[Alerta Gatilho!] O sonho de conhecer a Marquês de Sapucaí tornou-se “um pesadelo” para a jovem Ingrid Munk, de 25 anos. Em um forte e sensível relato à Universa, do UOL, a estudante de direito revelou ter sido vítima de um estupro. Até o momento, a identidade do homem ainda é desconhecida.
Ingrid tem se preparado para os exames da OAB e, por conta disso, conseguiu comparecer apenas ao Desfile das Campeãs na madrugada do último domingo (1º). Por volta da 4 horas da manhã, a jovem quis assistir ao recuo da bateria da Grande Rio e desceu de um dos camarotes. Foi neste momento que um homem a puxou para um lugar afastado e deserto e cometeu o abuso sexual.
“Um rapaz começou a conversar comigo e me puxou, me pressionando contra as grades e tocando minhas partes íntimas. Ele me enforcou e ia começar a chegar às vias de fato, quando comecei a gritar e ele percebeu que estavam chegando mais pessoas”, recordou ela. “Foi tudo muito rápido, ele sabia o que ele estava fazendo. Como ele sabia que na Marquês de Sapucaí tinha um lugar isolado?”, questionou Munk.
Após o episódio, a estudante teve muito receio de ir embora sozinha e esperou até conseguir uma carona para casa. “Chorei muito, não tinha condições nem confiança para pegar um táxi ou um Uber. Meu melhor amigo e a namorada dele vieram me buscar”, narrou a jovem.
Investigação do caso e corpo de delito
Ingrid registrou a ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher nesta terça-feira (3). Ela também fez um exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. Segundo a publicação, que teve acesso ao Boletim de Ocorrência, o crime foi registrado como estupro e o documento confirma as informações relatadas pela estudante. Um inquérito sigiloso já foi instaurado para apurar o caso, e as investigações estão a cargo da inspetora de polícia Cláudia Otília Caetano da Silva.
“Estou abalada, com dor. Mas tenho que encontrar essa pessoa. Ele não vai ficar impune”, disse a vítima, que acabou com hematomas pelo corpo. Ingrid foi intimada e retornou à delegacia nesta quarta (4), para contribuir com o retrato falado do suspeito. De acordo com ela, o agressor era um homem branco, alto, que usava uma camiseta azul e branca. A jovem não conseguiu distinguir se a roupa seria de uma escola de samba ou de algum camarote.
Episódios anteriores de agressão
Esta, infelizmente, não foi a primeira vez que Ingrid sofreu violência sexual. A diferença é que a estudante decidiu não se calar e denunciar o caso desta vez. “Não é a primeira vez que sou vítima. Meu maior erro, nas outras vezes, foi ficar calada porque fiquei com medo e achava que eu não tinha que falar. Mas, expondo este caso, posso encorajar outras mulheres”, declarou ela.
O primeiro caso foi aos sete anos, quando sofreu abuso por parte de um menino de 16, irmão de um amigo. “Ele aproveitava para brincar de ‘pique e pega’ e gostava de me trancar no banheiro. Ele tirava a roupa e mandava eu tirar a roupa em seguida. Ele fazia com que eu o tocasse. Isso se repetiu várias vezes. Contei isso para minha família muito tempo depois, mas nunca foi levado adiante”, recordou a estudante. Hoje, Ingrid reconhece a importância e a necessidade das denúncias: “Sei o que é o medo de falar e de expor. Por isso, decidi não ficar calada”
A estudante também comentou o assunto nas suas redes sociais, resgatando um outro relato de meses atrás. “Eu já vinha falando sobre violência contra a mulher aqui no Instagram e relatei que um arrependimento foi não ter feito nada nas outras vezes. Desta vez não vou ficar calada, muito pelo contrário, acredito e tenho fé que o agressor vai ser encontrado para a devida justiça. Uma pessoa desta já fez várias vezes e vai continuar fazendo”, escreveu.
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