o tio da vítima chegou ao local e também participou do crime. Quando a vítima começou a recobrar a consciência, voltou a pedir socorro e disse que ia denunciar os autores e, por isso, eles decidiram jogá-la do penhasco, para não serem descobertos”, afirmou a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

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A menina Raissa, de apenas 11 anos, foi jogada do alto de uma pedreira próxima da aldeia Bororó. (Foto: Adilson Domingos; Reprodução/TV Morena)

Dois dos adolescentes contaram que arrastaram a vítima de sua casa até um lugar proxímo do penhasco, para estuprá-la. Os outros três envolvidos chegaram ao longo do ato. Segundo o relato, eles teriam violentado a garota diversas vezes. Ninguém teria ouvido os gritos de “socorro” da menina visto que o local fica distante das casas da aldeia Bororó.

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O corpo de Raissa foi encontrado sem roupas, em meio as pedras, e com a perna dilacerada. Para a polícia, o ferimento teria sido causado pela queda brutal. Após o corpo ser submetido à necrópsia, os legistas do Instituto Médico Legal de Dourados confirmaram que houve o estupro. Contudo, o laudo completo deve ser divulgado nos próximos dias.

Segundo a polícia, depois de serem detidos, os homens serão indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável, feminicídio e homicídio qualificado ao final do inquérito. Os três adolescentes, por sua vez, responderão por atos infracionais análogos aos mesmos crimes dos adultos. As autoridades também não revelaram as identidades dos cinco envolvidos. A reportagem do UOL tentou contatar a defesa dos suspeitos, mas não obteve sucesso.

Crime causa revolta e repúdio

A barbaridade do crime causou comoção e muita revolta nas redes sociais. Pessoas ligadas ao movimento indígena e diversos internautas lamentaram a crueldade do que foi feito com a garotinha. “Hoje, dia Internacional dos Povos Indígenas, recebemos mais uma notícia triste que mata parte de nós. Semana passada foi Daiana Kaingang brutalmente assassinada esquartejada, hoje Raissa Guarani Kaiowá, parem de matar o corpo e futuro de nossas crianças e jovens. Exigimos justiça”, escreveu Sonia Guajajara, coordenadora executiva da APIB.

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“Eu estava pronta pra encerrar a noite quando li sobre a menina Guarani kaiowá que foi encontrada morta na reserva indígena de Dourados, uma criança de 11 anos foi violentada, eu não consigo parar de chorar, essa é a dor da perda e da insegurança”, indignou-se Alice Pataxó, comunicadora indígena.

A escritora Jamille Anahata também lamentou mais essa trágica perda. “Não tem nem uma semana que choramos Daiane Kaingáng, e agora choramos Raissa Kaiowá. Pelos mesmos motivos. Se me perguntar o porquê de tanta raiva, saiba que é porque essa guerra não tem trégua!”, pontuou ela. Confira mais posicionamentos:

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https://twitter.com/LESBOCIRCENSES/status/1425158138144215044?s=20