Marcos Wesley Silva, o médico que receitou uma lista de remédios, sorvete de chocolate e Free Fire, para um menino de 9 anos com sintomas gripais, foi readmitido.
A decisão ocorreu após repercussão do caso, que aconteceu na madrugada do dia 18 de maio, durante uma consulta na UPA Jardim Conceição, em Osasco, São Paulo. Ao ver a receita, Priscila da Silva Ramos, mãe de Gabriel, reclamou sobre o profissional de saúde, que na ocasião, foi demitido por “conduta indevida”.
No entanto, segundo o UOL, a readmissão de Wesley foi solicitada diretamente pelo prefeito de Osasco, Rogério Lins, na manhã desta quinta-feira (1º). Em nota, a prefeitura apontou que a conduta do médico havia sido “humanizada”.
A administração municipal explicou que a recomendação do doce e do jogo veio apenas após o apontamento dos remédios necessários para tratamento do menino, entre eles amoxicilina, ibuprofeno, dipirona, prednisolona e acetilcisteina. “Na receita há a prescrição de toda a medicação necessária ao paciente. Quando ele coloca o sorvete e o jogo, ele quis humanizar o atendimento”, afirmou Rogério.
Entenda o caso
A situação se instalou após a denúncia de Priscila da Silva Ramos, mãe de Gabriel, que não entendeu o porquê do profissional ter receitado sorvete de chocolate e Free Fire, jogo de ação disponível no celular. Ela explicou que antes de ser levado ao hospital, o menino apresentava “tosse, gripe muito forte, dor de garganta, tonturas e que começou a vomitar“. “Como meu filho vai tomar sorvete de chocolate? Ele está com a garganta inflamada“, rebateu.
Priscila alegou que durante o atendimento, o médico não levantou da cadeira atrás da mesa ou examinou o paciente. “[O médico] começou a receitar um monte de remédio. Alguns eu conhecia, como dipirona, os outros eu não conhecia, e ele não me explicou nenhum“, disse.
Em seguida, ele perguntou se a criança preferia “sorvete de chocolate ou morango“. O paciente escolheu chocolate. “Aí o médico prescreveu na receita: sorvete de chocolate duas vezes ao dia, mais Free Fire diariamente“, detalhou Priscila. Marcos também receitou: amoxicilina, ibuprofeno, dipirona, prednisolona e acetilcisteina.
Na ocasião, o médico explicou à gestão o porquê do sorvete. “O médico refere ter prescrito o sorvete para alívio da dor, já que a ingestão de gelado exerce efeito anestésico e assim a criança conseguiria se alimentar durante a fase aguda da doença“, ressaltou a nota da prefeitura.