Um – quase – velório teve um plot twist daqueles em Cidreira, no litoral do Rio Grande do Sul. Uma idosa de 78 anos, chamada Clotilde Rieck acordou após ser dada como morta. Enquanto a família preparava o velório, um dos funcionários da funerária, que preparava o corpo da senhorinha, fez a ligação que mudaria o rumo da história completamente.
“Nós estávamos em casa organizando o velório, quando o funcionário da funerária nos liga avisando que ela estava viva”, contou Bianca Schneider, sobrinha-neta da idosa, ao G1. A família ainda explicou que Clotilde teve o óbito confirmado após sofrer duas paradas cardíacas.
Na funerária, o funcionário percebeu que ela ainda estava viva quando foi retirar o corpo do necrotério. “Quando ele descobriu o corpo para fazer a remoção dela, ela estava viva, com o braço erguido, o olho aberto e pedindo ajuda”, explicou a menina. O rapaz ainda teria pedido ajuda no posto de saúde, já que a paciente estava com o coração batendo e ofegante.
Outro detalhe curioso, é que um problema com o tamanho do caixão escolhido fez com que o processo com a funerária levasse mais tempo que o previsto. “Se tivesse o caixão do tamanho dela certinho, nós teríamos enterrado ela viva. Graças a Deus, teve esse tempo”, relatou Bianca.
Agora, a prefeitura da cidade emitiu uma nota, confirmando que está investigando o caso e a responsabilidade dos profissionais de saúde envolvidos. “Foi registrado também um boletim de ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Cidreira e exigido que a empresa contratada afaste a profissional dos serviços prestados em nosso município’, diz o comunicado.
A coordenadora da Unidade de Saúde, Irene Mendes, confirmou o que disse a nota da prefeitura: “Realmente, é uma coisa inédita aqui para o nosso município. Nunca passamos por uma situação como essa. Nós estamos tomando providências, vamos abrir um processo administrativo e solicitamos o afastamento imediato da médica”.
Os advogados da médica também se manifestaram e, de acordo com eles, a profissional utilizou “todos os meios de tratamento e todas as manobras de ressuscitação cardiopulmonar disponíveis no Posto de Saúde 24 horas Eva Dias de Melo, na cidade de Cidreira/RS, especialmente no dia 31/12/2021” para tentar reanimar a paciente.
Na nota obtida pelo G1, os advogados afirmaram que a médica não recebeu nenhum contato da prefeitura para maiores esclarecimentos sobre o caso e não foi comunicada sobre afastamento do cargo: “Todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para os devidos esclarecimentos dos fatos e demonstração da boa conduta médica adotada”.